terça-feira, 31 de março de 2009

Preservativo: Afinal o Papa tem razão

Aqui e aqui

Políticas de capitulação


O PROBLEMA de muitas opiniões que se exprimem sobre a Igreja Católica – e sobre o Papa, como seu máximo representante – é que algumas pessoas que não são católicas nem sequer cristãs queriam que o Papa dissesse o que elas pensam. No fundo, para essas pessoas, a Igreja deveria abdicar da sua doutrina e das suas convicções – para defender as posições dos não-católicos, daqueles que professam outras ideologias ou partilham outras ideias. Ora isto é obviamente um absurdo.

À Igreja compete defender as suas posições e a sua doutrina – e não as dos seus inimigos. E não pode transigir constantemente, sob o risco de se descaracterizar. Não pode seguir a moda. Não pode estar sempre de acordo com o ar do tempo. Por vezes, o seu papel é mesmo o contrário: é combater as ideias em voga.

E NISTO a Igreja distingue-se claramente do Estado. O Estado – os vários Estados nacionais – tem muitas vezes de se adaptar às circunstâncias, de transigir, de pôr em prática políticas duvidosas do ponto de vista dos princípios.

É o caso do aborto, da distribuição de seringas ou das salas de chuto. Ninguém pode dizer que abortar é bom; ou que é bom as pessoas drogarem-se. Os Governos fazem estas concessões em nome do pragmatismo. Embora discordando naturalmente do aborto ou do consumo de drogas, acham que, não conseguindo evitá-los, é preferível criar condições para que se façam da melhor forma possível. É aquilo a que tenho chamado as ‘políticas de capitulação’. Ou seja, a abdicação dos princípios em nome do ‘mal menor’.

ORA é evidente que a Igreja não pode seguir este caminho. Não pode enveredar pelo caminho do pragmatismo sem princípios. Não pode dizer: façam abortos com segurança, ou droguem-se com segurança. A Igreja tem de dizer: não façam abortos, não se droguem.

E o mesmo vale para os preservativos. A Igreja não pode dizer: tenham relações sexuais à vontade, mas façam-no com preservativo para não contraírem doenças. A Igreja tem de dizer: a relação sexual deve ser responsável, deve ter lugar no casamento, a promiscuidade sexual é má – e, por isso, tudo o que facilite essa promiscuidade é condenável.

A Igreja Católica não pode abandonar esta trincheira. Se o fizesse, se começasse a recuar na doutrina, arriscava-se qualquer dia a não ter razão de existir.

AQUELES que atacam o Papa tentando menorizá-lo, como se estivessem num plano superior, não percebem o ridículo em que caem. O Papa – nenhum Papa – diz o que diz por desconhecimento da realidade ou por descuido. Ou, ainda menos, por maldade ou indiferença perante os dramas humanos. Poucas organizações como a Igreja são tão sábias, têm tanta experiência acumulada.

A Igreja não diz o que diz por ignorância ou por lapso – mas porque lhe compete defender uma doutrina. Uma doutrina que não é de hoje nem de ontem, que tem dois mil anos, e que os católicos pretendem que dure para sempre.

E NÃO DEIXA de ser verdade que a sida, como outras doenças que têm flagelado a Humanidade, só pode combater-se com uma mudança de hábitos, com uma mudança de práticas, com alterações culturais. Com uma reforma de mentalidades. Com uma atitude mais responsável em relação à vida, menos hedonista, em que o prazer e o dever se articulem de uma forma mais equilibrada.

Não é preciso ter relações sexuais só para procriar; mas também não é preciso comportarmo-nos como animais, deixando que o instinto prevaleça sobre todos os outros valores.

O preservativo pode ser hoje um paliativo, uma solução de recurso – mas não é ‘a solução’. A Humanidade não o pode ver como a solução para a sida. Ora, ao falar do preservativo como fala, a Igreja chama a atenção para isso: recusa-se a aceitar a promiscuidade e o facilitismo, põe a tónica nos valores e na responsabilidade do ser humano.

Só não percebe isto quem não quer.

OS COMUNISTAS gostariam que a Igreja defendesse as suas ideias. Os socialistas gostariam que a Igreja defendesse as suas ideias. Os libertários gostariam que a Igreja defendesse as suas ideias. Mas o que a Igreja tem de defender é a sua doutrina – e não as ideias dos outros. Se não constituísse uma voz diferente, para que serviria a Igreja? Se não fosse um contraponto, um referencial de certos valores e princípios, para que serviria a Igreja?

E se a doutrina da Igreja é contra a promiscuidade sexual, se é favorável a outro conceito de relação sexual associada ao amor e à fidelidade, não pode defender o preservativo ou as seringas – que têm que ver com outras práticas e com outra visão do mundo e das relações humanas.

A Igreja não pode dizer: usem o preservativo, porque essa é a forma de poderem ter relações sexuais sem risco. Como não pode dizer: usem seringas novas, porque essa é a forma de poderem injectar-se sem se infectarem.

OS ESTADOS, os Governos, aos quais compete gerir o quotidiano, podem defender tapa-buracos, soluções transitórias, de recurso. Mas esse não pode ser o papel da Igreja. A Igreja tem de olhar para mais longe. Tem de defender e preservar uma doutrina assente em ideais e comportamentos que não valem só para hoje ou para ontem. Ideais e comportamentos que não podem mudar, como as leis, ao sabor das circunstâncias.

José António Saraiva
Daqui

segunda-feira, 30 de março de 2009

Sobre adopção ou educação a crianças promovidas por gays e lésbicas

Boa reportagem do Jornal "Público", reproduzindo os vários pontos de vista sobre o assunto, aqui.

sábado, 28 de março de 2009

Preservativos para Roma ou para África

Não era melhor enviar os preservativos para África, para os africanos que, contaminados pelo HIV, necessitam desesperadamente de um preservativo ao invés de os fazerem chegar a quem dele não precisa ?

Marinho, marinho..


Tenho, neste blogue, e por várias vezes, defendido e apoiado algumas das declarações mais controversas do meu Bastonário.


Infelizmente, a sua última intervenção, quanto ao caso Freeport, fica-lhe bastante mal e tem merecido a crítica e o repúdio da esmagadora maioria dos advogados que já se pronunciaram sobre o assunto.


Nesse sentido, concordo e subscrevo este post do meu colega Rogério da Costa Pereira.


