quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

14 conselhos sobre como viver o Natal e o Ano Novo

14 conselhos concretos de um psicólogo sobre como viver o Natal e o Ano Novo.

Aqui, em versão espanhola.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Sarkozy inesperado


O discurso de Sarkozy no Vaticano há poucos dias atrás foi verdadeiramente notável.
Aí, Sarkozy, obviamente com um certo cinismo próprio dos políticos, mas também com alguma dose de sinceridade (quero eu acreditar) preconizou uma laicidade positiva que, salvaguardando a separação entre Igreja e o Estado e a liberdade de opção religiosa (incluindo o direito ao ateísmo), deve promover e nunca combater as raízes cristãs da França.



Via corta-fitas, aqui fica um excerto de um discurso bom demais para ser verdade:



Um homem que crê é um homem que espera. E o interesse da República é que haja muitos homens e mulheres que esperam"."

Se existe incontestavelmente uma moral humana independente da moral religiosa, a República tem interesse em que exista também uma moral inspirada em convicções religiosas".

"Uma moral desprovida de laços com o transcendente está mais exposta às contingências históricas e ao facilitismo".

(...)

"O perigo reside no facto da ética não ser mais uma tentativa de fazer o que se deve fazer, mas apenas o de fazer o que se pode fazer

(...)

A França tem necessidade de católicos convictos que não receiem afirmar aquilo que são e aquilo em que crêem"

A França necessita católicos felizes que testemunhem a sua esperança.






Quem quiser, vale a pena ler aqui ou ouver aqui o discurso (sobretudo a 2ª parte) que é, de facto, excelente.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Cinema natalício medíocre



Se levarmos em conta as estreias cinematográficas dedicadas aos jovens e crianças, diremos que este Natal pautou-se por uma enorme medíocridade.

A história de uma abelha tem uma 1ª parte razoável, mas na 2ª parte nota-se que o argumento se perde por completo e entra no disparate e na idiotice mais pateta. Fica-se com a ideia que chegaram a dada altura e já não sabiam o que fazer do filme...

A Bússola dourada é uma tentativa barata e rasca de imitar as sagas do "Senhor dos Anéis" ou "O Leão, a feiticeira e o Guarda-roupa" só com intuítos menos claros e certamente muito menos educativos.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Spe Salvi

A última enciclica do Papa Bento XVI "Spe Salvi" é verdadeiramente extraordinária.

A sua enorme riqueza de conteúdo impede uma qualquer leitura superficial e exige a sua reflexão pausada.

Não se tratam apenas de meras elocubrações de natureza teórico-filosófica, pois o Papa aborda e propõe também coisas muito concretas.

Há, sem dúvida, momentos de grande beleza e poesia.

Mas, o Papa põe o dedo na ferida: nós "despedimos" Deus uma vez que o bem estar material, sexual, alimentar, etc.. dão-nos o que precisamos, sem mais.

O homem moderno dispensa a eternidade, não está disposto a renunciar a uma vida mais desenfreada, não está disposto a ser mais moderado no consumo de bens materiais (e até alimentares- veja-se o aumento da obesidade nos países mais desenvolvidos), no uso imoderado do sexo na ingestão de drogas, ainda que leves, no recurso ao vicio do jogo, do alcóol, etc.. em troca de uma eternidade que não conhece.

A ideia é: a vida são 2 dias e o céu ou a eternidade não sei se existem. Por isso, mais vale gozar a vida AGORA.

Este raciocínio só é quebrado quando surgem situações de doença ou morte. Neste caso, é que o todo poderoso e autosuficiente homem se recorda do divino.

sábado, 15 de dezembro de 2007

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

sábado, 8 de dezembro de 2007

Emília e a estrela de Natal


Há uns anos atrás, num encontro inopinado num centro comercial, um amigo dos tempos de Universidade apresentou-me a sua mulher, Emília; disse-me que era Conservadora do Registo no Alentejo.
Fiquei logo entusiasmado e pedi-lhe o contacto pois, como advogado, por vezes, surgiam-me questões nessa área e ter uma consultora especialista à mão dar-me-ia muito jeito.
E assim foi, ao longo de alguns anos, volta e meia lá telefonava eu para a Emília, tirando dúvidas sobre registo predial.
Sempre me atendeu de forma muito acolhedora e simpática, mesmo quando, por vezes, estava muito ocupada.
Na realidade, era sempre um prazer falar com a Emília. Sempre foi muito cordial, paciente e generosa para comigo e procurava responder-me com grande profissionalismo e foi graças a si que consegui resolver vários casos bicudos na área do Direito registral.
Volta e meia quando eu ligava, respondia-me a funcionária da Conservatória, a “A sra. Dra. está de baixa por causa da gravidez”. De facto, já lá iam 4 filhos, com gravidezes de risco que a Emília encarava com muita naturalidade, serenidade e confiança.
Um dia encontrámo-nos em Vilamoura quando vieram passar férias aqui ao Algarve. Foi uma hora muito bem passada e deu-me muito gosto estar com eles, todos de cara muito bem lavada. Sentia-se que era gente boa, muito boa e a Emília, a jovem matriarca, na casa dos 30 era a mais bondosa de todos. O seu desvelo por todos os filhos saltava à vista e, ao mesmo tempo, notava-se nela uma enorme disponibilidade para ajudar tudo e todos.
Em Julho, falei-lhe novamente.
Estava, de novo, em casa com nova gravidez de risco, a quinta; falámos dos miúdos dos meus e dos dela; falámos dos sacrifícios e das renúncias e terminámos a concluir que vale a pena. E lembro-me de a ouvir dizer, duas vezes, “sim, vale a pena, vale muito a pena”.
Disse-me nessa chamada que vinham para o Algarve. Perguntei-lhe se não era perigoso por causa da gravidez ao que me respondeu que não fazia mal porque ficaria em casa a descansar enquanto o pai levaria os miúdos para a praia. Não queria que os filhos ficassem sem férias por sua causa.
Era assim a Emília, esquecida de si e sempre pronta a se dar aos outros e aos filhos em especial.
Despedimo-nos e, mais uma vez, senti-me revigorado com as suas palavras mas também grato e satisfeito por a conhecer .
Hoje, dia 6 de Dezembro, surgiu-me outra dúvida sobre um registo complicado.
Peguei no telefone e liguei para a Conservatória para confirmar se ainda estaria de licença de parto e quando é que voltaria.
Respondeu-me a funcionária “A Sra. Dra. faleceu, faleceu no parto”.
...........................................................................................
Fiquei atónito e sem palavras.
Soube depois que se tinha sentido mal disposta, no Algarve e veio a falecer no hospital em Faro.
O bébé sobreviveu e vive hoje sozinho com o pai e os 4 irmãos.
Ao fim de pouco mais de 3 meses, soube que todos estão a tentar dar a volta por cima, com uma grande força, a grande força que só as grandes personagens sabem ter.
Este Natal lá em casa tudo será diferente.
Mas a Emília não os deixou, nem nos deixou.
A sua enorme bondade e a sua enorme generosidade são uma outra estrela que paira no céu neste Natal.
Para mim, e por maioria de razão, para os seus filhos e marido, ela é e será sempre um modelo e o seu exemplo uma estrela que nos ilumina e que certamente os iluminará a todos nesta noite longa, fria e escura.

Beijinhos Emília e até à próxima !

domingo, 2 de dezembro de 2007

O pesadelo do Natal


Está a chegar o Natal.

As longas filas nas caixas do supermercado, os encontrões nos shoppings, a angústia de tentar arranjar um lugar no parque de estacionamento de uma grande superfície, o dinheiro a desaparecer, as despesas a aumentarem, o stress das prendas por comprar, etc., etc.

Natal, época de materialismo e consumismo onde todos prestam vassalagem e adoram o Deus "Pai Natal" inventado pela Coca-Cola para vender mais garrafas de refrigerante.

Natal, época de hipocrisias e de conversa barata a favor da paz, do amor, etc., etc.


Resta a alegria das crianças e o sentido que, alguns (muito poucos), ainda lhe dão por debaixo dos embrulhos, dos cartões de crédito e do chegar ao mês de Janeiro falido...


Feliz Natal !

Nativity Story

Este filme, mais do que a própria figura de Maria, destaca, em particular, a figura de José que tantas vezes é esquecido como personagem menor do presépio.

As cenas de José, com uma excelente interpretação de um jovem actor iraniano, são deliciosas e convidam-nos a reler essa Exortação Apostólica de 1989, Redemptoris Custos.

