Os homens são a coisa mais fantástica que há à face da terra. Mas, por vezes, são umas autênticas mulas porque metem argolada e depois disso, metem argolada outra vez. O grande mal do homem não está na falta de inteligência, está na falta de vontade que se deixa seduzir por essa coisinha doce e melosa, como um pudim. E quando assim é, o homem torna-se naquilo pelo qual se deixa seduzir- um pudim que qualquer colher esquarteja e leva à boca até desaparecer. Perceberam?
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
14 conselhos sobre como viver o Natal e o Ano Novo
Aqui, em versão espanhola.
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
Sarkozy inesperado
Via corta-fitas, aqui fica um excerto de um discurso bom demais para ser verdade:
Um homem que crê é um homem que espera. E o interesse da República é que haja muitos homens e mulheres que esperam"."
Se existe incontestavelmente uma moral humana independente da moral religiosa, a República tem interesse em que exista também uma moral inspirada em convicções religiosas".
"Uma moral desprovida de laços com o transcendente está mais exposta às contingências históricas e ao facilitismo".
(...)
"O perigo reside no facto da ética não ser mais uma tentativa de fazer o que se deve fazer, mas apenas o de fazer o que se pode fazer
(...)
A França tem necessidade de católicos convictos que não receiem afirmar aquilo que são e aquilo em que crêem"
A França necessita católicos felizes que testemunhem a sua esperança.
Quem quiser, vale a pena ler aqui ou ouver aqui o discurso (sobretudo a 2ª parte) que é, de facto, excelente.
sábado, 22 de dezembro de 2007
Cinema natalício medíocre
Se levarmos em conta as estreias cinematográficas dedicadas aos jovens e crianças, diremos que este Natal pautou-se por uma enorme medíocridade.
A história de uma abelha tem uma 1ª parte razoável, mas na 2ª parte nota-se que o argumento se perde por completo e entra no disparate e na idiotice mais pateta. Fica-se com a ideia que chegaram a dada altura e já não sabiam o que fazer do filme...
A Bússola dourada é uma tentativa barata e rasca de imitar as sagas do "Senhor dos Anéis" ou "O Leão, a feiticeira e o Guarda-roupa" só com intuítos menos claros e certamente muito menos educativos.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
Spe Salvi
A sua enorme riqueza de conteúdo impede uma qualquer leitura superficial e exige a sua reflexão pausada.
Não se tratam apenas de meras elocubrações de natureza teórico-filosófica, pois o Papa aborda e propõe também coisas muito concretas.
Há, sem dúvida, momentos de grande beleza e poesia.
Mas, o Papa põe o dedo na ferida: nós "despedimos" Deus uma vez que o bem estar material, sexual, alimentar, etc.. dão-nos o que precisamos, sem mais.
O homem moderno dispensa a eternidade, não está disposto a renunciar a uma vida mais desenfreada, não está disposto a ser mais moderado no consumo de bens materiais (e até alimentares- veja-se o aumento da obesidade nos países mais desenvolvidos), no uso imoderado do sexo na ingestão de drogas, ainda que leves, no recurso ao vicio do jogo, do alcóol, etc.. em troca de uma eternidade que não conhece.
A ideia é: a vida são 2 dias e o céu ou a eternidade não sei se existem. Por isso, mais vale gozar a vida AGORA.
Este raciocínio só é quebrado quando surgem situações de doença ou morte. Neste caso, é que o todo poderoso e autosuficiente homem se recorda do divino.
sábado, 15 de dezembro de 2007
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
sábado, 8 de dezembro de 2007
Emília e a estrela de Natal
Fiquei logo entusiasmado e pedi-lhe o contacto pois, como advogado, por vezes, surgiam-me questões nessa área e ter uma consultora especialista à mão dar-me-ia muito jeito.
E assim foi, ao longo de alguns anos, volta e meia lá telefonava eu para a Emília, tirando dúvidas sobre registo predial.