É pena porque, com estes últimos excessos, ficam manchadas muitas das suas anteriores intervenções, essas sim, oportunas e úteis.

sexta-feira, 27 de março de 2009

quarta-feira, 25 de março de 2009

Nova livraria de Zita Seabra abre em Lisboa


Clique na imagem para aumentar

Transformar um sanguinário num herói



Meus amigos e amigas

Se eu vir alguém com uma T-Shirt (ou qualquer outro objecto) fazendo alusão ao "Grande Revolucionário" Che Guevara, só posso pensar uma de duas coisas:

1. É pura ignorância da História da Humanidade.
2. É uma pessoa que presumo (não posso afirmar com certeza), tem valores diferentes dos meus no que à Vida Humana diz respeito.
O mito não passa de uma farsa.
A história tem destas coisas, criam-se mitos em torno de carniceiros
socialistas, que são vistos como heróis e salvadores. Só Hitler,
Mussolini é que eram maus.
Nos dias de hoje, o grande Satã americano e o perigo sionista, são
uma ameaça para a liberdade, segundo algumas mentalidades. Já
"ditadorzecos", como Chavez, Morales e Castro, são vistos pelas
mesmas mentes distorcidas como salvadores, defensores da liberdade e
dos direitos dos trabalhadores.

Para quem não tiver tempo, aí vai a transcrição do diálogo:

Em entrevista à jornalista Marlen Gonzalez, Benicio del
Toro gaguejou, ficou mudo
e, por fim, deve ter se arrependido amargamente da dita cuja.
A primeira pergunta:
"por que estrear um filme sobre Che Guevara numa cidade (Miami)
onde vivem tantos cubanos vitimados por um sistema que
ainda está implantado em Cuba?
É uma provocação?"
Benicio gagueja.
E ela completa:
"O filme traz uma imagem positiva do Che, e imagine que,
se fosse sobre Hitler, estaria ofendendo aos judeus.."

Ele diz que o Che não criou campos de concentração.
E ela:
"Estamos falando sobre assassinos.
Não é o mesmo crime assassinar uma pessoa, cem ou cem mil?"
E acrescenta:
"Você sabia que o Che, quando esteve encarregado da
prisão de La Cabaña,
mandou fuzilar pessoalmente mais de 400 pessoas?"

Benicio del Toro fala de pena de morte
e ela contesta, já que foram execuções sumárias, sem julgamento..
Ele afirma então que eram terroristas ligados ao
ex-ditador Batista. (Santa inocência!)
Ela o contesta, dizendo que foram assassinados por suas
opiniões contra o governo revolucionário, por suas consciências.
Ele fica muuuito desconfortável.

A jornalista indaga por que o filme não mostra os fuzilamentos,
os disparos que o próprio Che deu, em execuções, a sangue frio.
O ator não sabe.

E, por fim, ela pergunta se Benicio conhece a seguinte
declaração de Che Guevara:
"A forma mais positiva e mais forte que há, à parte de toda
ideologia, é um tiro em quem se deve dar em seu momento
".
"Não me lembro, exatamente", responde ele.

E ela lhe presenteia com o livro "Guevara: Misionero de la
Violencia", escrito por Pedro Corzo, historiador cubano e ex-preso político na
ilha.
Ah, claro: a jornalista Marlen Gonzalez é de origem cubana.


É muito importante que seja divulgado ao máximo, para que
se evite que os comunistas de todo o mundo continuem
patrocinando filmes e propagandas que só tencionam fazer
uma lavagem cerebral na juventude, e nas pessoas mal
informadas distorcendo completamente a verdadeira história
do mundo nos últimos 90 anos!!!!


Ou continuar facturando muito dinheiro com o marketing de um
herói de barro!!!

Espero que aqueles que “ainda” imaginem Che Guevara como um ídolo,
tenham no mínimo a decência de assumir “quem de fato” é o seu
pseudo-ídolo.

(Recebida por e-mail)

segunda-feira, 23 de março de 2009

A homossexualidade é uma doença ?


O autoré um Psicólogo Clínico, Prof. Universitário, de nacionalidade holandesa.
Toda a sua vida investigou sobre este tema e a tese de doutoramento já versou sobre isto. Ao longo da sua vida conseguiu curar completamente umnúmero elevado de pessoas com tendência homossexual e obteve melhoriassensíveis em muitas outras. (A percentagem de curas totais é de 30%).
O livro não contém recomendações morais, mas descrições psicológicas eindicações interessantes de terapia.

Não se trata de um estudo de ética,mas o contexto geral do livro é culturalmente saudável e, nesse sentido,acho que complementa e ajuda a enquadrar outro tipo de considerações.


Pareceram-me pontos fundamentais deste livro:


- a explicação sobre a origem da tendência homossexual (que não ébiológica, mas psicológica; o hermafroditismo não gera tendência homossexual);


- a identificação da homossexualidade como um tipo particular de neurose,que se pode produzir em determinado período da adolescência emconsequência de certos tipos de personalidade e contextos familiares;
- acho muito útil a descrição das características da tendência homossexual, em particular o profundo sentido de infelicidade que estetipo de neurose ocasiona (a ponto de a taxa de suicídios entre oshomossexuais ser muito elevada) e a instabilidade emocional (a frequênciade troca de parceiros é estatisticamente alucinante, muito superior à dos maiores devaneios heterossexuais).


- Gostei dos conselhos que dá para os próprios e as famílias enfrentaremcom êxito esta situação. Julgo que o livro tem razão quando diz que o quemais perturba, numa situação, destas é a pessoa não compreender uma sériede coisas que pensa e sente.


Nesse sentido, estas explicações são úteis para se identificar o problema e perceber como se resolve.


Já me esquecia de indicar a referência bibliográfica!


Gerard van den Aarweg, «Homossexualidade e Esperança»,


ColecçãoDocumentos, Editora DIEL.O contacto da editora é:Av. Almirante Reis, 142 - 1º Dt.1150-023 LisboaTelf.: 21 352 2083Telf.: 93 552 2083


Autor: José Maria André

Recebida por e-mail

Josef Fritzl, a culpa e a confissão


A propósito do caso de Josef Fritzl, a Professora de Direito Fernanda Palma uma das professoras de Direito Penal e Processo penal de maior vanguarda da actualidade, escreveu um artigo de opinião muito interessante aqui.


O artigo aborda a questão da "culpa" que, como se sabe, tem a sua origem no Direito Canónico e, em muitas matérias, está na base do actual Direito Penal.


A questão do reconhecimento da culpa e do reconhecimento da gravidade dos actos praticados por nós faz-se por via da consciência, mas como diz a professora de Direito, há quem negue a responsabilidade dos próprios actos.


