quinta-feira, 24 de maio de 2007

Só deixar a foto de mais um pudim que será devorado hoje



Alguém é servido?

Pausa para pôr trabalho em dia


Caros amigos,

Estou atolhado de trabalho, agravado pela altura do ano que, por regra, já faz com que nos sintamos todos mais cansados do que o habitual.

Por esse motivo, farei aqui uma pequena pausa de uns dias para ver se consigo pôr o meu trabalho mais em dia, contando voltar em breve.

Até lá, espero que o bom tempo volte de forma a que possamos aproveitar os fins de semana para "ir pegar uma praínha", como dizem os brasileiros, e desopilar deste stress típico de fim de ano (profissional, claro).

Inté

Ainda Mafalda Veiga: Há que penar para aprender a viver


Geme o restolho, triste e solitário
a embalar a noite escura e fria
e a perder-se no olhar da ventania
que canta ao tom do velho campanário

Geme o restolho, preso de saudade
esquecido, enlouquecido, dominado
escondido entre as sombras do montado
sem forças e sem cor e sem vontade

Geme o restolho, a transpirar de chuva
nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda

Mas é preciso morrer e nascer de novo
semear no pó e voltar a colher
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar para aprender a viver
e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
prá receber daquilo que aumenta o coração

Geme o restolho, a transpirar de chuva
nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda

Mas é preciso morrer e nascer de novo
semear no pó e voltar a colher
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar para aprender a viver
e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
pra receber daquilo que aumenta o coração

Onde só chega quem não tem medo de naufragar



Dedico esta música à minha mulher..

sábado, 19 de maio de 2007

Impressionante !


Impressionante o grande exemplo e demonstração de Fé que os pais da Madeleine estão a dar ao mundo e a todos nós.

Dirão os mais cépticos que só agora quando as coisas estão a correr mal que é se lembraram de Deus que é o habitual.
Mas, não é o caso.

Quem os conhece, desde há muito, sabe que a prática religiosa é algo que sempre caracterizou a família dos Mccann.

A importância e o empenho no recolhimento e na oração, colocando-se certamente nas mãos Daquele em que acreditam, dá-lhes uma paz e uma serenidade que, para muitos que estão de fora, quase que chega a ser chocante.

Oxalá as suas preces sejam ouvidas e que o Milagre possa acontecer.

E oxalá também que esta seja uma ocasião para não esquecer as muitas crianças que, por exemplo, em África são vendidas para transacção de órgãos e depois empurradas para a pedofilia internacional...

Para que servem os blogs ?


Os blogs são:


- Um espaço de reflexão e troca sã de opiniões?

- Uma feira de vaidades ?

- Uma enorme perda de tempo para quem os escreve e mais para quem se dá ao trabalho de os ler?

- Uma forma de alguém se auto-promover?

- Uma excelente ocasião para fomentarmos o conflito, a difamação e as ofensas recíprocas?

- Uma mera ocasião de "masturbação" intelectual para quem neles escreve?

The burden of failure an useless lives



And now, comes the part when I relieve you, the little people, of the burden of your failure and useless lives.
But, as my plastic surgeon always says, “if you got to go. Go, with a smile”.

