Os homens, a mula e o pudim
Os homens são a coisa mais fantástica que há à face da terra. Mas, por vezes, são umas autênticas mulas porque metem argolada e depois disso, metem argolada outra vez. O grande mal do homem não está na falta de inteligência, está na falta de vontade que se deixa seduzir por essa coisinha doce e melosa, como um pudim. E quando assim é, o homem torna-se naquilo pelo qual se deixa seduzir- um pudim que qualquer colher esquarteja e leva à boca até desaparecer. Perceberam?
terça-feira, 28 de março de 2017
quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
domingo, 20 de novembro de 2016
A visão económica de João César das Neves
Os portugueses nascem convencidos de que todos os seus males se devem aos políticos ou aos ricos, em especial aos banqueiros.
Essa tese, se é plausível e sustentável, é também cómoda e
desculpabilizadora. É preciso cada um assumir as suas próprias
responsabilidades. Nunca podemos esquecer que, por muito maus que sejam,
os dirigentes políticos e económicos vivem da boa vontade dos seus eleitores ou clientes. No final, precisamente por serem quem são, as massas determinam todos os outros aspectos.
(....)
A verdadeira origem do colapso financeiro está num aparelho produtivo que não gera riqueza suficiente para pagar as suas contas.
(...)
as dificuldades nanceiras de Portugal não estão, antes de mais, na
banca, no Estado ou em alguns sectores particulares. Elas representam
uma característica de toda a economia. Os graus são diferentes, mas o problema é comum.
(...)
Não há capital por duas razões. A primeira é que o povo não poupa.
Como vimos, a taxa de poupança das famílias portuguesas, que no início
deste ano passado estava em 3,3%, situa-se no registo mais baixo da
nossa história, e é um dos valores mais baixos da União Europeia – cerca
de um terço dos países com quem nos gostamos de comparar. Sem ovos não
se fazem omeletes, e esta razão chega e sobra para que em Portugal não
haja capital. O nosso país, que há duas gerações era campeão mundial da
poupança, mudou de hábitos e gasta o que tem e o que não tem, sem pensar
no futuro. Assim não pode haver capital. É crucial notar que esta
razão, de longe a mais importante, nada tem a ver com políticos,
empresários ou banqueiros. É o povo, todo o povo, que toma uma atitude
de consumidor e devedor em vez de aforrador e investidor.
(...)
Existe outro motivo para a nossa situação, que tem a ver com o mau uso do pouco capital que temos e a incapacidade de atrair capital alheio.
Aí podemos assacar culpas a governos envolvidos em despesas
improdutivas, banqueiros que emprestaram a projectos tontos ou
especulativos, e empresários sem visão ou capacidade. Todos eles,
acusados por tantos dos nossos males, são justamente condenados, mas não
constituem o elemento determinante que, de algum modo, está também por
detrás deles. Porque foram as populações perdulárias que elegeram e
apoiaram os governos esbanjadores e eram clientes dos projectos vácuos e
de empresários incompetentes. A culpa de Portugal não ter capital é dos portugueses. Todos.
Quando
não há poupança, a solução é usar crédito. Foi isso que as nossas
empresas e famílias, além do Governo, fizeram durante duas décadas,
acumulando uma das maiores dívidas mundiais. Crédito parece, mas não é,
capital. Pode ser uma forma temporária de aceder a fundos que,
aplicados de forma produtiva, se venham a transformar em capital. Mas
uma abundância acumulada com dívida tem um perigo evidente. Precisamente
aquele que hoje nos assola.
é urgente fazer uma transformação profunda e radical na
estrutura da nossa economia para romper bloqueios, eliminar privilégios,
lançar dinamismos. Sem transformar seriamente o quadro geral,
esperam-nos décadas de marasmo.
“As 10 Questões do Colapso. Portugal: a provável derrocada financeira de 2016-2017”,
Prof. César das Neves
Daqui
domingo, 31 de julho de 2016
domingo, 26 de junho de 2016
O povo leva-se por sentimentos e não por ideias
“Um
dos maiores problemas do nosso tempo é que nós somos governados por pessoas que
dão maior importância a sentimentos do que a pensamentos e ideias”
Margaret Tatcher
segunda-feira, 6 de junho de 2016
Faz também o dia de alguém
Ao fim da tarde de domingo, encontrei, com os Deolinda, em Loulé, esta música e esta letra e o desafio de "fazer o dia de alguém" ou que alguém nos faça o dia a nós.
Fazes no dia que nasce
A manhã mais bonita
A brisa fresca da tarde
A noite menos fria
Eu não sei se tu sabes
Mas fizeste o meu dia também
Esse bom dia que dás é outro dia que nasce
É acordar mais bonita
Trabalhar com vontade
É estar no dia com pica
É passar com a vida e desejar-te um bom dia também
Um bom dia para ti
Não que apenas passa não que pesa e castiga
Não que esqueças mais tarde
Mas o dia em que me digas
Ao ouvido baixinho ai tu fizeste o meu dia também tão bom também
Faz também o dia de alguém
Faz também o dia de alguém
Faz também o dia de alguém
Faz também o dia de alguém
Fazes no dia que nasce
A manhã mais bonita
A brisa fresca da tarde
A noite menos fria
Eu não sei se tu sabes
Mas fizeste o meu dia também
Um bom dia para ti
E para o estranho que passa
Para aquele que se esquiva
Para quem se embaraça e se cala na vida
Mesmo que não o diga
Ai tu fizeste o meu dia também tão bom também
Faz também o dia de alguém
Faz também o dia de alguém
Faz também o dia de alguém
Faz também o dia de
quarta-feira, 2 de março de 2016
Para memória futura: O orçamento de Estado do PS de 2016 é um conto de fadas
As contas do Governo apostam numa retoma incerta especialmente no actual contexto de abrandamento económico, confiam na receita de impostos indirectos que depende do consumo decidido pelas famílias, e não detalham como serão garantidas as poupanças previstas, avisa o organismo liderado por Teodora Cardoso na sua análise à proposta de Orçamento do Estado, publicada esta terça-feira, dia 1 de Março.
Fonte: Jornal de Negócios
Comentário:
O Orçamento de Estado de 2016 da autoria do PS e com o apoio do BE, do PCP e dos Verdes é um autêntico conto de fadas, elaborado tendo por pressuposto uma melhoria significativa do contexto económico nacional e internacional em quem ninguém acredita, além do PS.
Mais uma vez, vivem no delírio !