O seu pequeno artigo intitula-se "Inocente Culpabilidade" e, como diz a própria autora, "inspira-se no nome de uma colectânea de entrevistas de Marie de Solemne a autores importantes do pensamento filosófico e religioso, como Paul Ricoeur. Nesse livro, discute-se se não existirá, no nosso tempo, um sentimento excessivo de inocência, falta de culpa e impunidade."


(...)


"O livro assinala que a culpabilização em excesso é negativa, por destruir as pessoas, mas observa que as novas gerações ignoram a culpa. Citando Lacan, Ricoeur afirma que há duas patologias: não sair do sentimento de culpa e não entrar nele sequer. A primeira corresponde à neurose; a segunda à psicose."


E remata:


"Sentir a culpa, reconhecer o erro e viver com a dúvida constitui condição necessária para que cada um evolua e realize a sua personalidade. Se não ficar associada à neurose – mas antes à responsabilidade e ao desejo de melhorar –, tal capacidade é um passo no caminho da adesão individual à Justiça"


No caso de Frtizl, ele sempre recusou a gravidade e responsabilidade das monstruosidades por si praticadas.


Quando a nossa consciência vai perdendo sensibilidade tendemos a desculpabilizar ou pura e simplesmente apagar da nossa memória os actos negativos por nós praticados.


É como se colocássemos a porcaria debaixo do tapete e fingíssemos que continua tudo bem.


Pelo contrário, dizermos e descrevermos em voz alta o que fizémos mal ou ouvir alguém dizer e descrever, em voz alta, o que fizemos mal é meio caminho andado para o reconhecimento da nossa culpa e o sentimento de vergonha que lhe está associado poderá ser um contributo (eventualmente momentâneo) para o arrependimento e o propósito de emenda.


É por isso que, por exemplo, a Igreja Católica defende a confissão em voz alta das falhas de cada um, perante o confessor, como um dos primeiros passos para a validade do sacramento da chamada penitência.


Também no processo penal sou a favor da obrigatoriedade da presença do arguido na sala de audiências de forma a que, ouvindo e vendo a exteriorização do que foi feito, essa exibição ou reconstituição narrativa do seu comportamento possa contribuir para a assunção da sua culpa.

Assim, considero que só em casos muitos excepcionais é que o Juíz poderá dispensar a presença do arguido durante a fase de audiência de julgamento. É que se o fizer, estará a privá-lo de um excelente meio de reconhecimento de culpa e responsabilidade.


Este "voyeurismo" acaba por ser importante com vista à promoção da reintegração social do arguido e à realização da chamada "prevenção especial" que é uma das finalidades da aplicação da pena relacionada com a recuperação do culpado.


Neste sentido, diremos que esse "voyeurismo" fará, ele próprio, parte da aplicação da pena.


Se assim for, quer nas nossas falhas pessoais, quer na aplicação da Justiça Penal, será possível ultrapassar a fase da "negação" ou "desculpabilização" dos nossos actos.


Pelo contrário, se não há "extracção" e "exibição" dos nossos actos negativos e culposos, novos actos negativos e culposos se seguirão de forma maníaco-depressiva ou obssessiva.


Assim se explica a existência e manutenção do mal, presente desde os nossos vicios mais pequenos ou graves aos crimes mais violentos.


A este propósito, diz um santo da Igreja:


"Abyssus, abyssum invocat...", um abismo chama outro abismo, já to lembrei algumas vezes. É a descrição exacta do modo de se comportarem os mentirosos, os hipócritas, os renegados, os traidores: como se sentem incomodados com o seu próprio modo de ser, ocultam as suas trapaças, para irem de mal a pior, abrindo um precipício entre eles e o próximo. (Sulco, 338 - S.José Maria Escrivá de Balaguer)

Os erros dos árbitros

A recente final da Taça da Liga veio, a meu ver, confirmar, mais uma vez, a necessidade premente do recurso às novas tecnologias, incluindo, a mais básica de todas- a televisão, no futebol.
Ainda há uns dias atrás, a SIC lançava o debate e parecia que adivinhava o que se iria passar.
Acho que o árbitro também faz parte do jogo e há que contar com a sua margem de erro. Por outro lado, como alguém dizia, a propósito de outro jogo, se o Benfica ganhou um penalti, mesmo que errado, foi porque tinha um jogador com bola na pequena área e se isso assim foi é porque estava a atacar e se estava a atacar é porque teve algum mérito.
No entanto, penso que, pelo menos, em jogos de grande importância, tais como finais, eliminatórias, etc.. se o jogo for transmitido na televisão, deveria existir um 5º árbitro que, em caso de dúvida, pudesse esclarecer o árbitro no campo.
No caso concreto, quem viu pela tv pode constatar a inexistência de penalti. Teria sido muito fácil, que alguém, neste caso, um 5º árbitro pudesse comunicar com quem decide e o informasse das imagens televisivas.
Se assim fosse, ter-se-ia evitado mais um caso desportivo.
Mas como somos masoquistas e gostamos de complicar o que é fácil...

domingo, 22 de março de 2009

Bom discurso do Dr. João Moura no lançamento oficial da sua candidatura

Aqui

Os maus assessores de comunicação do Papa

A questão da imagem da Igreja tem também muito a ver com um problema de comunicação e expressão.
Nesse sentido, acho que o assessor de imprensa Joaquim Navarro-Vals, com experiência na área da psicologia e do jornalismo, com a vantagem de ser um leigo, era uma mais valia maior do que a do actual assessor Pe. Lombardi que, no entanto, merece-me todo o respeito.
Joaquim Navarro-Vals era uma homem charmoso, elegante, prudente, com uma boa imagem, leigo e um bom conhecedor da lógica dos "media", tendo sido, sem dúvida, um óptimo conselheiro do anterior Papa no que diz respeito à relação deste com os Media.
O Dr. Vals é também uma raposa velha que conhece bem todas as técnicas dos jornalistas e que as sabia antecipar com inteligência; era autoritário, protegendo o Papa dos excessos dos entrevistadores, mas, ao mesmo tempo, gozava de enorme simpatia entre os jornalistas acreditados junto do Vaticano.
Um leigo, ou uma leiga, bem preparado(a) tecnicamente quer ao nível da doutrina, quer ao nível das relações com os media e com uma boa imagem talvez servisse melhor a Igreja do que o actual Pe. Lombardi que tem tido uma prestação um pouco frouxa.
No mesmo sentido da minha opinião, veja-se, com críticas expressas, aqui e também, embora sem citar nomes, aqui.