Mês da Fome no Rádio Clube Português

Esta iniciativa do Rádio Clube Português, numa primeira abordagem, pareceu-me um pouco aquela caridadezinha e aquelas frases bonitas que fica sempre bem dizer para enganar a nossa própria consciência individual e colectiva.
O mal destas coisas é que fica sempre tudo muito no abstracto e no ar, tipo "palmadinhas nas costas" para depois ficar tudo na mesma, numa clara sensação de impotência perante o que se está a passar.
Porém, à medida que fui ouvindo as reportagens jornalísticas que são muito concretas e pessoalizadas, fui mudando a minha opinião.
Fiquei particularmente impressionado pelo depoimento que passou no passado dia 18, de uma Angolana que vive sozinha, na linha de Sintra, com 3 filhos menores, que trabalha num restaurante, cujo salário vai todo para pagar a renda de casa e pouco mais, que dizia, em lágrimas, muitas vezes, comer apenas pão e água, para que os filhos pudessem comer melhor; que os filhos, às vezes, lhe pediam leite e iogurtes e ela não tinha para lhes dar.
Este relato impressionou-me porque, felizmente, tenho a possibilidade de ter o meu frigorífico cheio de iogurtes, dos mais diversos tipos e o meu filho mais velho tem a possibilidade de diariamente consumir 3 iogurtes. E, também, porque, em minha casa, tal como em muitas outras, por motivo de erro de cálculo na medida com que se confeccionam os alimentos, por esquecimento na dispensa ou no congelador, ou porque não gostamos das pernas do frango ou por, afinal, não ter dado tempo para cozinhar o que se descongelou ou porque não há a possibilidade de comer as sobras, muitas vezes, vai comida para o lixo.
Iniciativas como o "Banco Alimentar" são extremamente positivas.
Mas, porque não (apesar de parecer um pouco naif ou até disparatada) haver, por exemplo, ao nível local, através das Juntas de Freguesia ou das Misericórdias, uma rede de contactos entre quem tem a mais e quem tem a menos, de forma a fazer encontrar a oferta com a procura?
Podia, por exemplo, alguém telefonar a dizer "sobraram-me batatas fritas e 3 pedaços de bife, podem cá vir buscar". E esse alguém, entraria em contacto com quem precisasse e fazia-lhe chegar as sobras dos outros.
Pode parecer ou soar a chocante o dar as sobras. Esta atitude faz-me um pouco lembrar os que têm vergonhar de dar o filho indesejado para adoptar, mas já acham muito bem darem-no para ser abortado...
Aqui, acho que há que ser práticos. Apesar de naif, é sempre melhor dar os restos ou a comida que se sabe de antemão que não será confeccionada a quem precise do que deixar a comida para o cão ou para as moscas do lixo.
É que se houvesse melhor redistribuição, haveria muito menos gente a passar mal e nem era preciso chamar a ajuda do Estado para nada. Nós, próprios, na sociedade cívil poderíamos contribuír bastante para resolver o problema.


Cara Fernanda

Cara Fernanda,
Queria-lhe aqui deixar alguns apontamentos:
1º Tenho muita pena que uma carinha tão bonita, seja, às vezes, tão extremista em coisas que, se calhar, não o mereciam.
Ao publicar o meu comentário, deu, afinal, mostras de grande coragem, liberdade de expressão, sinal de pluralismo e tolerância. Por isso, dou-lhe os meus parabéns e retiro em parte o que disse, nesse capítulo.
3º Quanto à comparação com a Madonna, acredite que não foi minha intenção ofendê-la, mas única e exclusivamente referir que tudo aquilo que nós sómos, pensamos e defendemos hoje é sempre fruto do que vivemos antes (Por ex. no meu caso pessoal, a minha militância pessoal pró-vida tem muito a ver com o facto de ter perdido um irmão em muito tenra idade e, por isso, em minha casa sempre se ter defendido a vida de forma muito emotiva).
4º Considero-a, apesar dos pesares, para além do Pedro Picoito, das pessoas que melhor escreve em blogs, em Portugal.
5º Desejo-lhe, do fundo do coração, que seja muito Feliz, pois em alguns dos seus posts pressente-se uma certa tristeza própria do Joker (aren't we all Jokers?) encarnado pelo fantástico Jack Nicholson: alegre por fora, triste por dentro.
Até sempre, MRC

4 MONTHS, 3 WEEKS AND 2 DAYS


Finalmente, um filme que mostra a degradação moral e humana que significa a prática do aborto.

Um filme romeno intitulado "4 meses, 3 semanas e 2 dias" que aborda a história de uma rapariga que engravida do namorado e pretende, por isso, fazer um aborto.

Recorde-se que, de acordo com estatística recente, a Roménia é, atrás da França, o país da Europa onde mais abortos se praticam.