O meu candidato ganhou


Já nas anteriores eleições para a Ordem, manifestei o meu apoio ao Dr. Marinho Pinto.


Fi-lo, novamente, agora, com renovada convicção como, aliás, manifestei há já vários meses atrás neste mesmo blog.


O Dr. Marinho Pires, apesar de uma certa costela esquerdista com a qual não me identifico, é, porém, um advogado experiente.
Quem conhece a vida judiciária sabe que as suas críticas são certeiras .


Em particular, o Dr. Marinho Pires tem vindo a chamar à atenção para os abusos e incompetências da Magistratura Judicial e, a meu ver, é muito importante que se saiba que a crise da Justiça está também relacionada com alguma falta de qualidade dos Juízes.


Falta de qualidade que nem sempre é só técnica, mas sobretudo falta de experiência de vida, excesso de rigorismo e formalismo e falta de sentido de Justiça, na perspectiva que a verdadeira Justiça há de estar sempre suavizada pelo doce sabor da Misericórdia.

O Dr. Marinho Pires sabe-o e afirma-o, sem escrúpulos.
E, ao mesmo tempo que crítica os Juízes, destaca igualmente a grande qualidade e forte dedicação de um grupo significativo de Juízes que primam pela competência, mas que, infelizmente, são um pouco a excepção que confirma a regra.


Oxalá com o Dr. Marinho Pires como bastonário, os advogados e Juízes possam contribuir de forma mais eficaz para a realização de uma Justiça mais justa !

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Crianças educadas com telelixo

Em Espanha, no horário televisivo infantil, as crianças são educadas com sexo, violência e telelixo aos montes.


Situação denunciada pelo prestigiado El País, aqui

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

O país entregue à Socratada


O PSD de Menezes está a fazer uma oposição deplorável.

Se antes Marques Mendes apanhava sovas nos debates com Sócrates na AR, Santana Lopes tem apanhado grandes sovas.

Ainda hoje, vi na tv, no debate do orçamento, o PS a trocidar Santana.

Foi o melhor que podiam ter feito ao PS, colocar Santana Lopes como líder parlamentar. Dar-lhe uma sova acaba por ser uma brincadeira de crianças. Basta irem ao arquivo jornalístico e recolherem meia dúzia de citações de S. Lopes ou de Menezes.

Santana Lopes é muito melhor na comunicação social ou a discursar do que em pleno debate.

Hoje o discurso do líder parlamentar do PS, Alberto Martins, foi demolidor. Até tive pena do PSD.

Assim não vamos lá...


E o PP é a mesma coisa.

Hoje falei com um amigo que conhece bem o PP por dentro e está completamente desmoralizado com o seu partido que acusa de só querer show-off e não apostar nas grandes linhas de acção que caracterizam a verdadeira direita.


Afinal, Portas na versão II é pior do que Ribeiro e Castro e Menezes é muito pior do que Marques Mendes que já de si era mauzinho.


Faltam ideias e protagonistas à direita.


Muita gente do PP e do PSD não se revêem nos seus actuais líderes.

É caso para dizer, quem nos poderá salvar? Ou onde é que isto vai parar?

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Fazer política e votar nos políticos

Via Paulo Marcelo do Cachimbo de Magritte tive acesso a este documento emitido pela Conferência Episcopal Católica Norte Americana, uma Igreja verdadeiramente consciente da importância da acção dos leigos e da responsabilidade dos pastores em os formarem.

De facto, a Igreja norte-americana emitiu uma verdadeira obra-prima sobre temas muito importantes para qualquer cristão.

Para quem está ou gostaria de estar na política, vale a pena ler e reler, aqui.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Em cada genuíno acto de amor está todo o sentido do universo

Encontrei estas recentes palavras de Bento XVI que achei particularmente bonitas e impressivas.

Aqui ficam alguns excertos:

Queridos irmãos e irmãs: acolhamos o convite de Cristo de enfrentar os acontecimentos diários confiando em seu amor providente. Não temamos pelo futuro, inclusive quando nos possa parecer sombrio, porque o Deus de Jesus Cristo, que assumiu a história para abri-la a seu cumprimento transcendente, é seu alfa e ômega, o princípio e o fim (v. Ap 1, 8). Ele nos garante que em cada pequeno mas genuíno ato de amor está todo o sentido do universo, e que quem não duvida em perder a própria vida por Ele, a reencontrará em plenitude (v. Mt 16, 25).
A fé que opera na caridade é o verdadeiro antídoto contra a mentalidade niilista, que em nossa época cada vez vai estendendo mais sua influência no mundo.Nos acompanha na peregrinação terrena Maria, Mãe do Verbo encarnado. A ela pedimos que sustente o testemunho de todos os cristãos, para que se apóie sempre sobre uma fé sólida e perseverante.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

OS PECADILHOS DE S.BRÁS

Todos nós sabemos o quanto S.Brás se desenvolveu nos últimos anos. A pacata vida de outrora onde todos se conheciam foi substituída por uma vila em franco crescimento urbanístico, industrial, comercial e cultural. Novas e permanentes construções, em geral, de boa qualidade, mais supermercados, mais bancos, etc...

Com a explosão da construção civil na última década, vieram também para S.Brás novos habitantes, quase sempre, casais jovens, muitas vezes, ainda sem filhos e a trabalhar fora da vila .

Diga-se, aliás, que a excelente localização geográfica de S.Brás de Alportel a poucos minutos da via do Infante e dos grandes centros urbanos envolventes, Loulé, Olhão, Tavira e Faro favorece a vinda desses novos habitantes.
S.Brás passa, pois, a ser uma vila dormitório onde as pessoas vêm essencialmente dormir, embora também já se constate um certo fluxo contrário de pessoas que vêm de Faro, Loulé, etc.. para vir trabalhar a S.Brás.
E as coisas até correm bem enquanto os filhos não nascem. O pior é o que vem a seguir. Até aos 3 anos só a Santa Casa da Misericórdia é que oferece vagas. Porém, a procura excede em muito a oferta disponibilizada por esta nobre instituição e, por isso, são muitas as crianças que ficam de fora. Como, por enquanto, ainda não existem alternativas, a solução acaba por ser sair de novo para Faro, Loulé, Olhão ou Tavira em busca das vagas inexistentes em S.Brás.
Esta situação leva a que esses casais se limitem mesmo a dormir só em S.Brás já que S.Brás nada mais lhes oferece nem em termos de trabalho, nem em termos de apoio aos seus filhos. Trata-se de um problema que não é exclusivo daqui. Infelizmente vivemos num país onde se promove e financia o aborto livre mas depois não se aposta no apoio à infância, através da criação de uma rede pública de ATL’s, creches, jardins de infância, etc..
É sabido que a Câmara Municipal tem um projecto que está já a ser implementado mas que, para além de tardio, é ainda, a meu ver, insuficiente. Seria necessário incentivar e apoiar a iniciativa privada neste campo, onde infelizmente a lei e a Segurança Social também não ajudam tal o número de requisitos e condições necessárias à abertura de um infantário privado.
Por outro lado, em termos de ocupação dos tempos livres, como já ouvi várias pessoas dizerem, S.Brás de Alportel é uma autêntica “pasmaceira”. Embora já existam actividades culturais e desportivas promovidas por várias associações e pela própria Câmara, inexiste ainda uma grande parque infantil para realização de jogos e brincadeiras semelhante ao complexo existente no parque da Alameda em Faro, os programas de cinema infantil, por exemplo, são descontínuos, ao contrário do que sucede com a Câmara Municipal de Loulé onde são permanentes; por sua vez, nas férias a capacidade das piscinas é também insuficiente para a procura, etc., etc.
Estamos perante uma crise de crescimento, onde muito já se vai fazendo, mas onde também muito mais se vai ter que fazer. Caso contrário, muitas das pessoas que antes vieram para cá, perante as fortes carências nesta área (sobretudo na área do apoio à pré-infância, onde 1 ou mesmo, no futuro, 2 instituições de apoio são ainda manifestamente insuficientes em face da procura crescente), ir-se-ão embora.
É pena que tal assim seja e infelizmente já se vai vendo alguns prédios novos com andares por vender e outros com placas a dizer “vende-se”. Faço votos sinceros para que se possa reagir a tempo antes que seja tarde demais.
Artigo de opinião publicado na edição de Novembro do jornal regional "Notícias de S.Brás".
P.S.- Depois da publicação do artigo e porque S.Brás é um meio onde todos se dão e se relacionam como de um família se tratasse, já me cruzei 2 vezes com o Sr. Presidente da Câmara com quem tive oportunidade de falar sobre o tema do meu artigo.
Numa conversa muito cordial, referiu nada poder fazer relativamente à falta de iniciativa privada na criação de creches e infantários privados e deu-me a conhecer algumas facetas e virtualidades das iniciativas camarárias já no terreno ou ainda em curso.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Valkyrie

Finalmente já temos o trailer do filme sobre Claus Von Stauffenberg apesar de todas as polémicas envolvendo Tom Cruise, Valkyrie.