sábado, 21 de março de 2009

Papa, África e sexo

"Eu tenho um grande apreço pelo Papa Bento XVI que considero o maior exemplo vivo daquela figura que tenho aqui descrito em abstracto - o homem de elite da tradição católica. Aprecio nele o nível intelectual, a sua personalidade e a forma como governa a Igreja Católica, que é mais abrangente instituição que o mundo possui com 1.2 mil mihões de fieis, um quinto da população mundial, e uma voz de autoridade em relação a muitos outros.
O Papa é um intelectual de primeira categoria e um exímio doutrinador. Na sua posição anterior de Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé - a parte da cúria romana que se ocupa das questões doutrinais da Igreja, anteriormente chamada Inquisição - e agora na sua condição de Papa, ele é o homem que, ao longo dos últimos 25 anos, mais do que qualquer outro, contribuiu para enformar a doutrina da Igreja e, em particular, corrigir os excessos resultantes do Concílio Vaticano II. Ele ficará na história da Igreja como um grande doutrinador.
Este Papa não ambiciona ser popular nem pretende uma Igreja popular. Ele quer, em primeiro lugar, uma Igreja verdadeira e isso significa pôr a verdade à frente da popularidade. Ele prefere uma Igreja pequena e verdadeira a uma Igreja grande e popular. Não devem surpreender, por isso, as suas declarações recentes acerca da ineficácia do preservativo para resolver o problema da sida. Esta é a verdade, embora uma verdade impopular.
As reacções não se fizeram esperar, começando nos países protestantes, e em particular com origem na ONU, onde muitas pessoas fazem vida de andar a distribuir preservativos em África e a acudir a pobreza, através de múltiplas ONG's financiadas com dinheiro dos outros. A governo espanhol , em conflito com o Vaticano por causa dos casamentos gay, fez questão de ser ofensivo e enviar um carregamento de preservativos para África. E até, por último, a nossa ministra da saúde não ficou calada. Sobre a sua
reacção gostaria de escrever um parágrafo.
Existe uma grande propensão da mulher portuguesa para dizer aquilo que lhe vem à cabeça, reflectindo a falta generalizada de julgamento dos portugueses, mais acentuada nas mulheres do que nos homens. Este blogue fornece exemplos disso. Porém, quando se trata de falar em público, nunca um português, menos ainda uma portuguesa, ousa dizer alguma coisa antes que os outros o tenham dito. E foi isso que a nossa ministra fez. Falou mal, tarde e a más horas. Se tivesse estado calada nada se teria notado.
.Voltando ao Papa. Esta faceta de dizer a verdade e seguir impassível em frente, perante os agravos, os protestos e os insultos da multidão, é típica do Papa Bento XVI e é uma das características da sua personalidade que eu mais aprecio, em parte porque faz lembrar Cristo. Ele não está cá para agradar à multidão. Ele está cá para dizer a verdade, esperando que um dia a multidão reconheça a verdade. Aquilo que ele nunca irá fazer é deixar de dizer a verdade só para agradar à multidão. Este é o ponto.
Passemos à verdade. Claro que o preservativo não é uma solução eficaz para lidar com o problema da sida, e só o agrava. A única solução eficaz é a abstinência sexual envolvendo pessoas com sida, ou suspeitas de a ter. Não existe outra. O preservativo pode evitar o contágio numa relação sexual - e o Papa não nega isso -, mas encorajando e promovendo uma cultura de promiscuidade sexual, a prazo vai contribuir para aumentar a sida, não para a diminuir.
O africano que se habituou, porque a ONU lhe deu um stock de preservativos, a ter relações sexuais com sete mulheres diferentes por semana, quando os preservativos lhe faltarem e ele não tiver dinheiro para os comprar ou a ONU não estiver por perto para lhe dar mais, não vai deixar de continuar a visitar as sete mulheres por semana a que se habituou. E aqui surge o problema. Mais cedo ou mais tarde, este homem que começou por usar preservativos possui um elevado risco de acabar por morrer de sida.
Não é possível ter o melhor de dois mundos, sexo sem restricções e , ao mesmo tempo, ficar livre da sida no meio de uma população infectada em alto grau - mesmo com preservativos. Quem ambiciona o melhor de dois mundos incompatíveis, acaba normalmente por ficar com o pior dos dois. E o pior dos dois é ter sida e não ter sexo - isto é, morrer.
Porém, a mensagem de abstinência sexual que o Papa levou para África não é apenas a mensagem eficaz para lidar com o problema da sida. Ela é também a única mensagem verdadeira para lidar com um problema africano muito mais sério ainda - o problema da pobreza -, responsável todos os anos pela morte prematura de milhões de pessoas. A probreza em África, como em qualquer outro continente, é ainda um problema de cultura sexual.
A cultura sexualmente promíscua dos africanos, em que cada homem tem pelo menos seis mulheres e três filhos de cada uma, é a responsável directa pela pobreza do continente. Não existe pai de dezoito filhos num continente pobre que, por mais que trabalhe, consiga sustentar cada um dos filhos acima do nível de pobreza. Tanto mais quanto é certo que cada uma das mulheres de quem ele tem filhos é também mãe de filhos de outros pais, incentivando cada homem a empurrar para os outros o sustento dela e da sua numerosa prole, com o resultado final de que os homens generalizadamente não cuidam dos filhos.
Segue-se que a abstenção sexual, ou pelo menos uma enorme contenção, não é meramente a única solução eficaz para resolver o problema da sida. É também a única solução eficaz para resolver um problema muito mais grave - o da probreza."
Autor: Pedro Arroja, daqui

sexta-feira, 20 de março de 2009

FIlho da Lua (cheia)

Bento XVI e o dogma hipócrita do preservativo



A educação para a abstinência sexual ou a fidelidade será tão ineficaz, como já o é a educação para o uso do preservativo.


No Brasil, por exemplo, apesar dos milhões gastos na promoção dos preservativos, um estudo de 2005 revelou que 62% dos homens e 76,6% das mulheres da faixa etária dos 20 aos 24 anos não são adeptos do uso do preservativo porque dizem que“machuca ou incomoda ou simplesmente que não gostam” ou ainda que é como “chupar bala com papel”. Em S.Salvador, por exemplo, este ano, apesar da distribuição gratuíta e maciça de preservativos pelo governo Lula, os foliões demonstraram estarem-se literalmente “a marimbar” para o uso do preservativo, tendo-se verificado uma nova onda de contaminações.


Nos países ocidentais, o consumo de alcóol e drogas leves têm vindo a ser associados a falhas no uso do preservativo e há muitas pessoas intelectualmente esclarecidas, incluindo homossexuais, que defendem o uso do preservativo, mas depois não o usam e isto já para não falar no recrudescimento do fenómeno do barebacking.