Fonte: Jornal de Negócios
Comentário:
O Orçamento de Estado de 2016 da autoria do PS e com o apoio do BE, do PCP e dos Verdes é um autêntico conto de fadas, elaborado tendo por pressuposto uma melhoria significativa do contexto económico nacional e internacional em quem ninguém acredita, além do PS.
Mais uma vez, vivem no delírio !
terça-feira, 16 de junho de 2015
Estado pagar 45 abortos por dia, a 700 euros cada
CHOCANTE !!!
Num país em crise de natalidade profunda, onde o sistema de Segurança social corre riscos sérios de colapso pela redução do nº de contribuintes, onde existem listas de espera de casais que aguardam por uma criança para adoção, o Estado paga 45 abortos por dia, 45 vidas ceifadas diariamente, a 700 euros cada.
Quando é que esta chacina acaba ?
Quando é que se promove um efetivo e real planeamento familiar que evite esta chacina ?...
Quando é que se incentiva o casal que quer abortar, a dar para adoção ?
Quando é que se apoia verdadeiramente quem apenas aborta por motivos de natureza económica ?
«Interrupção voluntária da gravidez custou ao Estado mais de 11 milhões de euros em 2014. Oito mulheres abortaram mais de dez vezes.»
«Em Portugal forma realizados no último ano 16 589 abortos, 30 por cento dos quais em clínicas e hospitais privados. Por dia, de acordo com o Relatório dos Registos das Interrupções da Gravidez, há 45 mulheres que abortam. No total, os abortos custaram ao Estados 11,6 milhões de euros, uma média de 700 euros por cada interrupção voluntária.»
Fonte: Correio da Manhã
«Em Portugal forma realizados no último ano 16 589 abortos, 30 por cento dos quais em clínicas e hospitais privados. Por dia, de acordo com o Relatório dos Registos das Interrupções da Gravidez, há 45 mulheres que abortam. No total, os abortos custaram ao Estados 11,6 milhões de euros, uma média de 700 euros por cada interrupção voluntária.»
Fonte: Correio da Manhã
terça-feira, 20 de janeiro de 2015
O Aborto legal está descontrolado !
É com 35 mil assinaturas que um movimento de cidadãos pretende obrigar o Parlamentar a apreciar e a votar um conjunto de alterações à lei da interrupção voluntária da gravidez (IVG) e implementar medidas de "apoio à maternidade e paternidade".
As modificações passam, por exemplo, por "pôr termo à actual equiparação entre IVG e maternidade para efeitos de prestações sociais", obrigar as grávidas a assinar as ecografias feitas para determinação do tempo de gestação e a aplicação de taxas moderadoras neste acto.
"Portugal é dos poucos países europeus, se não mesmo o único, em que o aborto legal é gratuito", diz, em entrevista à Renascença, António Pinheiro Torres, advogado, antigo deputado do PSD e um dos rostos da iniciativa "Pelo Direito a Nascer".
Querem obrigar o Parlamento a apreciar um conjunto de mexidas na lei da interrupção da gravidez. O que vos levou a avançar para esta petição? A sociedade portuguesa já percebeu, até pelos resultados da lei do aborto, que aquilo que aconteceu ultrapassou as piores expectativas que se podiam ter quando em 2007 o assunto foi discutido.
Fazem um balanço negativo da lei. Mas o número de abortos está na média europeia ou é mesmo mais baixo. Uma em cada cinco gravidezes em Portugal termina em aborto. Temos 80 e tal mil nascimentos por ano e cerca de 19.800 abortos. É um número completamente trágico. A medida do impacto do aborto na saúde pública faz-se comparando-o com o número de gravidezes. Sabemos que um quarto destes abortos legais são de mulheres que abortam mais do que uma vez. E crescem os episódios de infecções na consequência da prática do aborto legal. Infelizmente, a prática do aborto legal em Portugal está completamente fora do controlo.
Além disto, existe o aspecto muito gravoso e chocante do financiamento que o Estado faz ao aborto, concedendo uma licença de "parentalidade" de 15 a 30 dias paga a 100% - é uma situação sem qualquer comparação com outro acto praticado no Serviço Nacional de Saúde. Este aspecto da gratuitidade – [o aborto] também não paga taxas moderadoras, independente do rendimento da mulher – é bastante escandaloso e não estava implícito na resposta "sim" no referendo de 2007. O que se decidiu foi a despenalização do aborto e não que o Estado financiasse e desse incentivos à prática do aborto legal.
Também por essa razão é que muitas vozes autorizadas da campanha do "sim", como o doutor Miguel Oliveira e Silva, vêm agora dizer que é necessário olhar para aquilo que aconteceu e corrigir os aspectos mais gravosos desta lei.
A Direcção-geral da Saúde alerta que aplicar taxas moderadoras à IVG podia levar a um aumento do aborto ilegal. Se assim fosse, em relação a todos os outros actos médicos praticados no SNS, a existência de taxas moderadoras faria com que as pessoas não recorressem ao SNS. E, por outro lado, se existem pessoas que têm os meios financeiros necessários, por que não hão-de pagar como pagam qualquer outro acto? E quatro em cada cinco utentes do SNS não pagam taxas moderadoras, estão isentos.
Quanto deveria custar um aborto? Não lhe sei dizer. Portugal é dos poucos países europeus, se não mesmo o único, em que o aborto legal é gratuito…
A esquerda quer manter a isenção de taxas moderadoras na IVG. O PSD e o PP têm adiado a discussão da questão. Têm esperança que isso mude? No referendo de 2007 os dois lados da questão estavam de acordo que o aborto não era desejável. O que se pretendia era apenas a sua despenalização. Corresponde a um sentimento da sociedade portuguesa, espero que a maioria saiba auscultá-lo. Por outro lado, é essa a perspectiva do seu eleitorado. Por isso, esperamos que por parte do CDS e do PSD exista uma posição positiva sobre esta iniciativa.
A reavaliação da aplicação da lei foi aprovada no último congresso do PSD, através de uma moção da qual foi o primeiro subscritor. Por que razão o partido não avançou? É verdade que não foi dado nenhum passo por nenhum partido da maioria. Num congresso da Juventude Popular foi aprovada uma moção no mesmo sentido. É por essa razão que nos vimos obrigados a tomar esta iniciativa, para que o Parlamento seja posto perante esta questão: se quer continuar com uma situação descontrolada do aborto legal em Portugal ou se pretende olhar para esta situação e tentar remediá-la. Sobretudo, com este pensamento de impedir que uma mulher venha a abortar porque desconhece aqueles apoios a que pode aceder ou porque desconhece a realidade do acto que vai praticar –
coisa que constatamos no nosso dia-a-dia nas associações de defesa da vida.