O filme tem cenas muito chocantes e, por isso, não se pode deixar de o considerar um filme "pesado" ou mesmo "negro".

Mas, penso que é importante chamar as coisas pelos nomes e mostrá-las tal como elas são. Se assim o tivéssemos feito, durante o período do referendo, talvez o resultado tivesse sido outro.

Para saberem mais sobre o filme, actualmente em exibição no Festival de Cannes, podem consultar os seguintes sites:






Censura ou Auto-censura?


Não sei se será impressão minha mas, ultimamente, o meu (ex) Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, na RTP, tem-me feito lembrar aqueles padres e senhores Bispos que, assustados e intimidados pelas perguntas de jornalistas, defendem que sim senhor até acham muito bem que, no futuro, as mulheres possam vir a ser sacerdotizas, que os padres até devem casar, que se possa usar o preservativo à vontade, etc., etc.

Algumas pessoas parece que ficam assustadas e intimidadas pelo facto dos seus interlocutores poderem eventualmente achar que as suas posições são muito extremistas e radicais. E, por isso, vai daí, acabam por expressar opiniões que, no seu íntimo, na realidade, não defendem; acabam por se sentir na obrigação de "dourar a pílula" sob pena de, depois, poderem vir a ficar mal vistos ou perderem regalias em resultado de uma pressão da opinião pública.

Aconteceu com a posição híbrida que adoptou a propósito do referendo, aconteceu com a posição extremista que adoptou e adopta contra o PNR, aconteceu com as recentes críticas ao PP, entre muitas outras.

Até parece que o facto das interlocutoras serem mulheres e de esquerda levam "o homem" (como ele próprio qualifica muita gente) a desorientar-se e a ter que fazer algumas concessões à esquerda no seu discurso.

Ora, das duas, uma:

Ou uma pessoa se assume com "t...s" (desculpem-me a frontalidade mas achei a palavra "coragem" muito pobre) para expressar as suas opiniões, não me chocando que, nesse caso, escolha as palavras diplomaticamente mais adequadas e com melhor possibilidade de eficácia perante o(s) interlocutor(es) contrário(s).

Ou uma pessoa auto-censura-se e, em nome da defesa da sua imagem perante os outros, diz coisas em que, na realidade, não acredita ou que, pelo menos, nunca diria, caso tivesse no seu próprio ambiente, só para não ficar "mal visto".

A minha pergunta é a seguinte:

O que é mais grave?

Um Estado totalitário em que as pessoas são censuradas, na sua liberdade de expressão, por um agente exterior que as condiciona?

Ou um Estado Democrático em que as pessoas se auto-censuram, contrariando as suas próprias posições e fazendo concessões ao discurso dominante propagandeado pelos media de esquerda, só por medo de represálias para a sua imagem política ou social?

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Música dedicada ao projecto lei do BE sobre divórcio na hora

Get out, right now. It's end of you and me !
It's too late, and I can't wait for you to be gone !

Os "ocos" do sistema


Há um sem número de pessoas, cada vez maior, que se caracteriza por não terem interesse por nada, nem ninguém.Olham para um blog e dizem "não tenho paciência para isto".Olham para um jornal e dizem "não tenho paciência para isto".Esses ocos não sabem o que se passa no mundo que bem poderia estar prestes a terminar que eles nem dariam conta de nada.

Esses ocos pura e simplesmente não querem saber de nada.

Não querem saber de ir votar.

Não querem saber de reclamar, porque não vale a pena estarem-se a chatear.

Não acreditam, nem têm fé em nada.

Não têm ideologias, nem utopias.

Não se inscrevem em partidos, nem em sindicatos.

Não pagam quotas de nada, porque não se interessam por nada.

Não querem saber de resultados, sejam eles do futebol, das eleições ou de um concurso (de um concurso, se calhar, talvez).

Para eles tudo se resume a uma questão material: o mundo divide-se entre os que gozam dos bens materiais, os que não têm bens materiais e os que tentam tudo por tudo, enquanto estão vivos, para poder obter mais bens materiais, à custa dos outros.