O Estudo sobre os “Hábitos Anticoncepcionais das Mulheres que Abortam", feito ao longo de três meses em 2007, pelo Ministério da Saúde Espanhol concluí que, entre as mulheres cujos parceiros usam preservativo, 70% admitiram que o uso era esporádico, que o preservativo era mal colocado ou que houve problemas no seu uso. E, a esse propósito, um médico espanhol refere que muitas pessoas consideram que o preservativo interfere na espontaneidade da relação sexual. E, também em Espanha, um estudo efectuado por uma clínica abortista de Madrid revelou que cerca de 50% das mulheres que aí abortaram usaram como método contraceptivo o preservativo que falhou ou porque se rompeu ou porque foi mal colocado.


Perante estas falhas do preservativo, parece-me completamente histérica e desproporcionada a reacção do mundo anti-clerical às recentes palavras do Papa.


Aliás, como se refere aqui e bem se o mundo ocidental resiste ao uso do preservativo, apesar de todas as campanhas maçivas de informação e distribuição realizadas a esse respeito, como esperar que o mundo africano, onde existem graves carências ao nível mais básico, o faça ?
Se nenhum dos métodos de prevenção da SIDA, abstinência, fidelidade, preservativos é 100% eficaz não será melhor promovê-los em simultâneo e por ordem de preferência ?
P.S.1 - Mais um exemplo de hipocrisia:
"Em Yaoundé, em 1993, aconteceu a VII Reunião Internacional sobre a AIDS com especialistas médicos e de saúde. Foi uma reunião da qual participaram cerca de 300 congressistas, e se distribuiu ao final um questionário para que se indicasse, entre outras coisas, se se havia tido relações sexuais durante os três dias que durou a reunião com pessoas que não fossem parceiros estáveis.
Dos pesquisados, 28% responderam que sim, e destes, 30% disseram que não haviam tomado «precaução» alguma para evitar contágios.
«Se isso ocorre entre pessoas ‘conscientizadas’, o que ocorrerá entre as pessoas normais?», pergunta.
P.S.2- A realidade católica em África mostra que esta discussão acerca das declarações polémicas do Papa Bento XVI no avião acerca do preservativo, com os insultos que se lhes seguiram, foram uma enorme perda de tempo.

terça-feira, 17 de março de 2009

Quer se queira, goste-se ou não...

Li e concordei

Sirva a crise para se perceber que Deus é o alimento espiritual, a Pátria a referência cultural e a Família o porto-de-abrigo

Daqui

Sobre a capacidade dos portugueses improvisarem e trabalharem bem "lá fora"

"Mas se tecnicamente se destacam, onde a categoria Tuga vem ao de cima é nas soft skills: a rapidez com que se adaptam a trabalhar com culturas diferentes e a sua resistência à pressão - sobretudo situações de última hora - são impressionantes (ui o que eu vi sofrer americanos, alemães, chineses etc.). Alguém me contou lá esta história: "A fábrica perfeita é totalmente constituída por operários alemães e um português dentro de uma caixa de vidro, onde se lê "quebrar em caso de emergência"".

Formação pré-matrimonial

Hoje assistimos a uma situação contraditória onde, por um lado, quase já nos podemos divorciar por multibanco, mas onde, em contrapartida, pouco se fala em formação para o matrimónio ou para a educação dos filhos como medida preventiva de potenciais situações patológicas ao nível familiar que, na realidade, têm, por vezes, elevados custos para o Estado.
Ou seja, o Estado investe muito no facilitar o divórcio, mas praticamente nada investe no apoio à consolidação emocional, afectiva e económica das famílias.
A ocorrência de multíplos divórcios para além de prejudicar os próprios ex-marido e ex-mulher e os filhos dos casais desavindos é também um factor negativo para a economia, na medida em que fragiliza a capacidade económica das famílias tornando-as menos capazes de lidar com as suas dívidas ou impedindo-as de realizar investimentos, contribuindo desta forma para o fortalecimento da economia.
Situações como pagamento de prestações de alimentos, aumento do litígio judicial nos tribunais de família, acções judiciais de execução de hipotecas por incapacidade de pagamento das respectivas prestações bancárias, etc.. são umas, entre várias, das consequências negativas do divórcio. A isto há que acrescentar os muitos casos de possível insucesso escolar, toxicodependência, alcoolismo, acidentes de viação, etc. associados a efeitos colaterais do divórcio.Verifica-se que muitos casamentos ocorrem por mero impulso causado por uma ânsia de independência ou autonomia social, quando não mesmo, por mero folclore.
Verifica-se que muitos casais não estão preparados para as vicissitudes de uma vida em comum ou para o nascimento e educação dos filhos em face do stress e dos desafios laborais cada vez mais exigentes da sua carreira profissional e, em particular, há muitos casais a lidar muito mal com a conciliação entre família e profissão.
Urge, pois, apostar na formação pré-matrimonial, através de cursos de formação de preferência intensos, curtos e rápidos nos quais se deveria apostar no aprofundamento e análise de situações potenciais de crise matrimonial (por ex. lidar com os familiares do cônjuge, lidar com a gestão doméstica, lidar com a conciliação família-trabalho, lidar com os desafios da educação dos filhos, ausência de espaços temporais de reconciliação ou "refrescamento" do relacionamento no interior do casal, lidar com a gestão financeira familiar, ocupação dos tempos livres do casal, lidar com as várias crises de idade do homem e da mulher, etc.etc.), mas também de situações que possam estimular e consolidar o bom relacionamento afectivo e conjugal dos casais desde o início, passando pelo aparecimento dos filhos, até mais tarde.
O Estado deveria credenciar instituições de natureza privada, nomeadamente associações civis e comunidades religiosas no sentido destas ministrarem cursos de formação pré-matrimonial obviamente de carácter facultativo (já que o contrário seria de constitucionalidade duvidosa) e fazer campanhas de incentivo à frequência pelos nubentes desses mesmos cursos.
A economia, os filhos, o sucesso escolar e a felicidade e realização pessoal dos próprios agradeceriam.
Este e o post que lhe antecedeu foram sugestões escritas que deixei aqui.

Sugestões para PME's mais competitivas


Como advogado tenho-me confrontado com uma situação meio grotesca que se prende com 2 aspectos da vida das PME's com quem lido.São eles os seguintes:

1) Má ou deficiente comunicação entre contabilistas e gerências de empresas, ao nível das medidas que estas últimas devem adoptar para salvaguar as suas empresas da falência (por ex. a necessidade de remeter cartas a solicitar a cobrança de facturas vencidas, a importância da inclusão na rubrica "créditos de cobrança duvidosa" das quantias facturadas mas não pagas, etc...).