Apesar das "americanises" próprias do filme, já criticadas por um dos filhos deste herói alemão, é importante que o mundo conheça este homem, a sua história e a sua heroicidade.

Trata-se de um oficial alemão que acreditava numa Alemanha forte que servisse de apoio e incentivo a uma nova ordem mundial de progresso e que, quando se apercebeu do rumo que o seu país estava a levar, optou pela via da revolta.

De origem nobre, era profundamente religioso e muito dedicado à família e à sua pátria.

Polémico ou não, aqui fica o trailer:

Rei D. Juan Carlos


Excelente a reacção do Rei D.Juan Carlos de Espanha ao comportamento mal educado de Hugo Chávez.


Assim se mostra que a nobreza não é só um título, mas é ter princípios, ter categoria humana e moral e é isso que deve caracterizar um nobre e, em particular, um Rei.


Penso que a sua credibilidade e prestígio aumentaram em grande medida com esta atitude.


Por outro lado, há que reflectir mais profundamente no que significa o fenómeno Hugo Chávez.


Na America do Sul continua a haver muita pobreza e falta de equilíbrio na distribuição da riqueza.


Os partidos de direita quando estão no poder não apostam em políticas sociais e a comunidade internacional não apoia o desenvolvimento e o combate às desigualdades.

Depois queixam-se do Hugo Chávez.

Criticas à Igreja Portuguesa

O Papa Bento XVI chamou as coisas pelos nomes, denunciado o excessivo clericalismo da Igreja Portuguesa. uma Igreja que continua a promover a subalternização dos leigos em relação aos "senhores padres".
O resultado está à vista: o descalabro que foi a TVI; o empenho tardio e, em alguns casos, confuso, no último referendo ao aborto; a falta de coragem no assumir posições desconfortáveis; a falta de aposta na formação dos leigos; a ausência dos sacerdotes dos confessionários e da direcção espiritual em detrimento da realização de actividades em outras áreas, etc, etc.
É o Chefe da Igreja que o diz:
"É preciso mudar o estilo de organização da comunidade eclesial portuguesa e a mentalidade dos seus membros para se ter uma Igreja ao ritmo do Concílio Vaticano II, na qual esteja bem estabelecida a função do clero e do laicado, tendo em conta que todos somos um, desde quando fomos baptizados e integrados na família dos filhos de Deus, e todos somos corresponsáveis pelo crescimento da Igreja."

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

O tempo

Infelizmente o excesso de trabalho, as tarefas domésticas e familiares e algumas actividades extra-curriculares têm me mantido um pouco mais afastado das lides místicas.

De qualquer forma, não posso deixar de aqui reproduzir mais um belíssimo post do Fora de Estrutura sobre a temática da nossa vida e da respectiva ligação/integração na nossa relação com o Divino.

Aqui reproduzo-o para dele aprender:


A oração é um precipício, um abismo.De todos os níveis da existência, este não tem um suporte artificial. Não vale a razão, os sentimentos, a poesia. Está para lá do sensível, das aprendizagens, dos dados maneiristas. É uma filiação, uma descoberta pessoal, intíma, de sentido. Não é um desafogo, um vale de lágrimas, enxugar os desabafos. Está antes e depois. Quando rezo estou no tempo que ocupo agora, mas que não é o meu. É uma busca, uma travessa, uma relação. O drama de ser cristão é o drama da oração. De me ligar a Deus a partir do tempo que é o tempo de Deus e da minha provisoriedade. De saber que tudo que aprendi como pessoa e como homem não chega, é parco, sofrível, pequeno. Que os livros da escola, da filosofia, das viagens, do amor e da poesia são sobras. Que aquilo que sou é uma filiação. Que para entrar dentro dos meus actos, das minhas palavras, no ser inteiro, é necessário uma ruptura, falésia aberta. Entrar no oração e na Palavra é o risco, suprema fenda. Mas a história de cada vida é carregada de tojos de cimento, hangares de espera, de solidão e sobras de pão. A dor é não entregar o meu tempo ao tempo que é de Deus. Sentado, na noite funda, no santuário vazio, sobram-me os actos, as cordas da insciência.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Tainted Love

Tainted Love: Uma das minhas músicas preferidas nos anos 80

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Conferência de Estudos Médicos sobre a Vida: dia 8


Conferencia de Estudos Medicos sobre a Vida Humana

Especialistas reúnem-se para revelar os efeitos do aborto na saúde da mulher:

- o aborto e a Perturbação Pós-Traumática na mulher;

- o aborto e o risco posterior de prematuridade;

- a relação entre o aborto e o cancro da mama e,

- os riscos da pílula abortiva.

Dia 8 de Novembro, no Hotel Villa Rica, em Lisboa.

domingo, 28 de outubro de 2007

Os óculos


Ultimamente temos vindo a assistir a um renovado e violento ataque contra a Igreja Católica, o seu ideário e as suas variadas instituições: a não regulamentação da Concordata, a liberalização do aborto, o ataque à assistência espiritual nos hospitais, o fim dos subsídios à Universidade Católica e sei até de instituições de solidariedade católicas que não conseguem abrir portas por a Segurança Social lhes andar a dificultar a vida, etc...


Por outro lado, na blogosfera assistimos com frequência em blogs de esquerda, tipo arrastão, 5 dias, etc.. a ataques frontais contra tudo o que seja directa ou indirectamente proveniente da Igreja Católica. Há como que uma espécie de ódio subjacente e uma vontade intrépita de ataque e destruição. Faz lembrar aquela frase de um comunista espanhol citada por S.José Maria Escrivá que dizia, no tempo da guerra espanhola, que haveria de matar o último padre, com as tripas do último Bispo.


É claro que a Igreja, sendo constituída por homens e mulheres tem muito de censurável, mas também tem muito de bom.


É uma instituição enigmática e estranha que choca contra os objectivos deste mundo.


O seu fundador, um humilde carpinteiro, foi morto aos 33 anos, condenado a uma morte das mais dolorosas que a história já conheceu.


Os 12 seus discipúlos, à excepção de 1, foram todos mortos e nem chegaram a velhos.


A proposta de vida que nos oferecem é tudo o contrário do que o mundo nos oferece: moderação na comida, no sexo, no despesismo, concórdia, serviço aos outros, esquecimento de si próprio, etc.. Palavras duras estas que poucos ou quase ninguém aceita praticar de bom grado.


Em geral, podia-se dizer que esta gente ligada à Igreja será toda meio doida. Porém, apesar desta contradição, sobrevive 2.000 anos, apesar de tantas perseguições.


As perseguições são a história da sua história. Daí ser normal que ainda hoje essa perseguição ainda exista ora de forma frontal ou camuflada.


Para quem está de fora, a Igreja é constituída por um conjunto de pessoas idosas, oprimidas sexualmente, algumas pedófilas, que vivem na riqueza à custa da ignorância e das necessidades básicas de alguns iletrados.


Haverá, pois, que libertar a sociedade desta gente e desta lepra. Assim pensaram Herodes, Caifás, Tibério, Nero, Marquês de Pombal, Afonso Costa e António José de Almeida, Marx, Hitler e tantos outros.


A Igreja e a sua mensagem é como um filme em 3 dimensões: Sem os óculos, parece disforme e estranha, com os óculos da fé é excelsa e sublime.


Os óculos são a fé, é esse dar o passo em falso e acreditar que não cairemos, é deixar largar o barco no sabor da corrente.


Para isso, infelizmente, umas vezes falta o conhecimento e a percepção, outras vezes, falta a vontade.

sábado, 27 de outubro de 2007

O Véu Pintado

Vi recentemente o filme “O Véu Pintado”, baseado num romance de W. Somerset Maugham que aborda a temática do amor nas suas várias vertentes.