Já Thomas More dizia destes ocos, a propósito da nobreza inglesa da altura, que eram tão ocos e desinteressados que eram capazes de adormecer, roncando em bom som, durante o sermão da montanha.

Lembro-me de uma reportagem televisiva onde, num país nórdico, caracterizado pelo bem estar e comodidade o Governo dava subsídios a jovens e associações civis para protestarem acerca de qualquer coisa fosse o que fosse. A ideia era tentar combater a passividade e aburguesamento da sociedade civil.
Vejam ao que se chegou nesses países dormentes e anestesiados pelo bem estar pós-moderno...

Não me considero melhor do que estes ocos, porque em muitas coisas e aspectos eu também me posso considerar um oco. Porém, a diferença é que eu ainda acredito em valores e na utopia, por mais longínqua que ela possa parecer ou por mais fraco que possa parecer o Ser Humano.

Deus nos livre destes ocos que andam por aí e nos estão muitos próximos, no nosso local de trabalho e até, quiçá, nas nossas próprias casas.

Não façamos dos nossos filhos uns ocos.

É importante que eles acreditem em algo, mesmo que não acreditem neles próprios.

Chesterton dizia no seu livro "Ortodoxia" que o terem-lhe ensinado, quando era criança, a história da "Alice no país das maravilhas" tinha sido importantíssimo na sua formação. O acreditar em algo mais para além das nossas próprias limitações, mesmo que não seja um Deus, mesmo que seja uma ideologia ou um qualquer paixão, desde que seja "algo que vai mais para além do que nos rodeia" é importante.

Ser oco é ser, afinal, velho e morrer inutilmente porque se viveu para nada; viveu-se só para respirar, se alimentar, se divertir e o resto QUE SE LIXE!

O pior e o mais perigoso é quando os que não são ocos se aproveitam dos ocos para gerir, dirigir e manipular o mundo.

Ocos deste mundo, mexam-se, acreditem em algo ! acordem !

Deixem essa sonolência, esse borrifarem-se para tudo o que ultrapassa o vosso circulo de bem estar material !

Despertem!