2) A muito deficitária formação da esmagadora maioria dos gerentes em áreas de gestão (por ex. até quando parar o fornecimento de material ou serviços numa conta-corrente), regras de contabilidade (por ex. onde e como gerir o dinheiro em caixa, a movimentação da conta bancária da empresa, etc.) e regras fiscais (por ex. como abater um iva de uma factura não paga, quais as consequências do atraso do pagamento de um iva; em caso de aumento do passivo favorecer amortização de dívida às finanças em detrimento de amortização de dívida a fornecedores, quais as situações de incumprimento fiscal que poderão gerar uma situação de reversão fiscal ou uma situação de prática de crime, etc., etc.).


Em suma, é indispensável, por um lado, dar mais formação aos gerentes das PME's nesta área e, assim como é necessário frequentar um curso de formação para se poder ser sócio de uma sociedade de mediação imobiliária, de igual modo, deveria ser obrigatório para qualquer gerente de uma empresa frequentar um curso rápido e intenso que transmitisse conhecimentos iminentemente práticos sobre estas matérias mais importantes para a sobrevivência e boa gestão das empresas.
Por outro lado, deveria ser obrigatório para os TOC remeter circulares via e-mail ou pessoalmente ou até por correio ao gerentes com assinatura de recepção contendo informações de "boas práticas" nas quais estas e outras matérias relacionadas com gestão, contabilidade e finanças pudessem ser comunicadas às gerências e respectivo secretariado de apoio à gerência para aplicação no seu dia a dia.
É com grande tristeza que tenho conhecimento de empresas cujos gerentes são tecnicamente muito bons no ramo de actividade industrial ou de prestação de serviços onde operam mas depois, fruto de má formação e informação, por vezes, quase inconscientemente levam (ou, pelo menos, não evitam que) as suas empresas caiam em situações deficitárias.


Por fim, já que o governo não aceita que os IVA's sejam apenas pagos ao Estado com o recibo e não com a facturação, então, ao menos que se facilite a recuperação do IVA em casos de não pagamento de facturas.
O regime actual é excessivamente burocrático exigindo, para muitos casos, o recurso a uma acção judicial de natureza executiva mesmo quando se sabe que a mesma será inconsequente, gastando-se recursos da empresa no pagamento de honorários de advogado e custas judiciais só para, mais tarde, se poder recuperar o IVA através da confirmação de inexistência de bens da empresa devedora.

domingo, 15 de março de 2009

Ser advogado e ser honesto

Este artigo do Pedro Mexia que crítica fortemente o exercício da advocacia merece o meu elogio.

Há quem diga que nós só nos picamos com o Juízes porque estes são os únicos que estão acima de nós.

O que é certo é que as críticas do Pedro Mexia têm muita razão de ser e, penso que, ao mesmo tempo que criticamos os outros, deveríamos também meter as mãos na nossa consciência e pensar, desde logo, no estágio, em que medida é que nos forçamos por ser uma profissão de gente honesta, correcta e respeitável.

Lembro-me de S.Ivo, patrono dos advogados, mas também de S. Thomas More, advogado e juíz de grande rectidão moral e profissional e apetece-me dizer S. Ivo e S. Thomas rogai por nós !

sábado, 14 de março de 2009

Viver, apesar de tudo, compensa

O estado da Nação

Esta 6 ª feira, 13, foi um dia muito rico em ocorrências que muito nos dizem sobre o estado da nação:

- A manifestação da CGTP, mais do que uma revolta do proletariado, demonstra o profundo descontentamento das pessoas em relação ao Governo Sócrates que, apesar de todas as manobras diárias de propaganda, mostra-se cada vez mais saturado.
- Manuel Alegre dá uma entrevista à Antena 1 que é, para mim, uma pedrada no charco no situacionismo generalizado. Ele e Helena Roseta, apesar de estarem nas antípodas das minhas opções políticas, têm vindo a chamar à atenção para o facto dos partidos políticos já não representarem as pessoas e, por isso, decidem não ir votar. Esta é uma análise realista daquilo que se passa no mundo do dia a dia, onde cresce a convicção que as várias eleições deste ano, em particular, as Europeias e as Legislativas vão atingir os índices mais altos de abstenção de sempre. As pessoas estão saturadas da verborreia dos políticos e desanimadas pelos vários escândalos financeiros e pelo constante adiamento, entre outras, de reformas importantes na administração pública.
- Sobre o aumento da criminalidade, apesar do Ministro Rui Pereira continuar com o seu discurso oficial mascavado alegando que está tudo óptimo, destaco 2 intervenções de 2 pessoas que conhecem o sistema por dentro e, por isso, denunciam em sintonia as razões dos números do crime. Segundo o Juiz Desembargador Rui Rangel (na sua intervenção semanal na TSF) e do ex-ministro da administração interna, Ângelo Correia (em entrevista ao Jornal das 9 da Sic notícias), a razão, para além da conjuntural ligada à crise económica, reside nas alterações desastrosas ao Código de Processo Penal que vieram incrementar o laxismo e a permissividade no sistema judicial penal.
Já o disse em várias ocasiões, o Código de Processo Penal passou do 8 para o 80; fizeram-se correcções positivas na lei, mas muitas foram feitas à parva e sem conhecimento da prática processual penal.
Conclusão desta história: Não acredito que Sócrates, a ganhar, o faça com maioria absoluta e os as percentagens altas de abstensão que prevejo demonstram a falência deste tipo de democracia representativa caduca.
P.S.- Maria Flor Pedroso, da Antena 1 e Mário Crespo, da Sic Notícias, têm demonstrado, nos últimos tempos, serem, na rádio e tv, em termos de independência e competência técnica, dos melhores jornalistas da actualidade.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Escolas públicas nos EUA descobrem vantagens do ensino não misto

Aqui

Mais um episódio triste da nossa Justiça


O meu bastonário volta à carga, sem papas na língua, aqui.


A justiça é mais uma das muitas áreas que necessitam de uma revolução de mentalidades por parte de todos os intervenientes:


- Nós advogados, devemos fomentar mais a conciliação e a resolução extra-judicial dos conflitos.