Mas a lei já prevê que se dê informação às grávidas, que se fale das alternativas, que a mulher tenha noção do acto que quer realizar. Na prática não está a acontecer?
Constatamos que também nesse aspecto no SNS ou nas clínicas privadas a situação está fora de controlo. Uma mulher que pretenda praticar o aborto legal obtém uma guia de marcha pela simples menção de que isso corresponde à sua pretensão. O que pretendemos é que algumas das previsões, que se encontram na actual regulamentação, sejam efectivas.
A nossa experiência no contacto diário com estas mulheres é que muitas vezes elas não têm noção do tipo de apoios a que podem aceder e algumas, tendo essa noção, desistem de fazer o aborto. Penso que é esse o objectivo de toda a gente, do "sim" ou do "não": que exista menos aborto em Portugal. Por isso é que fizemos estas propostas concretas que desenvolvem ou tornam obrigatórias algumas das previsões que se encontram na lei.
Dizem que vários aspectos dos regimes de faltas e licenças laborais e de apoios sociais equiparam o aborto ao nascimento. Esse subsídio é concedido quando as intervenções são "impeditivas de actividade laboral, medicamente certificadas", entre 14 e 30 dias depois. Não basta?
O que acontece é que são equiparados a alguns dos benefícios da maternidade, na lei do trabalho, na Segurança Social, à interrupção voluntária da gravidez. É por essa via que as pessoas que fizerem aborto legal têm direito a esses mesmos subsídios e licenças. Sugerimos estas modificações para que, se existir a necessidade de uma baixa médica, ela deve ser concedida como em qualquer acto do SNS, sem que haja uma situação de privilégio em relação a qualquer acto praticado.
Segundo a DGS, só uma pequena parte das mulheres que interrompem a gravidez solicita licenças pagas pela Segurança Social. A questão é a seguinte: uma parte recorre a essa licença. Está a gozar de uma situação de privilégio em relação a qualquer outra mulher que pratique qualquer outro acto no SNS e essa distinção é uma injustiça. É uma questão de igualdade. Incentivar o aborto através de condições excepcionais leva a que o aborto legal seja mais praticado.
Quando se fala em taxa de reincidência, a DGS situa-a em 1%, enquanto os movimento contra a IVG falam em cerca de 25%. A que se deve esta discrepância?
Olhando para os relatórios da própria DGS constata-se que um quarto das mulheres que pratica o aborto já o fez anteriormente. O que a DGS faz quando apresenta essa percentagem é calcular apenas em relação às mulheres que o praticaram no próprio ano. Mas há uma coisa extraordinária: hoje em dia quem surge em defesa da lei é um organismo oficial do Estado, a quem só compete aplicar a lei e não ser a tribuna de defesa da própria lei.
Por que razão defendem também que o pai tenha uma palavra na hora de decidir abortar? Temos uma situação paradoxal: se uma mulher decidir proceder com a sua gravidez pode depois exigir responsabilidades ao pai, mas o pai em relação à decisão sobre o aborto legal não tem qualquer palavra. São os dois que fizeram o filho, logo era normal que ambos participem em tudo o que diz respeito à vida do seu filho. Infelizmente, no actual quadro legislativo basta a vontade da mãe. Não faz qualquer sentido que só ela possa decidir sobre a vida da criança. O que pretendemos é não deixar uma mulher sozinha perante esta circunstância dramática.
Se o pai estiver contra o aborto e a mulher quiser fazê-lo, o que deve imperar? À face da lei portuguesa a decisão é soberana. Não deveria ser. Mas, neste momento, o progenitor nem sequer é chamado a participar nesse processo.
Defendem que o homem deve poder impedir o aborto? Isso não faz parte da proposta que entregaremos ao Parlamento. Embora seja triste que uma mulher esteja completamente sozinha numa circunstância dessas.
Alguns críticos da vossa proposta dizem que é uma pressão emocional mostrar uma ecografia à grávida que equaciona o aborto. Podemos enganar as mulheres e dizer "não se passa nada, não vais fazer nada". A outra hipótese é dar-lhe todos os elementos. Nas associações de defesa da vida, quando proporcionamos à grávida que está a pensar abortar o acesso a uma ecografia e ela constata que a partir das nove semanas já bate um coração, muitas desistem – tomam consciência da humanidade do seu feto, da sua criança, que até àquele momento não lhe era completamente evidente. Às vezes, as mulheres decidem na mesma ir abortar. Mas isto é não fazer o que muitos estabelecimentos públicos e privados fazem: desliga-se o som da ecografia e vira-se a imagem de tal maneira que a mulher não a veja para que não tenha total consciência do que é o aborto. Quando mais tarde descobrem, os efeitos na sua constituição psíquica, no seu ânimo, são fatais. É evitar à mulher esse trauma futuro.
A vossa iniciativa legislativa não pede um novo referendo. Mas é um primeiro passo? O aborto é uma realidade dramática. O primeiro objectivo é que continue a ser um tema do debate público. Em relação à iniciativa, tem as propostas que fazem parte dela e não outras – não existe um propósito escondido nesta iniciativa, se não que o tema continue a ser objecto de debate público. Se existirá mais tarde um referendo sobre esta matéria em Portugal o futuro o dirá.
Entrevista Rádio Renascença de 20/01/2015
As modificações passam, por exemplo, por "pôr termo à actual equiparação entre IVG e maternidade para efeitos de prestações sociais", obrigar as grávidas a assinar as ecografias feitas para determinação do tempo de gestação e a aplicação de taxas moderadoras neste acto.
"Portugal é dos poucos países europeus, se não mesmo o único, em que o aborto legal é gratuito", diz, em entrevista à Renascença, António Pinheiro Torres, advogado, antigo deputado do PSD e um dos rostos da iniciativa "Pelo Direito a Nascer".
Querem obrigar o Parlamento a apreciar um conjunto de mexidas na lei da interrupção da gravidez. O que vos levou a avançar para esta petição? A sociedade portuguesa já percebeu, até pelos resultados da lei do aborto, que aquilo que aconteceu ultrapassou as piores expectativas que se podiam ter quando em 2007 o assunto foi discutido.
Fazem um balanço negativo da lei. Mas o número de abortos está na média europeia ou é mesmo mais baixo. Uma em cada cinco gravidezes em Portugal termina em aborto. Temos 80 e tal mil nascimentos por ano e cerca de 19.800 abortos. É um número completamente trágico. A medida do impacto do aborto na saúde pública faz-se comparando-o com o número de gravidezes. Sabemos que um quarto destes abortos legais são de mulheres que abortam mais do que uma vez. E crescem os episódios de infecções na consequência da prática do aborto legal. Infelizmente, a prática do aborto legal em Portugal está completamente fora do controlo.