O DIVÓRCIO UNILATERAL E A SOCIEDADE SEM VÍNCULOS


Retomando um projecto já apresentado em legislaturas anteriores, foi agora apresentado um projecto de lei, pelos deputados do Bloco de Esquerda, que consagra o chamado divórcio unilateral. De acordo com este projecto, o divórcio passará a depender apenas da vontade expressa de qualquer um dos cônjuges, mesmo que o outro a tal se oponha, mesmo que tenha sido o requerente a violar os seus deveres conjugais e independentemente de qualquer período de separação efectiva. O projecto vai na linha da recente alteração legislativa espanhola que consagrou a figura que veio a ser popularmente designada como divórcio expresso. Para a lei espanhola, o divórcio pode ser requerido por qualquer dos cônjuges depois de decorrido o prazo de apenas três meses após a celebração do casamento.
Os proponentes já afirmaram que se trata «da mais importante proposta de modernização do direito da família desde 1975». Talvez seja de lhe dar razão quanto à relevância da proposta. Só que não se trata de qualquer progresso. Será, antes, o culminar de uma progressiva descaracterização do próprio casamento e do próprio direito da família.
A alteração legislativa espanhola veio acompanhada da redefinição do casamento como união que deixa de supor a dualidade sexual. Uma e outra subvertem e descaracterizam o casamento na sua essência. Com o divórcio unilateral, perde qualquer alcance o casamento enquanto compromisso e enquanto vínculo. O casamento passará a ser, talvez, o mais instável e precário dos contratos, mais do que um contrato de trabalho ou de arrendamento. Se, a qualquer momento, qualquer dos cônjuges pode desvincular-se independentemente do motivo, pode perguntar-se qual é, afinal, a diferença entre estar casado e não estar. A mesmo tempo que se vão estendendo os direitos das uniões de facto (hoje a equiparação destas ao casamento, no plano dos direitos, é quase total, apesar de haver ainda, até agora, uma evidente diferença no plano dos deveres, inexistentes para quem não está vinculado pelos laços conjugais), por outra via também se vão esbatendo as diferenças entre a união de facto e o casamento. É o enfraquecimento progressivo dos deveres conjugais. Com o divórcio unilateral, qualquer dos cônjuges pode a qualquer momento deixar de os cumprir. Daqui à abolição do próprio casamento, à sua irrelevância jurídica, o passo é muito pequeno.
O divórcio começou por ser encarado como uma sanção contra o cônjuge que violou gravemente os seus deveres conjugais (foi assim em Portugal até 1977). Depois, passou a corresponder também à verificação de uma situação já irremediável, porque são ambos os cônjuges a requerê-lo, ou porque o tempo de separação de facto revela a prática irreversibilidade da situação (é assim o regime actualmente vigente entre nós). Com o divórcio unilateral, aquilo que começou por ser uma sanção contra quem viola os deveres conjugais acaba por ser um verdadeiro prémio para o infractor.
Sempre se considerou um progresso civilizacional, reflexo da influência cultural do cristianismo, a abolição da figura do repúdio, que permitia ao marido a desvinculação imotivada dos seus compromissos conjugais. Com o divórcio unilateral, pode dizer-se que renasce das cinzas tal figura. Dir-se-á que se trata, agora, de um direito de qualquer dos cônjuges, e já não apenas do marido. Mas, di-lo a experiência e também vários estudos, é, na maior parte dos casos, a mulher a sofrer as consequências nefastas (no plano económico, psicológico e afectivo) da ausência de vínculos e do abandono conjugal. Nas famílias monoparentais, o progenitor ausente é sempre o pai. Nunca houve tantas mulheres sós e pobres…
Políticos habitualmente sensíveis à necessidade de contrariar as consequências do individualismo no campo das relações económicas, com o que ele implica de sacrifício dos mais fracos e da coesão social, propõem agora a consagração do individualismo mais extremo no âmbito da família, do núcleo social mais estruturante e fundamental.
Quer-se “agilizar” e facilitar o divórcio como se não estivesse ele já suficientemente difundido, ou fosse essa difusão socialmente irrelevante, ou até benéfica. Mas o divórcio já está “suficientemente” difundido, entre nós como noutros países onde chega a verificar-se uma proporção de um divórcio para cada dois casamentos (proporção de que estamos a aproximar-nos). As consequências socialmente nocivas dessa difusão também são evidentes, apesar de, muitas vezes, se pretender fechar os olhos a essa evidência, porque, acima de tudo, não se quer pôr em causa essa “conquista” da liberdade individual que será o divórcio. Às vezes, parece que se pretende convencer-nos de que é salutar o crescimento e educação de uma criança ou de um jovem sem a presença contínua do seu pai e da sua mãe, e que é socialmente irrelevante que tal se verifique numa proporção de crianças e jovens que se aproxima da maioria.
Também se diz que «mais vale um bom divórcio do que um mau casamento». Mas quase nunca se diz que um “mau casamento” não é uma fatalidade (como não é uma fatalidade que de dois casamentos um termine em divórcio), que muitas das dificuldades de um casamento podem ser ultrapassadas num esforço de abertura ao outro, de harmonização de diferenças e de perdão recíproco.
É verdade que não é a Lei, por si só, que destrói ou fortalece a família. Tal depende, sobretudo, de factores sociais e, sobretudo, culturais e de educação. Mas a Lei não deixa de ter o seu papel. Além do mais, porque ela própria contém sempre uma mensagem cultural. Não pode desligar-se a difusão do divórcio em Portugal da sua consagração legal em relação à maioria dos casamentos (os casamentos católicos) a partir de 1975. Afirmava-se, então, que não podiam ignorar-se as situações dos casamentos fracassados, que eram, então, apesar de tudo, uma pequena minoria. A partir daí, o divórcio passou a “gerar divórcio”, porque passou a ser maior a ligeireza com que se contrai o casamento e passou a ser menor o incentivo a superar as dificuldades do casamento. Aquele que era o drama de uma pequena minoria, generalizou-se de forma exponencial (não só por causa da Lei, como é óbvio, mas também por causa da Lei)
Parece que hoje se pretende ir ainda mais longe, se quer criar uma sociedade de indivíduos isolados e sem quaisquer vínculos. Mas será isso, sequer, possível? Será possível, por exemplo, contrariar o suicídio demográfico da Europa, a que temos assistido impassivelmente e para o qual começamos agora a estar alertados, quando se recusam quaisquer compromissos e quaisquer empenhos que vão para além do imediato?