Trata-se de uma reflexão profunda que é feita ao compasso da história de um casal que vive um amor falhado, afectado pelo adultério e pelo desentendimento crónico.

Os protagonistas desta história que se passa na China dos anos 20, são um médico, Dr. Walter Fane (Edward Norton) e Kitty (Naomi Watts) uma jovem inglesa frívola, fútil,superficial e extremamente egocêntrica.

Confrontado com a traição, o marido aceita dar o divórcio à mulher mas antes como castigo leva-a para um centro de surto de cólera no interior da China profunda. Aí ambos são confrontados com a morte, a miséria, a pobreza, a doença, mas também o risco dos nacionalismos.

Enquanto o mundo desaba à sua volta, ameaçados pela doença e pelos revolucionários nacionalistas, cultivam entre si a indiferença e a agressividade mútua.

Porém, ao testemunharem as tribulações dos mais necessitados e, em particular, a entrega e generosidade de um conjunto de freiras que teimam em não abandonar os doentes, ambos são interpelados para zonas do amor que até aí desconheciam.

Aí, sobretudo Kitty, descobre que o amor não é só luxúria, sentimento ou paixão, mas também é sacrifício, entrega e dedicação e, assim, progressivamente, ambos vão, pela primeira vez, encontrar o sentido do verdadeiro amor.

Com essa apreensão do verdadeiro sentido do amor, nessa ascese platónica das sombras da caverna em direcção à luz, Kitty descobre também que o amor, numa fase mais madura, pode não ser sentimento e ser só entrega e fidelidade. É a própria Madre Superiora do Convento que, já no final do filme, lhe fala da sua paixão pela religião, desde os 17 anos e de como essa paixão se transformou em algo mais frio, mas ao mesmo tempo mais sólido.
Para si, o amor passou a ser um dever e daí a sua vontade em manter o seu posto, em manter o serviço aos outros.

A este propósito, lembro-me de um comentário do saudoso Prof. Morais Barbosa, catedrático de filosofia que, um dia, num programa de tv, teve a coragem de dizer que o amor não é um sentimento.
Num mundo onde as telenovelas, reality shows, revistas cor de rosa, etc.. nos transmitem que o amor é a mera paixão historicamente situada de cariz iminentemente físico e sentimental, este filme não deixa de ser uma forte interpelação a uma visão mais profunda do que é o verdadeiro sentido do amor.

Sem querer desvendar o fim do filme, apenas uma palavra para o tema musical que o encerra “A la claire Fointaine”, uma balada simples e pueril que fala do amor cantado por um rouxinol, verdadeiramente deslumbrante !
Aqui fica um excerto:

terça-feira, 23 de outubro de 2007

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Bertone


A homília do Cardeal Tarcisio Bertone em Fátima é, de facto, de grande qualidade, pela actualidade e pela frontalidade como enfrenta a dicotomia/contradição existente entre mundo moderno e Igreja.


Em particular, para o Algarve, Fátima terá, nos próximos 2 anos, um significado especial com a visita da Imagem peregrina a todas as paróquias do Algarve.

Será uma época particular de benefícios extraordinários que será uma pena desperdiçar.


Assim aqui ficam, para mim, os excertos mais significativos deste notável discurso:


estes sinais de Deus – reconhecidos e interpretados por quem de direito – não cessaram de multiplicar-se ao longo destas 9 [nove] dezenas de anos; não último deles, a partida para a Glória do Servo de Deus João Paulo II [segundo] rodeado duma multidão incalculável e com todos no coração enquanto repete para a Mãe de Misericórdia: «Totus tuus… Eu sou todo vosso, ó minha Rainha e minha Mãe, e tudo quanto tenho vos pertence». Hoje, tomados pela maravilha de quantos os viveram e sustentados pela esperança acesa nos corações simples e humildes de quem, à sua vista, acreditara, não podemos deixar de exclamar, num misto de gratidão e confusão: «Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?»
E, se veio ter comigo, manda a boa educação perguntar-lhe: «Que é que Vossemecê me quer? – “É preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados” e Ela, tomando um aspecto mais triste, acrescenta: “Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido”» (aparição de 13 de Outubro de 1917).
Isto é Fátima, amados irmãos e irmãs: conversão, emenda de vida, deixar de pecar, reparar a Deus ofendido no irmão. Isto é Fátima; não os sinais, ou pelo menos são secundários: passam para deixar lugar ao que significam, isto é, à vida nova de ressuscitados. Por isso, seria insensato continuar indefinidamente a pedir sinais, sem os discernir nem lhes dar crédito; sobre nós, penderia a censura do divino Mestre: «Esta geração perversa e infiel pretende um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas. Assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no seio da terra» (Mt 12, 39-40). O sinal de Deus é a ressurreição de Cristo e nossa: de facto, como ouvimos há pouco na segunda leitura, «a nós, que estávamos mortos por causa dos nossos pecados, [Deus] restituiu-nos à vida com Cristo (…) e com Ele nos ressuscitou» (Ef 2, 5-6). Por isso, «eis o que vos digo e aconselho em nome do Senhor: (…) Deixai-vos renovar no mais íntimo do vosso espírito, adquirindo os hábitos do homem novo criado à imagem de Deus na justiça e santidade verdadeiras» (Ef 4, 17.23-24). Como o Beato Francisco, como a Beata Jacinta… como tantas e tantos outros que se entregaram ao Imaculado Coração de Maria, refúgio e caminho que conduz até Deus.
Com efeito, aqui Nossa Senhora não pediu para ser admirada, invocada, venerada… Quis gente «entregue»; pediu que os corações dos indivíduos, das nações e da humanidade inteira Lhe fossem «consagrados». Aqui desfraldou a sua bandeira que é um símbolo e um programa: o seu Coração Imaculado. Aqui se manifestou o Coração da mais doce das mães, pedindo a todos que unam o seu coração ao d´Ela, para darem ao mundo Jesus Cristo Salvador. E, acolhendo o seu convite, por toda a parte se formaram grupos e comunidades que despertaram da apatia de ontem e se esforçam por mostrar agora, ao mundo, o verdadeiro rosto do cristianismo. No Oriente e no Ocidente, o amor do Coração de Maria conquistou um lugar no coração dos povos e dá-lhes esperança e consolação.
Irmãos e irmãs, vós sois as primícias dessa grande seara aqui hoje consagrada no altar. Quando estendo o meu olhar por esta imensa assembleia à procura dos seus confins, parece-me vislumbrá-los naquela nuvenzinha de Elias (cf. 1 Re 18, 44) que se realizou cabalmente na humilde Jovem de Nazaré, Maria, cheia de graça, cheia de Deus. Foi por obra e graça do Espírito Santo que Ela gerou o Filho do Pai eterno e, por missão recebida na Cruz, Se tornou mãe de todos os redimidos; estes lembram incontáveis gotinhas de água que – atravessadas pela Luz de Cristo e, por Ele, atraídas e agregadas –, formam hoje a coluna de nuvem luminosa de Deus à cabeça da humanidade na sua travessia da história (cf. Ex 40, 38). Povo da Páscoa pelas sendas do mundo, confessamos com Maria que «a misericórdia [de Deus] se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem» (Lc 2, 50), multiplicando os semeadores da esperança e os construtores do Reino de Deus.
E tais sois vós, sacerdotes, cuja ordenação vos concede o poder de dispensar os dons da salvação; vós, consagrados, cujos votos fazem de vós testemunhas privilegiadas do único necessário; vós, fiéis leigos, de cujo seio jorram rios de água viva santificando o mundo nos vossos lares, no vosso trabalho e na sociedade inteira. Queridos peregrinos de Fátima, com grande alegria vos transmito a saudação que Sua Santidade Bento XVI [dezasseis] me confiou para todos vós, a começar pelo Bispo desta amada diocese de Leiria-Fátima, o Senhor Dom Antonio Marto, e terminar nos irmãos e irmãs doentes, que se encontram aqui ou estão unidos connosco pela rádio e a televisão, e cujas intenções são objecto particular das preces diárias do Santo Padre: Como sabem, Deus salvou o mundo numa cruz. O repouso, que não encontrou nos braços desta, deram-lho os braços de sua Mãe. E, no coração da Mãe, brilharam os primeiros alvores da Páscoa. Jesus ressuscitado sai ao encontro dos desanimados e diz: «Assim está escrito que deve ser. Toma a tua cruz e segue-Me!»
Numa carta datada de 4 [quatro] de Maio de 1943 [mil novecentos e quarenta e três], a Irmã Lúcia escreve este «recadito de Nosso Senhor»: Ele «deseja que se faça compreender às [pessoas] que a verdadeira penitência, que Ele agora quer e exige, consiste antes de tudo no sacrifício que cada um tem de se impor para cumprir com os próprios deveres religiosos e materiais» (Memórias e Cartas da Irmã Lúcia, edição do P. António Maria Martins SJ, Porto 1973, pp. 447). Ora, já no Verão de 1916 [mil novecentos e dezasseis], o Anjo ensinara aos pastorinhos: «De tudo o que puderdes, oferecei um sacrifício em acto de reparação pelos pecados com que [o Altíssimo] é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores. (…) Sobretudo aceitai e suportai com submissão o sofrimento que o Senhor vos enviar». Queridos peregrinos, sem negar o valor dos sacrifícios e penitências voluntárias, sabei que a penitência de Fátima é a aceitação submissa da vontade de Deus a nosso respeito, que se traduz nos nossos deveres de estado. Alguém poderia observar: Mas, a fidelidade aos nossos deveres de estado não é o mínimo que se nos pode exigir? Será possível que uma obrigação tão elementar seja proposta como penitência suficiente, uma penitência salvadora, capaz de afastar os males que incumbem sobre a humanidade?
É possível, porque esta mobilização dos deveres de estado diz respeito a toda a gente. E o Evangelho no-lo mostra: ainda que nós fôssemos o servo com um único talento, isso não poderia servir de desculpa para a inactividade (Mt 25, 24-30). Infelizmente, um grande número de pessoas imagina que a vitória depende essencialmente do talento, da habilidade, do valor dos que escrevem nos jornais, dos que falam nas reuniões, dos que têm um papel mais visível e que seria suficiente animar e aplaudir estes chefes como se anima e aplaude os jogadores no estádio. Não existe erro mais temível e desastroso! Se os soldados algum dia chegassem a pensar que a vitória já não dependia deles mas somente do Estado Maior (com a desculpa de que se compõe de hábeis generais), esse exército marcharia de desastre em desastre, por muito maravilhosos que tivessem sido os planos de combate elaborados pelos seus chefes. Para evitar tal desastre no que se refere ao renascimento do homem para uma sociedade nova, o Céu exige o esforço, até o mais insignificante, dos servos mais humildes, dos servos com um só talento.Assim, face aos pretensos senhores destes tempos (acham-se no mundo da cultura e da arte, da economia e da política, da ciência e da informação) que exigem e estão prontos a comprar, se não mesmo a impor, o silêncio dos cristãos invocando imperativos de uma sociedade aberta, quando na verdade lhe fecham todas as entradas e saídas para o Transcendente; e que, em nome de uma sociedade tolerante e respeitosa, impõem como único valor comum a negação de todo e qualquer valor real e permanente válido… Face a tais pretensões, o mínimo que podemos fazer é rebelar-nos com a mesma audácia dos Apóstolos perante idêntica pretensão dos senhores daquele tempo: «Não podemos calar o que vimos e ouvimos» (Act 4, 20)! E, se vos lançam à cara erros passados ou presentes de alguns filhos da Igreja, peço-vos: fazei penitência e reparai.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