Além disto, existe o aspecto muito gravoso e chocante do financiamento que o Estado faz ao aborto, concedendo uma licença de "parentalidade" de 15 a 30 dias paga a 100% - é uma situação sem qualquer comparação com outro acto praticado no Serviço Nacional de Saúde. Este aspecto da gratuitidade – [o aborto] também não paga taxas moderadoras, independente do rendimento da mulher – é bastante escandaloso e não estava implícito na resposta "sim" no referendo de 2007. O que se decidiu foi a despenalização do aborto e não que o Estado financiasse e desse incentivos à prática do aborto legal.
Também por essa razão é que muitas vozes autorizadas da campanha do "sim", como o doutor Miguel Oliveira e Silva, vêm agora dizer que é necessário olhar para aquilo que aconteceu e corrigir os aspectos mais gravosos desta lei.
A Direcção-geral da Saúde alerta que aplicar taxas moderadoras à IVG podia levar a um aumento do aborto ilegal. Se assim fosse, em relação a todos os outros actos médicos praticados no SNS, a existência de taxas moderadoras faria com que as pessoas não recorressem ao SNS. E, por outro lado, se existem pessoas que têm os meios financeiros necessários, por que não hão-de pagar como pagam qualquer outro acto? E quatro em cada cinco utentes do SNS não pagam taxas moderadoras, estão isentos.
Quanto deveria custar um aborto? Não lhe sei dizer. Portugal é dos poucos países europeus, se não mesmo o único, em que o aborto legal é gratuito…
A esquerda quer manter a isenção de taxas moderadoras na IVG. O PSD e o PP têm adiado a discussão da questão. Têm esperança que isso mude? No referendo de 2007 os dois lados da questão estavam de acordo que o aborto não era desejável. O que se pretendia era apenas a sua despenalização. Corresponde a um sentimento da sociedade portuguesa, espero que a maioria saiba auscultá-lo. Por outro lado, é essa a perspectiva do seu eleitorado. Por isso, esperamos que por parte do CDS e do PSD exista uma posição positiva sobre esta iniciativa.
A reavaliação da aplicação da lei foi aprovada no último congresso do PSD, através de uma moção da qual foi o primeiro subscritor. Por que razão o partido não avançou? É verdade que não foi dado nenhum passo por nenhum partido da maioria. Num congresso da Juventude Popular foi aprovada uma moção no mesmo sentido. É por essa razão que nos vimos obrigados a tomar esta iniciativa, para que o Parlamento seja posto perante esta questão: se quer continuar com uma situação descontrolada do aborto legal em Portugal ou se pretende olhar para esta situação e tentar remediá-la. Sobretudo, com este pensamento de impedir que uma mulher venha a abortar porque desconhece aqueles apoios a que pode aceder ou porque desconhece a realidade do acto que vai praticar –
coisa que constatamos no nosso dia-a-dia nas associações de defesa da vida.
Mas a lei já prevê que se dê informação às grávidas, que se fale das alternativas, que a mulher tenha noção do acto que quer realizar. Na prática não está a acontecer?
Constatamos que também nesse aspecto no SNS ou nas clínicas privadas a situação está fora de controlo. Uma mulher que pretenda praticar o aborto legal obtém uma guia de marcha pela simples menção de que isso corresponde à sua pretensão. O que pretendemos é que algumas das previsões, que se encontram na actual regulamentação, sejam efectivas.
A nossa experiência no contacto diário com estas mulheres é que muitas vezes elas não têm noção do tipo de apoios a que podem aceder e algumas, tendo essa noção, desistem de fazer o aborto. Penso que é esse o objectivo de toda a gente, do "sim" ou do "não": que exista menos aborto em Portugal. Por isso é que fizemos estas propostas concretas que desenvolvem ou tornam obrigatórias algumas das previsões que se encontram na lei.
Dizem que vários aspectos dos regimes de faltas e licenças laborais e de apoios sociais equiparam o aborto ao nascimento. Esse subsídio é concedido quando as intervenções são "impeditivas de actividade laboral, medicamente certificadas", entre 14 e 30 dias depois. Não basta?
O que acontece é que são equiparados a alguns dos benefícios da maternidade, na lei do trabalho, na Segurança Social, à interrupção voluntária da gravidez. É por essa via que as pessoas que fizerem aborto legal têm direito a esses mesmos subsídios e licenças. Sugerimos estas modificações para que, se existir a necessidade de uma baixa médica, ela deve ser concedida como em qualquer acto do SNS, sem que haja uma situação de privilégio em relação a qualquer acto praticado.
Segundo a DGS, só uma pequena parte das mulheres que interrompem a gravidez solicita licenças pagas pela Segurança Social. A questão é a seguinte: uma parte recorre a essa licença. Está a gozar de uma situação de privilégio em relação a qualquer outra mulher que pratique qualquer outro acto no SNS e essa distinção é uma injustiça. É uma questão de igualdade. Incentivar o aborto através de condições excepcionais leva a que o aborto legal seja mais praticado.
Quando se fala em taxa de reincidência, a DGS situa-a em 1%, enquanto os movimento contra a IVG falam em cerca de 25%. A que se deve esta discrepância?
Olhando para os relatórios da própria DGS constata-se que um quarto das mulheres que pratica o aborto já o fez anteriormente. O que a DGS faz quando apresenta essa percentagem é calcular apenas em relação às mulheres que o praticaram no próprio ano. Mas há uma coisa extraordinária: hoje em dia quem surge em defesa da lei é um organismo oficial do Estado, a quem só compete aplicar a lei e não ser a tribuna de defesa da própria lei.
Por que razão defendem também que o pai tenha uma palavra na hora de decidir abortar? Temos uma situação paradoxal: se uma mulher decidir proceder com a sua gravidez pode depois exigir responsabilidades ao pai, mas o pai em relação à decisão sobre o aborto legal não tem qualquer palavra. São os dois que fizeram o filho, logo era normal que ambos participem em tudo o que diz respeito à vida do seu filho. Infelizmente, no actual quadro legislativo basta a vontade da mãe. Não faz qualquer sentido que só ela possa decidir sobre a vida da criança. O que pretendemos é não deixar uma mulher sozinha perante esta circunstância dramática.
Se o pai estiver contra o aborto e a mulher quiser fazê-lo, o que deve imperar? À face da lei portuguesa a decisão é soberana. Não deveria ser. Mas, neste momento, o progenitor nem sequer é chamado a participar nesse processo.