Pedro Vaz Patto

Juiz de Direito

domingo, 13 de maio de 2007

Insónias....



O que está por detrás das Insónias?
Infelicidade?
Insegurança?
Excitação?
Exaltação?
Ansiedade?
Depressão?
É curioso saber, por exemplo, que as pessoas cancerosas, por regra, têm muita dificuldade em adormecer. Percebe-se porquê...
Porquê dormir quando se pode trabalhar ou divagar?
Porquê dormir?
Porquê recuperar baterias?
Há prazer em dormir? Em desligar-se do mundo e perder os sentidos durante horas seguidas? Ficar em coma todas as noites?
Há quem viva de noite e durma de dia, por serem do contra.
Há quem durma de noite e viva de dia, por serem previsíveis.
De noite, dorme-se; de dia, vive-se, dir-se-à...
Dormir pior equivale a viver pior.
Vale a pena dormir bem?
Dormir bem é dormir sem ter motivos para dormir mal. Por isso, despojar-se desses motivos é razão para viver melhor no dia seguinte.
Afinal, ter olheiras é sinal de quê?

segunda-feira, 7 de maio de 2007

E agora em versão não gay

Música gay



Os "Erasure" fazem-me lembrar a música POP dos meus tempos de adolescência.
Em especial, a sua actuação em palco é muito ilustrativa, fazendo lembrar bastante o nosso Ney Mato Grosso (porque será?).
Esta música também faz lembrar os nossos "Silence 4" que dela fizeram uma adaptação mais pausada e romântica que muitos de nós adoptámos nos nossos relacionamentos pessoais.
Nada tenho contra os homossexuais e penso até que, na música, terão uma sensibilidade e um dom que se reflecte na qualidade dos seus trabalhos, vide George Micheal, Elton John, António Variações e, claro, Erasure.

Point Break




Um dos meus filmes preferidos e aqui em http://www.youtube.com/watch?v=BpiQekdv-tY
uma das cenas mais espectaculares da história do cinema (perdoem-me os cinéfilos de esquerda e intelectualóides de direita).
Aqui ficam também alguns excertos de um filme que causa nos causa sentimentos contraditórios.

Isto tem a ver connosco contra o sistema,
Esse sistema que mata o esprírito humano.
Nós estamos perante essas almas mortas que circulam nas auto-estradas nos seus caixões metálicos, nós demonstramos que o espírito humano ainda está vivo !!!

O medo causa hesitação. E, a hesitação faz com que os teus piores medos se venham a tornar na pior das realidades. Por isso, há que projectar força, para poder evitar o conflito.

Eu, pessoalmente, prefiro vê-lo com um elogio e uma apologia da juventude e da capacidade de fazer algo diferente e radical contra o sistema...

Luis Gomes


Luis Gomes: Presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António é, para mim, no meio de tanta medíocridade o exemplo de um político competente e promissor que alia a capacidade de trabalho à seriedade.
Para já, tem feito um excelente trabalho na Câmara e é conhecido e querido por todos os seus conterrâneos.
Oxalá, dentro e fora do PSD, lhe reconheçam o valor devido!

Twin Peaks



Esta série de culto, lembra-nos o seguinte:
- Que, no homem e na natureza, o belo pode andar paredes meias com o horrível e o que de mais degradante há no mundo.
- Que a pedofilia é um crime, que, além de ser hediondo, ataca o que de mais puro e autêntico há na face da terra, a infância inocente.
- Que todos nós, sem excepção, temos um parafuso a menos.
- Que Julee Cruise tem uma voz excepcional e que vale a pena ter o CD da banda sonora de Angelo Badalamendi.