- Os Senhores Magistrados do Ministério Público e Judiciais, por sua vez, têm que passar a ter mais preocupação e empenho na procura da descoberta da verdade e passar a ter menos medo de decidir, sem arranjar subterfúgios kafkianos na lei processual.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Os meios justificam os fins

"O que é realmente importante na vida é vencer, enriquecer, mandar, ganhar votos e triunfar. Vender e comprar mais. Fazer subir a curva dos lucros. Aumentar as adesões. Subir as audiências. Melhorar as sondagens. Passar nos exames. Alcançar um estatuto de importância e reconhecimento. Apostar no futuro e na tecnologia. Acreditar em si e nos seus. Ter êxito. Estes são os valores que presidem à nossa vida. De tal modo que os meios para atingir os objectivos são de menor ou nenhuma importância."
António Barreto
in "Retrato da Semana", jornal "O Público" de 8 de Março de 2009

Aventuras na prisão

Nas minhas idas à prisão, fico a saber as coisas mais surpreendentes sobre o que lá se passa.

Dou 2 exemplos:

- O fervor religioso dos presidiários de religião muçulmana que, apesar dos motivos pouco religiosos que possam estar na origem da sua prisão, mantêm o fervor religioso, em particular, mediante as orações diárias viradas para Meca.

- A contenção de despesas que obriga a que, a partir de uma dada hora da noite, as luzes nas celas sejam cortadas, passando, então, os presidiários a usar as suas.....velas. Sim velas é verdade !

terça-feira, 10 de março de 2009

Vale a pena ver

Tudo depende da perspectiva e da poesia que se dá ao dia a dia:

Este videoclip ganhou o prémio de curta-metragem do Festival de Cannes


Alberto João sugere corte nos lucros para manter salários

Excelente sugestão esta a de Alberto João Jardim, numa altura em que o presidente da república apela, e bem, para um aumento da consciência e responsabilidade social de todos os portugueses e, em particular, dos que mais podem.

Ainda a este propósito de uma visão mais remediada e solidária da vida económica pessoal, deixo aqui o excerto de uma excelente reportagem do New York Times:

Carol Morgan, who teaches law at the University of Georgia and whose husband has a private law practice, said she felt a responsibility to cut needless spending. “That is probably something that is a prudent thing to do in any event, but particularly now I see it as the right thing, as the moral thing to do,” she said, adding that she also hoped to increase her charitable giving. “Before, extravagance and opulence was the aspiration, and if we can replace that with a desire to live more simply — replace that with time with family, or time for spirituality — what a positive outcome to a very negative situation.”
Kim Gatlin, a novelist who lives in Park Cities, in the Dallas area, said some of her friends had urged their husbands not to give them jewelry over the holidays. “They were like, you know, ‘There’s nothing I’m dying for right now — let’s just wait,’ ” she said. “It makes them feel like they’re participating, although they don’t contribute to the income stream.”
Even some of the very affluent said they were reluctant to be conspicuous in their spending.
“It’s disrespectful to the people who don’t have much to flaunt your wealth,” said Monica Dioda Hagedorn, 40, a lawyer in Atlanta who is married to an heir of the Scotts Miracle-Gro fortune. “I have plenty of dresses to last me 10 years.”

Casa roubada, trancas à porta

Aqui

segunda-feira, 9 de março de 2009

A "Juno" Madeirense

Infelizmente, vivemos numa cultura onde abortar é socialmente mais aceitável e "discreto" do que dar para a adopção.

O filme "Juno" veio desmistificar essa opção preferencial pelo aborto apresentando como alternativa credível a via da adopção, apesar de todas as vicissitudes daí decorrentes, nomeadamente o ter que aguentar a gravidez até ao fim, sujeitando-se aos habituais falatórios, alterações morfológicas, pressão psicológica, etc., etc.

O que é certo é que optar pela adopção em alternativa ao aborto é, sobretudo, um enorme acto de coragem e extrema generosidade.Agora, na Ilha da Madeira, uma jovem teve essa coragem e generosidade - é a nossa Juno !

"Quando uma jovem recebe a notícia de que será mãe a primeira reacção é de revolta. Não quer acreditar que aquilo está a acontecer com ela e o mundo parece ter-lhe desabado na cabeça. Depois do choque, e quando sentem os primeiros movimentos fetais e vêem o seu corpo a transformar-se é que ganham consciência do seu estado. Há jovens que se recusam ter a criança, outras decidem dar para adopção. Regina Sampaio conta que no ano passado houve um único caso desta natureza. «Assim que soube que estava grávida, a jovem decidiu que iria entregar a criança, assim que esta nascesse, para adopção. É muito raro isto acontecer. Aliás, este caso foi partilhado pela família e foi um processo encaminhado».

João Moura a presidente da Câmara de S.Brás de Alportel


A partir de agora estou também num outro blog, este de natureza política, aqui.


Destacarei, numa outra oportunidade, as virtudes e qualidades do Dr. João Moura, como candidato a presidente da Câmara de S.Brás de Alportel.


Louvo, desde já, três características, o seu entusiasmo; o amor que tem pelo concelho de S.Brás de Alportel e a vontade prática e concreta de fazer mais e melhor.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Assim se dá catequese

Uma das origens da crise actual é inegavelmente a existência de uma crise ética e de valores.
E essa crise existe porque, muitas vezes, nós não estamos motivados para a prática dessa ética de valores e também porque, por sua vez, quem nos deveria motivar para essa ética de valores (família, Estado, Igrejas, entre outras) não o faz de forma conveniente, nem muito menos de forma convincente.

No caso concreto da Igreja Católica e, em particular, da Igreja Católica Portuguesa verifica-se uma enorme debilidade ao nível da capacidade de mobilização que está muito relacionada com a incapacidade de transmitir de maneira convincente a sua mensagem.

Alguma parte da Igreja Católica Portuguesa ainda vive pensando que pode beneficiar dos privilégios do Estado e que a sua preponderância se justifica somente por motivos de ordem cultural, religiosa ou até mesmo etnográfica.
Há a ideia de que basta celebrar casamentos, baptizados e cumprir o minímo de ir à missa ao domingo. A ideia de formar, de motivar ou de impelir à acção é coisa pouco falada.

Há uns meses atrás, chamou-me à atenção, na cidade espanhola de Huelva, um cartaz gigante que praticamente tapava um dos lados da fachada de um Igreja Católica, onde se anunciava um curso de formação doutrinal com temas apelativos e num horário adequado.
E, para ilustrar esse convite feito ao público, citava a resposta que Cristo deu a alguns dos seus primeiros discípulos que lhe perguntaram "Mestre, onde vives".
E a resposta lá estava em letras garrafais impressas junto a uma das avenidas mais movimentadas de Huelva em forma de convite a todos os transeuntes - "Vinde e Vede !".