Defendem que o homem deve poder impedir o aborto? Isso não faz parte da proposta que entregaremos ao Parlamento. Embora seja triste que uma mulher esteja completamente sozinha numa circunstância dessas.
Alguns críticos da vossa proposta dizem que é uma pressão emocional mostrar uma ecografia à grávida que equaciona o aborto. Podemos enganar as mulheres e dizer "não se passa nada, não vais fazer nada". A outra hipótese é dar-lhe todos os elementos. Nas associações de defesa da vida, quando proporcionamos à grávida que está a pensar abortar o acesso a uma ecografia e ela constata que a partir das nove semanas já bate um coração, muitas desistem – tomam consciência da humanidade do seu feto, da sua criança, que até àquele momento não lhe era completamente evidente. Às vezes, as mulheres decidem na mesma ir abortar. Mas isto é não fazer o que muitos estabelecimentos públicos e privados fazem: desliga-se o som da ecografia e vira-se a imagem de tal maneira que a mulher não a veja para que não tenha total consciência do que é o aborto. Quando mais tarde descobrem, os efeitos na sua constituição psíquica, no seu ânimo, são fatais. É evitar à mulher esse trauma futuro.
A vossa iniciativa legislativa não pede um novo referendo. Mas é um primeiro passo? O aborto é uma realidade dramática. O primeiro objectivo é que continue a ser um tema do debate público. Em relação à iniciativa, tem as propostas que fazem parte dela e não outras – não existe um propósito escondido nesta iniciativa, se não que o tema continue a ser objecto de debate público. Se existirá mais tarde um referendo sobre esta matéria em Portugal o futuro o dirá.
Entrevista Rádio Renascença de 20/01/2015
segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
terça-feira, 25 de novembro de 2014
Portugal: pobres na gestão
Este é um dos grandes
problemas, senão o MAIOR dos problemas do nosso país:
- A ausência ou
insuficiente formação dos nossos gestores, o que traz graves consequências para
3ºs, incluindo Finanças, Segurança Social, trabalhadores, fornecedores,
clientes e, claro, os próprios gestores.
Seria importante que,
desde a escola, se ensinassem regras de gestão, gestão do risco, estratégia,
etc., etc. ...
Os professores de gestão ficam muito zangados quando constatam que "qualquer um" abre uma empresa ou (pior) gere uma grande empresa sem ter (e/ou aplicar) os necessários conhecimentos técnicos que estão, desde há muito tempo, identificados.
Os professores de gestão ficam muito zangados quando constatam que "qualquer um" abre uma empresa ou (pior) gere uma grande empresa sem ter (e/ou aplicar) os necessários conhecimentos técnicos que estão, desde há muito tempo, identificados.
O único que vi a falar sobre isto foi António Carrapatoso, ex-presidente
da Vodafone.
Tudo o resto (sobretudo os socialistas), só falam na importância do betão...
Tudo o resto (sobretudo os socialistas), só falam na importância do betão...
Portugal vai ter uma grande dificuldade em sair da crise e em aumentar a
competitividade externa porque o sector público tem "constrangimentos agudos nas
suas competências de gestão" e os sectores exportadores vão no mesmo caminho,
estando aparentemente capturados num ciclo vicioso de falta de investimento e de
qualificações na área da gestão.
~O representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Lisboa, Albert
Jaeger, foi a Madrid explicar por que razão é tão difícil a reabilitação
económica de Portugal, mesmo depois da aplicação de um programa de ajustamento
que durou três anos. Desta vez, o diagnóstico foi centrado na falta de
competências da gestão nacional.
Na apresentação que fez na escola de gestão IE Business School no passado dia
14, Jaeger, o economista austríaco que ocupa o lugar de residente permanente do
FMI em Portugal, tentou responder à pergunta "Por que é tão difícil melhorar a
competitividade externa?"
A resposta veio em quatro pontos. As ferramentas de política ao dispor do
país são "limitadas", começou por dizer.
Fonte:DN
Veja a apresentação aqui
sábado, 22 de novembro de 2014
domingo, 9 de novembro de 2014
Divergente ou o desafio da educação
Nos
últimos tempos, têm surgido alguns filmes sobre adolescentes heróis e
determinados que procuram ser um pouco o contraste daquilo que muitos
adolescentes são na realidade. Estou-me a lembrar da série “Twilight”
ou dos “Jogos da Fome”, todos com sequelas ou ainda do recente “The
Giver”.
Há poucos meses atrás
foi lançado mais um filme deste género, baseado nos livros de Veronica Roth – “Divergente”.
A história deste filme fala-nos de um futuro onde as pessoas são, desde a
adolescência, divididas em grupos de acordo com as suas características. Porém,
existem pessoas que têm um pouco de cada um desses grupos, os chamados
“divergentes” que põem em causa a harmonia do sistema e devem, por isso, ser
eliminados.
Esta história faz-nos
lembrar as várias personalidades de Fernando Pessoa e dos seus heterónimos e do
facto de, todos nós, em momentos diferentes da nossa vida (às vezes, até do
próprio dia), assumirmos, por vezes, personalidades e modos de comportamento
diferentes ou até antagónicos.
O filme “Divergente”
foi um sucesso de bilheteira, mas uma das criticas que lhe fizeram foi o facto
do realizador ter investido um tempo excessivo na parte da preparação da
heroína Tris dentro do grupo dos “Intrépidos” (defensores da cidade) em que se
integrou. É que, após uma introdução acerca do contexto do filme, a maior parte
do tempo é gasto a mostrar os treinos, exercícios e testes a que a heroína e
outros iniciados desse grupo se sujeitam, sendo que a acção do filme acaba por
se dar apenas nos últimos 15/20 minutos.
Achei interessante que o
realizador tivesse colocado o assento tónico da questão da preparação e da
formação da heroína, dentro de um grupo onde se cultiva a virtude da “audácia”
numa dupla vertente, a física e a mental. Na física, pretende-se que o corpo
esteja preparado para lidar com condições difíceis, onde o músculo, a perícia e
a destreza sejam apuradas. Na mental, pretende-se sobretudo lidar com os
próprios medos e superá-los com mestria e coragem. Em ambas é o esforço, a
força de vontade e o sacrifício que fazem com que Tris prossiga e não seja
eliminada, apesar das suas limitações iniciais. A acção (violenta e alucinante)
só vem depois desta prepração.