Procura-se Sarkozy português


Penso que a vitória de Sarkozy que nos deixou a todos que, com eu, se identificam com a direita liberal, muito contentes e esperançados, se deve basicamente ao seu perfil directo e frontal.

Recordo que, em Portugal, das últimas vezes que o PP teve uma votação mais significativa foi quando precisamente Paulo Portas assumiu o protagonismo de uma "mão direita" forte no governo que se batesse pelos ideais próprios da direita.

Infelizmente, neste momento, não vejo nenhum líder nem no PSD, com Marques Mendes; nem nesta nova versão do Portas, no PP, capaz de protagonizar um desempenho à Sarkozy.

A única pessoa, para mim, mais próxima (embora ainda não ideal) para isso, seria a Dra. Manuela Ferreira Leite.

Haverá por aí algum Sarkozy português?

Procura-se, com urgência!

E quem fala assim não é gago

Pedro Picoito


Aqui reproduzo um post de excelente qualidade do Pedro Picoito, um dos principais dinamizadores do blog "Cachimbo de Magritte" que, para mim, devido ao seu talento e competência, já merecia outro destaque, quer em termos políticos, quer em termos de comunicação social.

É um desperdício, este rapaz andar aí à solta sem que as suas capacidades sejam verdadeiramente aproveitadas como seria de elementar justiça.

Espero e faço votos sinceros para que, o quanto antes, esta situação possa ser alterada.

É uma pena que pessoas com as qualidades do Pedro não estejam nos lugares e com o destaque que outros, com maior mediocridade, estão.

Aqui fica o post que está com muita piada e embora já tenha uns diazinhos, ainda assim, vale a pena ler.


"A propósito de um certo post aí para baixo, recebi o seguinte email, que transcrevo com a devida vénia.
"picoito meu ganda palhaço andas a incinuar k a gente n apanhou porrada da bofia no 25 abril mas vou contar as cenas que se paçaram e depois inda te vou aos cornos porco fachista
a nossa manif era pela paz e contra o kapitalismo e o fachismo e essas merdas a gente so keria mandar bue mokada nos cabroes do pnr pk os gajos ganharam o concurso da tlevizao e entao atiramos tinta pa cima d1s cotas e d1s betos e partimos 1s montras d1s moltinaçunais tipo bertrand e paris em lx
o meu velho ta cempe a dizer k a prupiedade é 1 robo k era o k dizia o prudome akele gajo do benfica e n se xateou mas os nazis dos bofias apareceram e começaram a paçarçe co o pessoal e a mandar bue porrada e entao o peçoal teve k sacar das vigas e dos molotovs k o kim trouxe (o kim é 1 bacano k andou nas alas de dezobedençia sivil dos gajos do bloco na çerra da extrela e sabe 1s cenas bue fixes sobre kale borroka ké porrada em expanhol)
1 gajo já n pode fazer nada n se pode xarrar n pode abortar koando ker n pode cazar ko o kim ondé k ta a libredade exta merda n parece 1 democacia é + acim tipo america
pra keke fizemos o extado novo no 25 abril se n podemos mandar mokada na bofia e nos skins
eles dizem k aprenderam a noça simbuljia é mentira meu ng levou simbuljia ficou tudo la no predio ko os okupas pa gente fumar á naite
ia agora levar simbuljia pó meio da bofia só se eu foce def
e até o dani akele bacano do arrastao diz k a gente tavamos adolescentes mas n a gente n fumou nada nece dia
kuando eu te apanhar fodote os cornos picoito pra n dizeres essas merdas k n somos pela paz e tal"
Pedro Picoito in Cachimbo de Magritte.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Caritas do Algarve angariou artigos para o S.O.S.Vida