O Senhor dos Anéis


Um dos livros que durante a adolescência sempre tentei ler, sem sucesso, foi a saga do “Senhor dos Anéis” de J.R.R. Tolkien. A razão da minha dificuldade residia no, a meu ver, exagero de descrições que é feito pelo autor, criando um mundo totalmente novo, onde todas as personagens são apresentadas de forma muito completa e exaustiva. A dada altura uma pessoa perdia-se e (volto a dizer), para mim, tornava-se um pouco maçador e nada estimulante.
Quando os filmes apareceram finalmente tive oportunidade de saborear um pouco o gosto dessa saga, escrita por um professor de linguística para os seus filhos menores. É certo que os filmes não são 100% fiéis aos 3 livros da saga mas ainda assim ajudam-nos a ter uma boa ideia da trama e da intenção do seu escritor.
A história chamou-me à atenção por várias razões. Desde logo, o facto de haver um anel que representa o poder supremo e que exerce uma sedução enorme e demolidora sobre qualquer homem que directa ou indirectamente se aproxima dele.
Depois a ideia de haver alguém, Frodo, que precisamente pela sua simplicidade e humildade de coração, é escolhido para o transportar até às fornalhas de Mordor, com vista à sua destruição.
A senda é caracterizada por ínumeras batalhas, onde muitos vão perdendo a vida. Logo, no 1º filme “A Irmandade do Anel”, um dos aliados de Frodo, Boromir caí na tentação de se deixar seduzir pelo poder irradiado pelo anel e, num acto momentâneo de loucura, tenta roubá-lo a Frodo. Ao ver o que tinha feito, caí prostado e, arrependido, acaba por lutar heroicamente até à morte em defesa do amigo Frodo.
Por esse motivo se compreende a pergunta de Frodo a Aragorn depois deste lhe ter relembrado a jura que fez de que o iria proteger.
Frodo pergunta-lhe, “mas e juras proteger-me de ti próprio ?”
Por este motivo, à semelhança dos livros, os filmes abordam duas situações paralelas de guerra e conflito. Uma de guerra exterior, onde se travam violentas e heróicas batalhas e outra de luta interior em que Frodo tenta, a todo o custo resistir ao poder sedutor do anel que carrega à roda do pescoço.
Como se verá, é mais fácil combater um inimigo externo do que as tentações provenientes do fundo de cada um.
Há também uma figura que marca a história do anel, Gollum, um aldeão que se transforma totalmente, até do ponto de vista físico, vivendo uma dependência doentia do anel que venera e o escraviza até à exaustão.
O final é chocante pelo que tem de decepcionante pois, após muitos terem dado a vida para que Frodo pudesse chegar às fornalhas de Mordor, este, num acto de egóismo e fraqueza, acaba por se recusar a destruir o anel. Nesse sentido, o livro é realista uma vez que não escamoteia a natural fraqueza humana e a ideia de que até os heróis podem soçobrar perante a sedução do poder, da arrogância e da soberba.
Frodo falha a sua missão e só a ganância e a dependência doentia do anel é que fazem com que o mesmo acabe por cair na fornalha de Mordor, no dedo de Gollum que morre extasiado de felicidade por o ter finalmente consigo.
“O Senhor dos anéis” tem muito a ver connosco e o mundo em que vivemos. Por alguma razão, já no séc. XVI, Thomas Hobbes dizia “Homo homini lupus”, isto é, o homem é o lobo do homem.


Artigo publicado na edição de Outubro do jornal regional "Notícias de S.Brás"

Estou mais no Algarve pela Vida


Ultimamente tenho-me concentrado mais nos posts no blog "Algarve pela Vida", daí a minha menor produção neste meu blog pessoal.


Por favor, visitem-nos, divulguem-nos e participem nos debates e temas lançados no blog "Algarve pela Vida.

domingo, 7 de outubro de 2007

Não há crianças portuguesas para adoptar ?

Enquanto alguns portugueses decidem realizar abortos e evitar que futuras crianças venham a nascer, muitos casais, angustiados pela dificuldade em adoptar em Portugal, optam pela adopção internacional.

Para mais informações sobre os procedimentos veja-se aqui

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Encosta-te a mim

Cá por casa, eu e a CC, somos fãs desta música.

Jorge Palma volta, no seu melhor, com uma música romântica, enigmática, mas realista, com os pés assentes na terra.

Aqui fica esta obra de arte, para nós, claro.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Não há pachorraaaaaa


Começo a detestar cada vez mais a minha profissão.


Já estou farto desta caricatura que é o nosso sistema judicial.


Hoje, em Loulé, depois de me ter preparado afincadamente para um julgamento; depois de ter almoçado à pressa e das testemunhas terem faltado aos seus empregos, eu e o meu colega fomos chamados ao gabinete do Juíz que nos disse que não ía haver julgamento uma vez que.....



....as salas estavam todas ocupadas!!!


Desperdício de tempo para todos!


E é por isso que não passamos da cepa torta.

domingo, 30 de setembro de 2007

A crise do Estado e as seringas



A questão da troca de seringas nas prisões portuguesas é, a meu ver, mais uma medida desastrosa e contraditória que vai contra a própria natureza de um Estado de Direito.


De facto, um Estado, com uma constituição programática como a nossa tem como objectivo fomentar a paz e o progresso social entre os seus concidadãos.