A questão da preparação,
do treino e da educação é muito importante, não só a preparação física e
teórica, mas sobretudo a formação mental. Parece que poucas pessoas se
aperceberam ainda que a vida é um enorme campo de batalha onde, progressivamente,
somos confrontados com desafios ao nível pessoal, familiar, económico, social e
profissional. Quem não está preparado será facilmente trucidado e andará aos
caídos, sem rumo e sem competências pessoais e sociais que lhes permitam
singrar na vida. Outros há, poucos, que mesmo sem preparação conseguem vencer
ou sobreviver. Uma educação permissiva, frouxa e flácida dá-nos uma juventude
mole, sem resiliência e um país sem futuro.
Por tudo isto (e este
filme recorda-nos isso), é muito importante apostar na educação integral dos
mais novos que passe também por sujeitá-los a condições exigentes de auto-controlo,
de confronto com as frustrações exógenas ou endógenas e, sobretudo, de
superação dos próprios medos e fantasmas, mas sempre segundo ideais de
altruísmo e positividade. E este treino tem de se prolongar pela vida fora.
É uma questão de
sobrevivência não só pessoal, mas da própria espécie.
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
1 milhão para pagar mudança de sexo enquanto pais passam dificuldades
Diz o Correio da Manhã que o Estado Português já gastou um milhão de euros em operações de mudança de sexo.
O Estado Português já gastou 1 milhão de Euros a pagar a mudança de sexo de 26 portugueses, enquanto há pais a passarem dificuldades e a quem lhes está a ser retirado o RSI, não têm fraldas nem comida para os seus bébés
Uma mulher casou com outra que estava em fase terminal poucos dias antes da sua morte para poder ficar com a sua herança e ficar com a pensão de sobrevivência a que o “esposo” tem direito, o que conseguiu.
Já para não falar nas mulheres que repetem abortos uns... atrás dos outros, descurando o planeamento familiar, tudo pago pelos contribuintes e sem terem que pagar qualquer taxa moderadora
Qual o custo para os portugueses e para o Orçamento de Estado da agenda fracturante que o Bloco de Esquerda tem vindo a impor ao país ?
Que mundo louco é este !?
sábado, 18 de outubro de 2014
A luz que de noite resplandece
A declaração final de hoje do Sínodo Extraordinário dos Bispos mais parece um poema do que uma proclamação de dogmas ou teorias.
Gostei, em particular, deste excerto:
«Existe, contudo, também a luz que de noite resplandece atrás das janelas nas casas das cidades, nas modestas residências de periferia ou nos povoados e até mesmos nas cabanas: ela brilha e aquece os corpos e almas.
Esta luz, na vida nupcial dos cônjuges, acende-se com o encontro: é um dom, uma graça que se exp...ressa – como diz o Livro do Génesis (2,18) – quando os dois vultos estão um diante o outro, numa “ajuda correspondente”, isto é, igual e recíproca.
O amor do homem e da mulher ensina-nos que cada um dos dois tem necessidade do outro para ser si mesmo, mesmo permanecendo diferente ao outro na sua identidade, que se abre e se revela no dom mútuo.
É isto que manifesta em modo sugestivo a mulher do Cântico dos Cânticos: “O meu amado é para mim e eu sou sua...eu sou do meu amado e meu amado é meu”, (Cnt 2,16; 6,3).»
O amor do homem e da mulher ensina-nos que cada um dos dois tem necessidade do outro para ser si mesmo, mesmo permanecendo diferente ao outro na sua identidade, que se abre e se revela no dom mútuo.
É isto que manifesta em modo sugestivo a mulher do Cântico dos Cânticos: “O meu amado é para mim e eu sou sua...eu sou do meu amado e meu amado é meu”, (Cnt 2,16; 6,3).»
domingo, 7 de setembro de 2014
Beatificação de D. Álvaro del Portillo
Já em
Julho do ano passado eu falava sobre as atrocidades que estavam a ser cometidas
na Síria pelos extremistas islâmicos e, agora, o mundo e a ONU assistem
atónitos, mas impávidos e serenos, a novas aberrações que têm por base a
violação grosseira do princípio da liberdade religiosa.
Mas,
se pensarmos um pouco, vemos que já no século XX estas situações ocorreram não
só na ex-Jugoslávia e nas 2 grandes guerrras mundiais, mas bem perto de nós,
mesmo aqui ao lado em Espanha, com a sua guerra civil fratricida.
E foi
nesse contexto que viveu o jovem Álvaro del Portillo, um estudante que, no meio
de tanto ódio e da miséria humana e material que se vivia em Espanha nos anos
30 optou pelo apoio aos mais necessitados, sem deixar de lado o seu curso de
Engenharia Civil, rodoviária e de caminhos.
No
meio deste terror, Álvaro integrou-se nas Conferências de S.Vicente de Paulo,
em conjunto com outros jovens, onde atendia famílias pobres que viviam em
barracas nos subúrbios de Madrid, levando alimentos, remédios e dando
catequese. Álvaro tinha essa sensibilidade social que nos nossos dias as
pessoas parecem ter perdido em absoluto. Um dos seus companheiros vicentino
recorda-o, levando ao colo pelas ruas de Madrid uma criança que encontrou e que
tinha ficado abandonada devido à guerra. Não descansou enquanto não conseguiu
entregar a criança ao cuidado de uma Casa de Religiosas que o acolheu.
Álvaro
sabia também que, por vezes, mais gráve do que a pobreza material, é a falta de
formação humana e, por isso, não temeu em dar catequese apesar do ambiente
anti-clerical da época. Um dia, ele e outros catequistas sofreram uma emboscada
por um grupo, tendo levado uma forte pancada na cabeça com uma chave inglesa de
grandes dimensões. Por sorte, conseguiu fugir para uma carruagem que, por essa
altura, passava e cuja porta se estava a fechar. Porém, o atendimento médico
que lhe deram foi deficiente e a ferida na cabeça manteve-se infectada por
algum tempo e, ao longo da vida, continuou a sentir fortes dores de cabeça
devido a esse triste episódio.
Também
devido às suas atividades sociais de cariz católico acabou por ser preso e o
guarda, várias vezes, lhe apontava a arma à cabeça dizendo que, por ter óculos,
devia certamente ser padre e, por isso, o iria matar já ali. Numa outra
ocasião, devido a uma reação que desagradou um dos milicianos assistiu à
execução sumária, à queima-roupa, de um dos seus companheiros de cárcere.
Após
a guerra civil, ordenou-se sacerdote e, em conjunto com S.José Maria Escrivá
dedicou-se, até ao fim da vida, a promover a ideia nova do viver a vocação
cristã no meio dos afazeres e minudências do quotidiano, ajudando a fundar
vários centros de formação social, desportiva e educativa pelo mundo fora.