A Caritas Diocesana do Algarve levou a cabo, no passado sábado, uma recolha de artigos alimentares e de puericultura, bem como de peças de vestuário e calçado para bebés a favor do SOS Vida, uma das valências da instituição algarvia. A campanha que foi realizada no hipermercado Jumbo, em Faro, entre as 9 e as 23 horas, permitiu a angariação de 25 carrinhos de supermercado de produtos e contou com a participação de 53 voluntários, para além da colaboração de 25 elementos do Agrupamento 1172 do CNE – Corpo Nacional de Escutas de São Luís de Faro.Carlos Oliveira, presidente da Caritas algarvia, garantiu à FOLHA DO DOMINGO que adesão das pessoas fez-se sentir até porque o resultado foi mais positivo que o ano passado. Aquele responsável refere, no entanto que os produtos angariados nesta iniciativa que decorre entre uma a duas vezes por ano “não é suficiente” para apoio às mães grávidas e aos seus filhos. Por vezes, têm de recorrer à ajuda de outras pessoas ou entidades. No entanto, confirma Carlos Oliveira, “esta iniciativa é muito importante para que este serviço seja conhecido pela comunidade”.
Samuel Mendonça - Folha do Domingo

Auto-definição possível


Aceitando o desafio lançado pelo blog da Ka, aqui fica uma auto-definição possível....


Se eu fosse...Se eu fosse uma hora do dia, seria a uma da manhã.

Se eu fosse um astro, seria uma lua em quarto minguante.

Se eu fosse uma direcção, seria o Sul.

Se eu fosse um móvel, seria uma cadeira com rodas.

Se eu fosse um liquido, seria sumol (de laranja ou ananás).

Se eu fosse um pecado, seria preguiça.

Se eu fosse uma pedra, seria um mero calhau.

Se eu fosse uma árvore, seria um pinheiro.

Se eu fosse uma fruta, seria um kiwi.

Se eu fosse uma flor, seria um cato.

Se eu fosse um clima, seria o Madeirense.

Se eu fosse um instrumento musical, seria uma bateria.

Se eu fosse um elemento, seria fogo.

Se eu fosse uma cor, seria cinzento.

Se eu fosse um animal, seria um esquilo.

Se eu fosse um som, seria uma sirene.

Se eu fosse música, seria banda sonora do “Bravehart”.

Se eu fosse estilo musical, seria Jazz.

Se eu fosse um sentimento, seria contradição.

Se eu fosse um livro, seria “Eurico, o Presbítero” de Alexandre Herculano.

Se eu fosse uma comida, seria comida nortenha.

Se eu fosse um lugar, seria uma campo sem casas à volta.

Se eu fosse um gosto, seria agridoce.

Se eu fosse um cheiro, seria bifana grelhada em carvão.

Se eu fosse uma palavra, seria nim.

Se eu fosse um verbo, seria sobreviver.

Se eu fosse um objecto, seria um pisa-papéis.

Se eu fosse peça de roupa, seria chapéu grande.

Se eu fosse parte do corpo, seria mãos.

Se eu fosse expressão facial, seria apreensão.

Se eu fosse personagem de desenho animado, seria o homem-aranha (esta é por causa do meu filhote, claro).

Se eu fosse filme, seria “Ruptura Explosiva”.

Se eu fosse forma, seria quadrada.

Se eu fosse número, seria um.

Se eu fosse estação, seria outono.

Se eu fosse uma frase, seria "Os homens, a mula e o pudim é o resumo da nossa vida"

terça-feira, 1 de maio de 2007

Blog do "Algarve pela Vida" tem novo visual


O Blog da plataforma "Algarve pela Vida", resquício do que foi o Grupo Cívico "Algarve pela Vida" tem um novo visual.


Entretanto, todos os que quiserem participar com artigos, fotos ou o que sejam, podem-no fazer para o mail algarve.vida@gmail.com.

Parabéns ao João Lima e ao Bruno pelo seu empenho!!!

Dom Rodrigos


Uma especialidade Algarvia.

Para mim, os melhores são os da Pastelaria Almeida, em Portimão !!!!