Nesta perspectiva, a meu ver, há sempre um objectivo de perfeição mínimo.


O Estado não tem por missão fazer com que os cidadãos sejam santos; mas já tem obrigação de lhes dar as condições mínimas para poderem ter saúde, poderem criar e educar os seus filhos, poderem trabalhar e ter o seu sustento, etc., etc..


Entendo, pois, a missão do Estado como isso mesmo uma “missão” de melhorar o que está mal e é objectivamente nocivo.


Porém, nos últimos tempos, à semelhança do que tem vindo a acontecer em vários outros países ocidentais, surge um pouco a ideia do reconhecimento do falhanço do Estado.


O Estado de Direito não consegue melhorar a vida das pessoas porque o Orçamento não permite, porque as políticas de contenção de despesa não permitem, porque não há meios logísticos, nem humanos para mudar a realidade.


Então, se assim é, o Estado opta pela ideia do “Se não consegues vencê-los, então junta-te a eles”. E, assim, o objectivo do Estado deixa de ser o de melhorar a realidade negativa, tal como resulta da sua própria Constituição, mas sim simplesmente o de atenuar as consequências e efeitos negativos dessa realidade negativa.


Esta lógica de medíocridade, conformismo e resignação vimo-la recentemente na forma como a nova Lei do Aborto foi regulamentada e vemo-la agora na forma como, de forma descarada, se opta pela distribuição de seringas nas prisões.


Mais uma vez a lógica do “A droga nas prisões é uma realidade, quer queiramos, quer não”; “O uso de seringas usadas e infectadas é uma realidade quer queiramos, quer não”; “A infectação de pessoas com HIV e Hepatite é uma realidade quer queiramos, quer não”, logo só há que distribuir seringas.


Se bem se recordam este mesmo argumento foi utilizado até à exaustão com a questão do aborto clandestino e da importância de minorar os seus efeitos negativos para a saúde da mulher.


O Estado não está preocupado em combater a entrada de droga nos estabelecimentos prisionais que são tutelados por si e onde era suposto promover a reintegração pessoal e social dos presos.


O Estado não está preocupado em sujeitar os presos toxicodependentes a programas de desintoxicação, colocando-os eventualmente em locais mais adequados à sua cura.


Não, o Estado débil só sabe reconhecer a sua impotência e depois concluí “que se droguem, mas sem se infectarem”.É chocante e diz muito do Estado e da sociedade medíocre em que actualmente vivemos.


Passámos, no início do século XX, de Estados autoritários e com um forte pendor transformador e programático, caso dos Estados totalitários nazis e comunistas, para, no início do século XXI, um Estado frouxo, oco, conformista, impotente e permissivo.


De um Estado programático totalitário e depois democrático, passámos para um unicamente Estado pragmático.


Sobre esta temática da crise do Estado, veja-se mais aqui

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Liliana imparável


A Liliana Verde tem estado imparável no blog do Algarve pela Vida, com vários posts, todos de muita qualidade, actualidade e pertinência.

Dos vários posts, todos óptimos, aqui deixo esta foto que a Liliana usou como ilustração de um deles.


De facto, é uma aberração e só demonstra o quão esta sociedade/ Estado está doente: penalizar, por exemplo, quem destruir ovos de cegonhas e permitir a eliminação de fetos humanos até às 10 semanas.


A diferença é que os fetos são "obstáculos" para o sucesso e a qualidade de vida dos progenitores...


Está tudo meio passado!

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Padre made USA

A nova coqueluche da Fox News é o correspondente no Vaticano e especialista em assuntos da religião para aquela estação de tv, o Padre Jonathan Morris: é americano, é loiro, de olhos azuis, bonito e jovem e tem todos os tiques de one-man-show próprios da terra do Tio Sam.

Aqui fica um exemplo da sua prestação

domingo, 9 de setembro de 2007

Que belo repasto

Podem dizer que, nós portugueses, somos uns desorganizados, uns maus gestores, uns despesistas, uns desleixados, estamos na cauda da Europa, etc., etc.

Mas uma coisa é certa, a nossa gastronomia é do melhor que há.

À excepção da comida Italiana e um pouco da brasileira, tudo o resto em nada se compara à nossa mesa.

Ainda na passada sexta-feira, comi um rodízio de peixe na "Grelha do Ti-Manel", na Galé, em Albufeira que foi daqueles momentos que certamente recordarei com gosto pela qualidade e frescura do peixe, das sobremesas, de tudo!

E eu bem vi, os estrangeiros ao meu lado a lambezarem-se todos, quase que reviravam os olhos...
Eles que digam que somos isto ou aquilo, mas o que é certo é que estão sempre caidinhos nos restaurantes, às vezes, logo às 7 da tarde, à espera de entrar.

Nisto podemos ter orgulho do nosso país !

P.S.- Já agora também refiro que, sobretudo em matéria de carne, S.Brás de Alportel tem vários restaurantes que primam pela qualidade.
É só cá vir, visitar-nos.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

2 noticias antagónicas...

Sobre os hábitos da vida intíma de jogadores milionários aqui ficam duas notícias antagónicas

Aqui e aqui

EPC e LP

Poucos dias após o falecimento do Prof. Eduardo Prado Coelho por quem tinha alguma simpatia, pela sua moderação nas posições de esquerda e pela sua inegável cultura e inteligência, eis que falece Luciano Pavarotti, esse fenómeno da voz.

Aqui fica um exemplo, cantando Ave Maria de Schubert que tem também, para mim, um significado especial.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Desenhos Animados


Nos anos de 1996-1997, participei, em regime de voluntariado, no apoio a uma associação de telespectadores, a APET, Associação Portuguesa de Espectadores de Televisão, presidida pelo recém-falecido Prof. Manuel José Lopes da Silva.Um dia decidimos fazer um estudo sobre desenhos animados exibidos na TV.


O desafio era exigente uma vez que não existia muita coisa sobre o assunto. As 3 principais figuras, nesta área, em Portugal, eram a Prof. Maria Benedita Monteiro, do ISCTE de Lisboa; o Prof. Manuel Pinho, da Universidade do Minho e a Dra. Maria Emília Brederode dos Santos, investigadora e consultora da RTP2, na altura.


O objectivo era basicamente dar uma ideia aos nossos associados e ao público em geral, sobretudo aos pais com filhos menores, sobre o tipo de desenhos animados que estavam no ar e as suas respectivas características. Para isso, contámos com a colaboração da Prof. Helena Águeda Araújo, Professora da Faculdade de Psicologia de Lisboa que nos sugeriu a classificação da programação infantil segundo vários critérios objectivos.


Desta forma, um conjunto de pessoas procurou visionar a totalidade da programação infantil e classificá-la de acordo com os tais critérios que iam desde a agressividade da música, da linguagem e da imagem das personagens, à análise do conteúdo em termos, por exemplo, de saber se os fins justificam os meios ou se o conteúdo era pedagógico ou meramente lúdico, etc...


Modéstia à parte, penso que fizemos um excelente trabalho, apesar das críticas de que fomos alvos por parte do semanário “Expresso” a quem, aliás, tínhamos dado, numa 1ª fase, o exclusivo da divulgação. O sucesso foi tal que, mais tarde, vários jornais, universidades, semanários e rádios fizeram a cobertura do nosso estudo.
Hoje a APET chama-se ACMEDIA, mas, desde Julho de 1997, nunca mais foi divulgado qualquer estudo sobre os desenhos animados.
A questão é importante uma vez que, quer queiramos, quer não, os filhos acabam sempre por ver desenhos animados.
O que é indispensável é que os pais possam realizar uma boa monitorização sobre esse visionamento e actuem, quer propondo alternativas mais formativas, quer interagindo com eles, discutindo o conteúdo do que estão a ver.
Em minha casa, por exemplo, sempre que digo ao meu filho de 4 anos que aqueles bonecos são feios e ele diz “sim, eu também não gosto”, avanço logo com um DVD alternativo com desenhos animados que sei que ele aprecia.
Na altura em que se discutiu a questão da violência na televisão, era Ministro da Presidência, o actual líder do PSD, Dr. Marques Mendes, surgiram duas correntes: uma minimalista que defendia que os bonecos tipo Dragan Ball Z só afectavam crianças que já de si viviam num ambiente familiar social e económico instável e degradado e outra, por nós defendida, segundo a qual, para além desse grupo, todas as outras crianças de menor idade, pela sua natural vulnerabilidade psicológica, sentiam-se afectadas pelos desenhos animados mais agressivos, não só ao nível da repercussão da violência, mas também do medo e da insegurança, provocando fobias e insónias.
Para terminar, aqui fica, com todos os naturais condicionalismos, a minha classificação da programação infantil, a título exemplificativo, na perspectiva de pai de um filho com 4 anos:


Bons


Noddy; Bob, o construtor; Yacari, Uma família feliz; A ilha das cores; Ruca; Mundo de Richard Scarry; Abre-te Sésamo; O mundo do Simão; Bali, O pequeno ursinho; Pocoyo, Miffy e os amigos; O carteiro Paulo; Harry e o balde de dinossauros; Little People; O mundo de Todd, Pandadoc; Pandatelier, Panda Cozinha, Rua do Zoo 64, Martha e George; Oliver e Benji; Pigi e os seus amigos.