Também contribuíu para o espírito novo do Concilio Vaticano II, tendo nele participado
como consultor. Entusiasmado com o significado da palavra swahili “harambee”
que significa o grito dos pescadores quando, todos juntos, puxam as redes para
a praia, inspirou a criação da associação “Harambee” de apoio a projetos sociais
e educativos em África.
Nos
inícios dos anos 90 tive a sorte de o conhecer pessoalmente e chamou-me a
atenção a sua bondade e mansidão (à semelhança do nosso saudoso Padre Júlio
Tropa), o seu sorriso permanente e autêntico e também o facto de estar sempre a
falar do “Amor de Deus”, algo cujo conhecimento
e sentido nem sempre está ao nosso alcance.
No
noite após o regresso de uma peregrinação à Terra Santa veio a falecer, tendo o
próprio Papa S.João Paulo II se
deslocado pessoalmente para rezar ante os seus restos mortais. No próximo dia 27
de Setembro de 2014, será exaltado em Madrid como modelo de virtudes e
santidade.
No
meio deste horror que nos entra pela casa (Ébola, Ucrânia, Gaza, Síria e
Iraque) aqui fica um exemplo do que a raça humana também é capaz de fazer de
melhor.
Miguel
Reis Cunha
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
O coração dos fetos de 7 semanas e que são mortos em Portugal à luz da "lei"
O coração de um feto a bater com 7 semanas de gestação.
De acordo com a lei portuguesa até às 10 semanas de gestação qualquer destes fetos pode ser eliminado.
Como facilmente se depreende o corpo da mulher não tem 2 corações a bater, logo um feto, ainda que alojado no interior de uma mulher, não faz parte integrante desse mesmo corpo, até porque quando saí do corpo da mulher grávida, esta não perde nenhuma parte desse seu corpo, mantendo-o na íntegra.
Só quem nem quer ver o que a própria ciência nos diz, é que pode defender que não estamos perante 2 seres humanos distintos, o da mãe e o do seu filho.
De acordo com a lei portuguesa até às 10 semanas de gestação qualquer destes fetos pode ser eliminado.
Como facilmente se depreende o corpo da mulher não tem 2 corações a bater, logo um feto, ainda que alojado no interior de uma mulher, não faz parte integrante desse mesmo corpo, até porque quando saí do corpo da mulher grávida, esta não perde nenhuma parte desse seu corpo, mantendo-o na íntegra.
Só quem nem quer ver o que a própria ciência nos diz, é que pode defender que não estamos perante 2 seres humanos distintos, o da mãe e o do seu filho.
quarta-feira, 30 de julho de 2014
Estar-se a "marimbar"
No atual
contexto de crise que ainda vivemos, aqui no Algarve (e provavelmente em outras
zonas do país) é chocante ver a quantidade de gente que se está a completamente
a "marimbar" para quem
passa mal.
Não falo
só do abandono de idosos nos lares, sem visitas e sem que alguém da sua família
mostre interesse e carinho. Falo também do alheamento da esmagadora maioria das
pessoas, em particular, daquelas que, fruto do seu trabalho ou de heranças, têm
mais possibilidades financeiras e mais poderiam ajudar quem mais sofre com o
desemprego, a falta de comida para alimentar os filhos, de dinheiro para pagar rendas,
a água, luz, uma botija de gás, etc.”O
que é que interessa!” pensam aqueles a quem vida corre bem.
Não têm
nada a ver com isso! Cada um que saiba de si! O Estado que se endivide mais
para lhes dar subsídios e apoios! Uma parte da população são autênticos
monstros indiferentes que só se preocupam com o seu umbiguinho, as suas
viagens, o seu bem estar, os seus programinhas e o resto é lá com eles.
É engraçado que muitas
histórias de heróis e grandes façanhas, verdadeiras ou de ficção, começam
com um dilema moral. Falam-nos de pessoas normais, objectivamente sem grandes
meios humanos ou materiais que, a dada altura são "importunadas" por
alguém com quem se cruzam e alguém que os despertam para desafios e realidades
que até aí lhes eram completamente alheias. E estando numa situação acomodada,
aburguesada, com projetos de bem estar e conforto são abanadas e atraídas a sair
da sua concha. Alguém lhes atira um balde de água fria à cara e lhes pede que
compliquem a sua vida, deixem de olhar só para o seu umbigo, os seus bens e os
seus programas para se meterem em assuntos e pessoas que nada têm a ver com a
sua vida: gente que não é da sua familia, nem sequer sua amiga ou do seu país
ou região; gente que, pelas mais variadas razões, são oprimidas, passam mal e
são vítimas de injustiça.
E este dilema moral está lá sempre presente: “borrifo-me ou preocupo-me” ?
Estou-me a lembrar dos Alentejanos que, em 1384, D.Nuno
Alvares Pereira desesperadamente tentava convencer a participar na futura (e
aparentemente suicida) batalha de Atoleiros, tendo inclusive apanhado alguns a
meio da noite a desertar.
Estou-me a lembrar de Bilbo Baggins e do seu sobrinho
Frodo que resistiram ao apelo de Gandalf e dos anões para viajarem a terras
distantes e desconhecidas, quebrando o aparente ciclo de felicidade do Shire
onde estavam comodamente instalados.
Estou-me a lembrar da estudante universitária norte
americana Jean Donovan que, desafiada pelo capelão da sua Universidade,
lançou-se no interior de El Salvador, acabando assassinada, em 1980, de forma
brutal e que antes de partir para a América do Sul, perguntava-se a si mesmo “Porque é que eu não posso ser apenas uma
insignificante dona de casa dos subúrbios ?”
Estou-me a lembrar do sr Scrooge do “Conto de Natal” de Charles Dickens, o
milionário ávaro, mal disposto contra o mundo e contra todos.
Infelizmente o que se vê à nossa roda, é a esmagadora
maioria das pessoas metidas em si mesmas e nas suas coisas, querendo gozar tudo
o que de bom a vida tem para dar, encolhendo apenas os braços pela má sorte de
outras pessoas menos afortunadas. Alguns parece que querem levar o dinheiro
para a cova. São casos quase patológicos.
Como diz o Papa Francisco "Ninguém deveria dizer que se mantém longe dos pobres,
porque as suas opções de vida implicam prestar mais atenção a outras
incumbências. Esta é uma desculpa frequente nos ambientes académicos,
empresariais ou profissionais, e até mesmo eclesiais () Ninguém se pode sentir
demitido da preocupação pelos pobres e pela justiça social” “Evangelii Gaudium
201”.