Como dizia o Cardeal John Foley, responsável pela relação entre a Igreja e os Media, numa conferência a que assisti há muitos anos atrás na Universidade Católica, a Igreja tem para oferecer algo muito melhor do que a coca-cola, mas a coca-cola faz mais e melhor divulgação do que a Igreja.

Muitos sacerdotes portugueses cultivam uma linguagem inacessível, moralista-bafienta, abstracta e que nada tem a ver com a vida do dia a dia das pessoas ou, melhor, não conseguem ligar o sentido e utilidade da mensagem cristã às necessidades e contingências do nosso dia a dia.

Numa situação em que é difícil arranjar catequistas formados quer do ponto de vista doutrinal, quer do ponto de vista pedagógico, deve ser, muitas vezes, o próprio sacerdote a "descer" do seu altar, colocando-se ao nível das pessoas, a comunicar de forma gráfica e (porque não?) divertida a mensagem dos valores que pretende transmitir.

Aqui deixo um exemplo positivo concreto de um jovem sacerdote norte-americano, de 31 anos, que se coloca ao nível de jovens adolescentes para lhes transmitir o sentido e a utilidade do sacramento da confissão. Fá-lo de uma forma divertida, encenando um teatro onde ele próprio, no final, finge confessar-se a um dos jovens aí presente.

quarta-feira, 4 de março de 2009

O que o Rei nos diz sobre o estado do nosso país


Sabe bem ouvir o que o porta-voz dos valores ancestrais da pátria portuguesa nos tem a dizer sobre o estado actual do nosso país.

Eí-lo:


Tem vindo a crescer em Portugal um sentimento de insegurança quanto ao futuro, sentimento avolumado por uma crise internacional, económica e social, de proporções ainda não experimentadas pela maioria dos portugueses. São momentos em que importa colocar perguntas à Democracia que desejamos.
Admitindo-se que a situação concreta é grave, torna-se necessário encará-la de frente, antevendo todos os aspectos em que os portugueses experimentam dificuldades.
Os tempos de crise vão-nos trazer privações mas também vêm exigir reflexão. Este é o momento de olharmos para o que somos. Para este país tão desaproveitado. Para a sua costa atlântica com Portos tão ameaçados, para uma fronteira tão vulnerabilizada, para um património cultural tão desaproveitado.
Temos de perguntar até onde deixaremos continuar o desordenamento do território, que levou a população a concentrar-se numa estreita faixa do litoral, ocupando as melhores terras agrícolas do país e esquecendo o interior, reduzido a 10% do PIB.
Temos de perguntar à economia portuguesa por que razão os bens de produção são despromovidos perante os “serviços”, o imobiliário, e ultimamente, os serviços financeiros. O planeamento das próprias vias de comunicação se subjugaram a essa visão.
Temos de perguntar até onde o regime democrático aguenta, semana após semana, a perda de confiança nas instituições políticas e uma atitude de “caudilhização” do discurso.
Temos de perguntar até onde continuaremos a atribuir recursos financeiros a grandes naufrágios empresariais, ou a aeroportos e barragens faraónicas que são erros económicos.
Temos de perguntar até onde o sistema judicial aguenta, sem desguarnecer os direitos dos portugueses, a perda de eficácia e a morosidade crescente dos processos.
Temos de perguntar se não deveríamos estabelecer um serviço de voluntariado cívico em que os desempregados possam prestar um contributo à comunidade.
Temos de perguntar até onde as polémicas fracturantes que só interessam a uma ínfima minoria política, não ofendem a imensa maioria das famílias, preocupadas com a estabilidade pessoal e económica.
Temos de perguntar como vamos aproveitar o ciclo eleitoral que se avizinha, a começar pelas eleições europeias, onde será desejável que apareçam independentes que lutem pelos interesses nacionais.
Temos de perguntar se nas relações lusófonas, estamos a dar atenção suficente às relações especiais que sempre existiram entre Portugal e o Brasil.
Para ultrapassarmos as dificuldades, precisamos de todos os nossos recursos humanos em direcção a uma economia mais “real”, mais sustentada, mais equitativa, uma economia em que respirem todas as regiões a um mesmo “pulmão”.
Apesar de tudo, o nosso sector bancário fugiu das estrondosas irresponsabilidades dos congéneres mundiais. Saibam os Governos regulamentar os apoios para as empresas grandes, médias ou pequenas mas que sejam produtivas.
Em regime democrático, exige-se processos e discursos ditados pelo imperativo de responsabilidade. A equidade e integridade territorial só poderão ser obtidas com a participação de todos, e com sacrifícios para todos.
Estamos confiantes que somos capazes de fazer das nossas fragilidades as nossas maiores vantagens. Onde outros tiveram soluções muito rígidas que falharam, nós venceremos promovendo os portugueses que lutam por um país de imensas vantagens competitivas.
Mostremos como somos um grande País, uma Pátria em que todos cabem porque acreditam na Democracia. Portugal precisa de mostrar o seu projecto para o século XXI. Pela minha parte, e pela Casa Real que chefio, estou, como sempre, disponível para colaborar.



Lisboa, 3 de Março de 2009

Discurso de encerramento do I Congresso Marquês Sá da Bandeira


Fonte foto: Homem Cardoso

Filhos, doenças de inverno e o caos

Quando os filhos ainda não atravessaram o cabo das Tormentas dos 2 anos e meio e passam o inverno a ser infectados pelos coleguinhas no infectário, desculpem-me, infantário, as bombas, às vezes, arrebentam a meio da semana, com idas para as urgências, horas à espera do atendimento no pediatra, cancelamento abrupto de multíplos compromissos profissionais, acumulação de trabalho atrasado e por fazer.
Numa palavra.........gerir o caos !

domingo, 1 de março de 2009

Joker Jack Nicholson

Os fans de Heath Ledger que me perdoem mas, comparando a sua prestação com a de Jack Nicholson, continuo a achar que este último é mais brilhante e único, imprimindo à personagem uma densificação muito mais forte e intensa.
Ainda assim, a interpretação de Heath Ledger é também muito boa, mas quando se tem como termo de comparação Jack Nicholson é difícil vencer a disputa.
Aqui deixo uma das cenas mais emblemáticas do Joker Jack Nicholson, na famosa e peripatética cena da invasão ao Museu:

Aos Domingos, comprar o Público


A partir de hoje, Domingo, e nos próximos 6 domingos seguintes, comprem o jornal "O Público" mais o livro em anexo que custa apenas 2,00€.


O valor do livro reverterá a favor da associação "Ajuda de Berço".


Os bébés agradecem !



(Recebida por e-mail)


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