Maus

Ttodos os desenhos animados do canal Cartoon Network; Lola & Virgínia; Histeria; Creepschool, Winx Club II, Caleidostar; Ninja Hatori, Pandas Galácticos; Megaman; Mew Mew Power

Vejam se concordem e perguntem aos vossos filhos a opinião deles...

P.S.- Post baseado no artigo publicado em Agosto no jornal regional "Notícias de S.Brás".

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Voluntários para o Jumbo de Faro precisam-se


De 1 a 23 de Setembro o "Ponto de Apoio à Vida" vai desenvolver uma campanha de divulgação para compra de vales, junto das operadoras de caixa dos JUMBOS do país inteiro, vales esses que representam donativos concretos para as Mães apoiadas.


O "Ponto de Apoio à Vida" procura voluntários a nível nacional (Faro, Alfragide, Almada, Maia, Alverca, Amoreiras, Cascais, Castelo Branco, Coimbra, Famalicão, Figueira da Foz, Gaia, Gondomar, Setúbal, Stº Tirso, Vila Real e Viseu ) para apoiarem a campanha junto das caixas dos vários Jumbos espalhados pelo país.


Para mais informações, contactar:


Maria Durão - mm@talentuus.org
Ponto de Apoio à Vida 21 758 98 18
http://www.talentuus.org/

sábado, 11 de agosto de 2007

Igualdade de direitos? Onde?



As aberrações continuam.


Para fazer um aborto, por livre opção, há todo o dinheiro do mundo e todas as condições do mundo são devidamente disponibilizadas à mulher, com o máximo de celeridade e eficiência.


Para garantir o acesso, nomeadamente nos centros de saúde, ao planeamento familiar às mulheres, futuras candidatas à realização do dito aborto, é que já não está nada garantido.
Veja-se, aqui, a denúncia feita por um militante comunista.


De forma subliminar, lá se vai instalando a mentalidade do "deixa lá, agora, já podemos despachar-nos da coisa"


A aberração tem inclusive natureza económica uma vez que para o próprio Governo sairia muito mais barato adquirir e entregar contraceptivos orais (já nem falo da divulgação de métodos naturais que esses então sairíam a custo zero) do que pagar e subsidiar o custo de um aborto....
É a nova cultura de morte, subsídiada pelo Governo.

Mas há mais:


A notícia apareceu novamente, confirmando o que já se sabia:
Há doentes com cancro, em lista à espera, mais de 1 ano.Infelizmente, conheci um senhor que, por ter poucas condições económicas, não conseguiu recorrer ao privado e teve que esperar, no público, pela sua operação.




Quando chegou a sua vez de ser operado, já as metástases se tinham alastrado pelo que os transtornos próprios da cirurgía acabaram por não dar em nada, uma vez que já era tarde demais.


Em consequência, o senhor veio a falecer poucas semanas depois.




Por sorte, conheço também uma pessoa que, por ter boas condições económicas, conseguiu, em menos de 15 dias, ser operado no privado, com grande sucesso e felizmente ainda hoje está vivo.




No ventre das mães também há os que, por motivos de ordem económica, vão nascer e ter todas as condições e os que, também por motivos de ordem económica, não vão ver a luz do dia.



Apesar do artigo 13º da Constituição dizer que:
1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.


2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.




O que é certo é que uns conseguem viver, em virtude da sua situação económica, e outros, morrem ou são mandados matar pelos seus pais, em virtude da sua situação económica.




O direito à vida (artigo 24º, nº1 da Constituição) e o direito à saúde (artigo 64º da Constituição) não estão a ser cumpridos de forma igualitária para todos.




Num Estado de Direito Democrático, isto admite-se ????

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Singing in the rain

E por falar em abordagens positivas e optimistas, no meio deste verão estranho e inconstante, aqui fica um clássico que vale a pena rever.

Singing in the rain faz parte daquela loucura saudável que todos nós, por devoção, deveríamos praticar volta e meia.

Gosto particularmente da parte em que ele apanha com a água do algeroz em cheio na cara e daquela cena em que ele chapinha nas poças de água com total à vontade.

No final, lá está o senhor polícia para nos fazer voltar à realidade da everyday life...

Todos somos bonitos

E agora, para ainda acreditarmos em nós próprios e na condição humana, faz-nos bem lembrar que todos somos bonitos por dentro e por fora.
Vale a pena ouvir esta cara bonita, com uma voz esplêndida, a cantar algo tão positivo e optimista.
Ora vejam:

domingo, 29 de julho de 2007

História fresca


Ainda sobre este assunto relacionado com a recente história alemã, confesso que não consigo evitar falar sobre isso junto de alemães com quem me cruzo, por motivos profissionais, aqui no Algarve.

Sinto-me um verdadeiro violador uma vez que é evidente o desconforto e embaraço com que me respondem.
Na Alemanha, falar sobre isto não só é tabu, como, em alguns casos, é mesmo um crime punível com pena de prisão.

Muitos dos alemães mais jovens sentem-se envergonhados com a questão do holocausto e, por isso, referem que preferem não falar e desinteressar-se do assunto. É um espécie de blackout colectivo, um tema tabu de que não se pode falar.

Mas, também há outra teoria.
A de que, pelo menos, alguns não gostam de falar sobre o assunto por lhes recordar (a eles e ao interlocutor), não a questão do holocausto, mas a questão da dupla derrota nas Grandes Guerras.
Aí o tabu/blackout funcionaria como forma de alienação ou catarse relativamente a uma recordação traumatizante, como quando tentamos não falar de um ente querido que faleceu de forma a nos auto-defendermos do sofrimento que essa lembrança nos causa.

De qualquer forma, é inevitável que todos eles tenham um passado familiar ligado ao Nazismo. O próprio Papa actual serviu sobre a bandeira Nazi, na fronteira com a Hungria e na defesa das anti-aéreas junto de uma fábrica da BMW.

Não é por uma pessoa ser alemã que é necessariamente culpada pelo nazismo. Mas em muitos filmes, sobretudo americanos, os alemães são sempre apresentados como os "maus da fita".

Sobre os americanos, nota-se. aliás, um verdadeiro ódio, semelhante ao que os franceses sentem, o que justifica, entre outras razões, a alianção do eixo França-Alemanha contra posições dos EUA, em matérias, como por exemplo, a Invasão do Iraque.

Mais recentemente, tem havido uma onda de contestação pela realização americana do filme Valkyrie sobre o Conde Von Stauffenberg que tentou assassinar Hitler. Para muitos alemães, trata-se da combinação de 2 "pecados": o de mexer num tema tabu e o de fazê-lo numa perspectiva americana.

Há que não esquecer que mesmo o recente filme da Queda, de origem alemã, embora tenha sido um êxito no estrangeiro, gerou pouco entusiasmo na própria alemanha, precisamente devido a esse "blind" mental colectivo que a maioria dos alemães cumpre escrupulosamente.


Bom, e no meio das minhas inquirições junto destes alemães algarvios, pude constatar, mais uma vez, o quão recente é ainda este assunto. E, talvez seja por isso que me causa um certo entusiasmo o facto de estarmos ainda a falar de uma "história viva" onde muitas pessoas, locais e objectos ainda nos dizem muito sobre este passado recente.

O pai de um deles foi chefe intermédio das SS em França e teve que se refugiar, durante algum tempo, numa quinta, de forma a fugir à prisão.
O avô de outro foi soldado das SS e sobrevivente da batalha de Leninegrado e no seu sotão, ainda se guarda a farda das SS e o respectivo capacete, sendo que a sua avó, até ao fim da vida sempre se manteve apologista de Hitler e da sua ideologia.