Menos indiferença, menos
alheamento! Quem mais tem, tem que se sentir responsabilizado !
sábado, 12 de julho de 2014
Sócrates, o piloto suícida
Por Daniel Bessa
"O engenheiro Sócrates é muito responsabilizado, e não há ninguém que o responsabilize mais do que eu, mas eu vejo-o como aquele egípcio que tomou os comandos do Boeing que se precipitou sobre as Torres Gémeas", comparou Daniel Bessa.
(....)
Daniel Bessa disse que "já o Boeing ia a caminho das Torres Gémeas e ele [José Sócrates], no cumprimento de um guião qualquer, sentou-se ao comando, acelerou quanto pôde e, connosco lá dentro, enfiou-se contra as Tores Gémeas". "É um destino, não tem nada de mal, cada um cumpre a sua função na vida e portanto ficará para a história por isso. ".
segunda-feira, 30 de junho de 2014
domingo, 18 de maio de 2014
terça-feira, 6 de maio de 2014
Os políticos indiferentes
"No mesmo dia, a CPCJ de Santarém dá a conhecer a necessidade urgente de uma "valência de apoio familiar e aconselhamento parental" para estudar e prevenir situações de risco e apoiar os jovens e as famílias, para quebrar um ciclo de repetição de comportamentos e de situações disfuncionais. Também na semana passada, num semanário nacional, Luís Cabral publica um artigo intitulado “De pequenino se ...torce o destino” em que, ao analisar a eficácia dos investimentos em matéria de política educativa, chama a atenção para a inultrapassável necessidade de trabalhar as famílias e com as famílias para promover o desenvolvimento sadio e o bem-estar das crianças.
(...) Em Portugal, não há uma visão integrada de intervenção na área da infância e da família, e como tal, não há visão estratégica nem planos de intervenção a prazo que garantam uma acção consistente de promoção do bem-estar e do desenvolvimento das crianças, apesar de dispormos de um quadro legal recente que o permitiria. A ausência de projecto e de vontade política nesta área, para além de representar uma violação dos direitos das crianças, compromete o seu e o nosso futuro".
Maria do Rosário Carneiro Página 1 de 6/05/2014
Bom artigo de Maria do Rosário Carneiro que chama à atenção para a necessidade de acompanhamento quase permanente das famílias em situação de exclusão social.
Verifica-se em muitas delas uma carência gritante de competências básicas e sociais que as tornam incapazes (a si e aos seus filhos) de sair do poço.
O CPCJ, o sistema de Segurança Social, Educativo e Judicial funcionam apenas como um "apaga-fogos" só atuando em casos de produção de efeitos ou risco iminente.
Esquece-se a formação, a monitorização, a integração, por exemplo, das crianças em ocupações dos tempos livres saudáveis.
As famílias em exclusão social encontram-se social e fisicamente imobilizadas e, na sua maioria, "fisicamente imobilizadas" mesmo do ponto de vista literal, sem possibilidade de transportar os seus filhos para uma escola melhor, sem a possibilidade de se deslocarem à praia, sem a possibilidade de irem a uma entrevista de emprego, sem a possibilidade de irem a uma consulta, etc.etc. Isto são coisas que acontecem no dia a dia.
Bastava uma carrinha de 9 lugares para fazer muitas famílias saírem do poço da pobreza, do insucesso escolar, do desemprego e da exclusão social.
Enquanto o futuro do país vai-se hipotecando com famílias incapazes e jovens desmotivados, sem habilitações e competências para enfrentar o seu devir, os senhores deputados do PS e do PSD estão muito ocupados a legislar sobre....barrigas de aluguer.
domingo, 16 de março de 2014
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
A importância de mais uma hora de sono
Muitos estudos têm sido feitos para comprovar a importância de uma noite bem dormida e os perigos da sua ausência.
O que o investigador britânico Michael Mosley quis agora avaliar foi se apenas uma hora a mais de sono teria algum impacto na saúde.
Para isso, sete voluntários submeteram-se a vários exames no Centro para a Investigação do Sono, da Universidade de Surrey, em Inglaterra.
Divididos em dois grupos, um dormiu seis horas e meia por noite e o outro sete horas e meia. Uma semana depois, fizeram análises e trocaram: o grupo que dormira menos ganhou uma hora de sono e o outro, o contrário.
Concluída a experiência de duas semanas, testes de computador revelaram que a maioria tinha dificuldades em executar tarefas que implicassem agilidade mental quando dormia menos.
Mas as análises sanguíneas revelaram os resultados mais surpreendentes:
Uma hora de sono a menos afeta cerca de 500 genes.
Quando os voluntários passaram de sete horas e meia para seis horas e meia, os genes associados a processos como inflamação, resposta imunitária e resposta ao stress tornaram-se mais ativos.
O mesmo aconteceu com genes ligados à diabetes e ao risco de cancro. Quando os voluntários passaram a dormir mais uma hora, aconteceu o inverso.
Os investigadores envolvidos nesta experiência alertam, por isso, que uma pequena mudança nos hábitos de sono, para, pelo menos, sete horas, pode tornar-nos mais saudáveis.
Ler mais: http://visao.sapo.pt/a-importancia-de-uma-simples-hora-de-sono-a-mais=f767436#ixzz2rzpR0zM6
domingo, 12 de janeiro de 2014
Os perigos das noites mal dormidas
Os compromissos profissionais, o stress e os problemas pessoais são muitas vezes apontados como causas para a privação de sono. No entanto, embora os sinais de exaustão desapareçam depois de um sono reparador, algumas as sequelas ficam.
Conheça aqui os riscos que corre e analise a qualidade do seu sono através de um teste da Associação Portuguesa do Sono.
Ler mais: http://visao.sapo.pt/os-perigos-para-a-saude-das-noites-mal-dormidas=f764658#ixzz2qCltvbsw
Conheça aqui os riscos que corre e analise a qualidade do seu sono através de um teste da Associação Portuguesa do Sono.
Uma noite sem dormir (o suficiente, pelo menos):
- Mais fome
- Mais predisposto a ter um acidente
- Menos sociável
- Menos bonito
- Sistema imunitário enfraquecido
- Perda de tecido cerebral
- Concentração e memória afetadas
- Diminuição do apetite sexual
Várias noites com descanso deficitário:
- Aumento do risco de se tornar obeso
- Aumento do risco de contrair alguns tipos de cancro
- Risco de ter diabetes aumenta
- Aumento do risco de doenças cardíacas
- Contagem de esperma diminui
- Saúde da pele prejudicada
- Depressão
Ler mais: http://visao.sapo.pt/os-perigos-para-a-saude-das-noites-mal-dormidas=f764658#ixzz2qCltvbsw
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