Sempre me atendeu de forma muito acolhedora e simpática, mesmo quando, por vezes, estava muito ocupada.
Na realidade, era sempre um prazer falar com a Emília. Sempre foi muito cordial, paciente e generosa para comigo e procurava responder-me com grande profissionalismo e foi graças a si que consegui resolver vários casos bicudos na área do Direito registral.
Volta e meia quando eu ligava, respondia-me a funcionária da Conservatória, a “A sra. Dra. está de baixa por causa da gravidez”. De facto, já lá iam 4 filhos, com gravidezes de risco que a Emília encarava com muita naturalidade, serenidade e confiança.
Um dia encontrámo-nos em Vilamoura quando vieram passar férias aqui ao Algarve. Foi uma hora muito bem passada e deu-me muito gosto estar com eles, todos de cara muito bem lavada. Sentia-se que era gente boa, muito boa e a Emília, a jovem matriarca, na casa dos 30 era a mais bondosa de todos. O seu desvelo por todos os filhos saltava à vista e, ao mesmo tempo, notava-se nela uma enorme disponibilidade para ajudar tudo e todos.
Em Julho, falei-lhe novamente.
Estava, de novo, em casa com nova gravidez de risco, a quinta; falámos dos miúdos dos meus e dos dela; falámos dos sacrifícios e das renúncias e terminámos a concluir que vale a pena. E lembro-me de a ouvir dizer, duas vezes, “sim, vale a pena, vale muito a pena”.
Disse-me nessa chamada que vinham para o Algarve. Perguntei-lhe se não era perigoso por causa da gravidez ao que me respondeu que não fazia mal porque ficaria em casa a descansar enquanto o pai levaria os miúdos para a praia. Não queria que os filhos ficassem sem férias por sua causa.
Era assim a Emília, esquecida de si e sempre pronta a se dar aos outros e aos filhos em especial.
Despedimo-nos e, mais uma vez, senti-me revigorado com as suas palavras mas também grato e satisfeito por a conhecer .
Hoje, dia 6 de Dezembro, surgiu-me outra dúvida sobre um registo complicado.
Peguei no telefone e liguei para a Conservatória para confirmar se ainda estaria de licença de parto e quando é que voltaria.
Respondeu-me a funcionária “A Sra. Dra. faleceu, faleceu no parto”.
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Fiquei atónito e sem palavras.
Soube depois que se tinha sentido mal disposta, no Algarve e veio a falecer no hospital em Faro.
O bébé sobreviveu e vive hoje sozinho com o pai e os 4 irmãos.
Ao fim de pouco mais de 3 meses, soube que todos estão a tentar dar a volta por cima, com uma grande força, a grande força que só as grandes personagens sabem ter.
Este Natal lá em casa tudo será diferente.
Mas a Emília não os deixou, nem nos deixou.
A sua enorme bondade e a sua enorme generosidade são uma outra estrela que paira no céu neste Natal.
Para mim, e por maioria de razão, para os seus filhos e marido, ela é e será sempre um modelo e o seu exemplo uma estrela que nos ilumina e que certamente os iluminará a todos nesta noite longa, fria e escura.
Beijinhos Emília e até à próxima !
domingo, 2 de dezembro de 2007
O pesadelo do Natal
Nativity Story
Este filme, mais do que a própria figura de Maria, destaca, em particular, a figura de José que tantas vezes é esquecido como personagem menor do presépio.
As cenas de José, com uma excelente interpretação de um jovem actor iraniano, são deliciosas e convidam-nos a reler essa Exortação Apostólica de 1989, Redemptoris Custos.
O meu candidato ganhou
Falta de qualidade que nem sempre é só técnica, mas sobretudo falta de experiência de vida, excesso de rigorismo e formalismo e falta de sentido de Justiça, na perspectiva que a verdadeira Justiça há de estar sempre suavizada pelo doce sabor da Misericórdia.