A avó de outra alemã algarvia trabalhou no campo de concentração de Dachau.

A empresa de maquinaria agrícola Mengele, propriedade da família do Dr. Mengele, apoiante do regime Nazi (à semelhança das principais marcas de carro alemãs), ainda hoje perdura e é uma das empresas mais pujantes da Alemanha, nesta área.
Esta empresa "subsidiou" literalmente a fuga desse assassino doentio que foi o Mengele, pagando-lhe viagens, rendas de casa, comprando-lhe inclusive quotas em explorações agrícolas, etc. chegando ao ponto de incluir essas despesas na sua contabilidade oficial enquanto "despesas de representação" e ainda tentaram retirar proveito dessa situação ao nomeá-lo como seu agente de vendas nos vários países por onde este andou fugido.
Pois bem, esta empresa fica a pouca distância da casa de um destes alemães com quem falei e é escandaloso pensar que nenhum dos gerentes desta actual pujante empresa foi penalizado, quando nos anos 70, se descobriu terem sido eles os responsáveis pelo bom sucesso da fuga do seu familiar.

Enfim, a história está ainda muito fresca.


P.S.- Seria também de averiguar, como me retorquiu e bem um destes alemães com quem falei, à laia de defesa contra a minha "violação" do seu passado individual e colectivo, onde páram os agentes da PIDE que ainda estão vivos.
Não para os castigar, mas seria interessante confrontá-los com o passado em face do presente e vice-versa. Este, para mim, é o ponto mais importante desta história viva que nos permite quebrar a barreira do tempo e do passado.

Há uns anos atrás, causou polémica a entrevista que um deles deu, no seu monte alentejano, pelas opiniões que expressou e sobretudo pelo facto de lhe ter sido atribuída uma pensão.

Todos os países têm, pois, o seu lado negro da história recente e muitos dos que lhe sobreviveram andam por aí ainda, misturados com o resto da multidão...

Impressionante

Tenho feito alguma busca sobre ex-nazis que chegaram vivos ao final do século XX e constato que, embora, em determinados momentos os mesmos tenham justificado o que fizeram, alegando estarem apenas a cumprir ordens e estarem inseridos num sistema político a que eram alheios, o que é certo é que, quase todos, em momentos de desabafo reiteraram o seu fanatismo político e ideológico.
Mengele, nos anos 70, reitera perante o seu filho que o visitou no Brasil o seu anti-semitismo e a sua ausência de arrependimento relativamente a tudo o que fizera.
Hanna Reitsch, a mulher piloto que se ofereceu para o suicídio ao lado de Hitler, na sua última entrevista, em finais dos anos 70, confessa ainda usar a cruz de ferro cravejada de diamantes que Hitler lhe tinha dado e faz críticas violentas à Alemanha hodierna.
Erich Priebk, até então refugiado na Argentina, nos anos 90, sente-se à vontade para, numa entrevista a um jornalista americano que o encontrou, apelidar de "terroristas" as crianças e adultos que enviou para os campos de concentração.
E, Remer que foi o responsável pelo fracasso da tentativa de golpe de Estado contra Hitler, em 1944, numa entrevista concedida no final dos anos 90, repete a cassete anti-semita.

sábado, 28 de julho de 2007

Feira da Serra em S.Brás de Alportel


A propósito da Feira da Serra, em S.Brás de Alportel, este fim de semana que está, este ano, melhor que nunca (cuidado FATACIL), aqui fica aquilo que, para mim, é o âmago da alma algarvia, das suas gentes, alegres, bem dispostas e descontraídas- O Corridinho


Em versão dançada




É preciso ter energia e entusiasmo a dançar isto.

O Rancho Foclórico de S.Brás de Alportel e o do Carvoeiro, foram dos que melhor vi conseguirem encarnar este espírito que tanto mexe connosco.
Mas, aqui pelo Algarve, felizmente ainda há muitos ranchos que o fazem muito bem e com muito entusiasmo por parte dos mais jovens.


E em versão só tocada


Nazis vivos

Confesso que tenho uma predilecção especial pela história nazi, sobretudo da fase final, em parte motivada pelo excelente filme alemão "A Queda" que relata os últimos dias de Hitler.

Fiquei chocado, ao saber que existe ainda um número significativo de nazis vivos e desaparecidos.

Parece que os seus perseguidores desistiram de os tentar capturar.

Aqui fica a lista com a nota de que um deles Alois Brunner, responsável pela morte de 130.000 judeus, numa entrevista dada há poucos anos atrás, no seu refúgio da Síria, dizia-se orgulhoso de ter morto tantos judeus e que só tinha pena de não ter morto mais

Aqui fica a lista dos nazis ainda (supostamente) vivos:

Known to be alive
Paul Schäfer, (born 1921) founder of the Colonia Dignidad cult in Chile after the war, charged of child-abuse and of the 1976 disappearance of Juan Maino and possible involvement in Boris Weisfeiler's disappearance.
Herta Bothe, (born 1921) Aufseherin who served at both Stutthof and Bergen Belsen during the war.
Luise Danz, (born 1917) Aufseherin at various camps, including Plaszów, Majdanek, Auschwitz-Birkenau, and Malchow. Was brought to trial in 1996 but was dismissed due to her age.
Erich Priebke, (born 1913) Hauptsturmführer of the SS, he participated in the Ardeatine massacre in Rome, on March 24, 1944, where he had a hand in the deaths of 335 Italian civilians.
Søren Kam, (born 1921) Member of the DNSAP, the Danish Nazi Party, who fled from Denmark to Germany after the war, and is now a German citizen. On September 21, 2006, Kam was detained in the German town of Kempten im Allgäu. He is wanted in Denmark for the assassination of Danish newspaper editor Carl Henrik Clemmensen in Copenhagen in August 1943.
Karl Frenzel, (born 1911) Oberscharführer who served at Sobibór extermination camp. Frenzel aided in the implementation of the Final Solution, taking part in the industrial-scale extermination of thousands of inmates as part of Operation Reinhard. Sentenced to life imprisonment in 1966 but released in 1982 due to ill health.

[edit] Believed to be alive
These people have not been confirmed to be alive, but believed by some to be.
Martin Hellinger - born 1904 [2] and [3]
Hermann Hackmann - born 1913
Ronald von Brysonstofen -born 1917 believed by some, to be in the USA shorten name to Bryson.
Alois Brunner - born 1912, Believed by some to live in Brazil or Syria under alias Dr. Georg Fischer. Responsible for the deaths of 140,000 Jews, head of Drancy internment camp near Paris. Worked for the Gehlen Org after the war and then fled to Syria.
Lorenz Hackenholt. NCO in charge of gassing at KZ Belzec ([4][5] and [6]).
Aribert Heim a.k.a. 'Dr. Death' - born 1913, Believed to have lived in Spain until October 2005, at which time he possibly relocated to Denmark. As of May 2006, he was believed to be in Chile.

sábado, 21 de julho de 2007

Declamadores

Tenho uma grande admiração pelo falecido actor Mário Viegas.
Penso que ele, o João Villaret, a Dra. Maria Barroso e os actores João Grosso e Diogo Infante são, para mim, dos melhores declamadores que já vi.
Aqui fica um excerto do Mário Viegas que vale a pena rever (ou ver pela 1ª vez) na RTP Memória.

Lisboa







Por ter de Lisboa recordações tristes e dramáticas associadas a um passado pessoal, criei de há uns anos para cá uma relação de amor-ódio entre mim e Lisboa.



Por outro lado, ainda trago comigo reminiscências da minha paixão antiga por Lisboa, das férias grandes que passava na biblioteca do meu avô a tentar saber mais coisas sobre a sua história.



Foi aí que ganhei o gosto pela olisipografia.



Via um post do Fora de Estrutura, vim a dar com este site fantástico que irei explorar ao máximo.



É fantástico o que a internet pode fazer por nós e os nossos hobbies e gostos.


Aqui ficam três fotos.


Uma da Igreja onde os meus pais casaram, onde fiz a 1ª comunhã e me crismei e onde a minha mãe esteve antes de ir para a sua última morada.
Outra, a casa onde, desde os meus 2 anos até aos meus 28 anos vivi e cresci na companhia da minha saudosa mãe.

Por fim, a padaria da D.Maria, onde ía diariamente ao pão, até que um dia fechou. Lá chegou a trabalhar, a dada altura, a irmã da Laura Alves.