segunda-feira, 28 de julho de 2008

O aborto IVG é uma coisa horrenda !

Para muitos votantes no "sim" no último referendo que se deitam à noite de consciência tranquila e descansados porque já não são mais incomodados na comunicação social com um tema que lhes causa desconforto, aqui dedico este video.

O aborto seja ele, legal ou ilegal é uma coisa horrenda.

Muitas pessoas que são contra o aborto, acham que não se deve mostrar o que ele é ou qual o seu resultado porque se corre o risco de ser chamado "radical".

Mas será que o que é real não se pode mostrar ?
Se existe, dever-se-á fingir que não existe só porque incomoda ?
Ou voltámos à cena do filme "A Praia" em que um dos colegas é deixado a morrer na floresta porque estava a estragar o cenário de perfeição e de férias permanentes dos amigos ?

quinta-feira, 24 de julho de 2008

OS CULPADOS

A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres.Agora dizemos que Sócrates não serve.E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão quefoi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo.
Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda semprevalorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude maisapreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aosdemais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nospasseios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL,DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa,como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudoo que possa ser útil para os trabalhos de escolados filhos ....e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porqueconseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se fraudaa declaração de IRS para não pagar ou pagarmenos impostos.
Pertenço a um país:
- Onde a falta de pontualidade é um hábito;
- Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
- Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixonas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos.
- Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
- Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizemque é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.
- Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovarprojectos e leis que só servem para caçar ospobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicaspodem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
- Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com umacriança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.
- Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.
- Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre acriticar os nossos governantes.
- Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates,melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi umguarda de trânsito para não ser multado.
- Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu comoportuguês, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente queconfiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.
Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas faltamuito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita, essadesonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até seconverter em casos escandalosos na política, essafalta de qualidadehumana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que éreal e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós,ELEITOS POR NÓS.
Nascidos aqui, não noutra parte...Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que osuceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria primadefeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, masenquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa?Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com aforça e por meio do terror?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece asurgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para oslados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmente abusados!
É muito bom ser português.
Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimentocomo Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer.Está muito claro...
Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e,francamente, tolerantes com o fracasso.É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir)que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, dedesentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.AÍ ESTÁ.
NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa?.... MEDITE!
EDUARDO PRADO COELHO in "Público"

quarta-feira, 23 de julho de 2008

A barba e os foragidos

Uma das características comuns de muitos criminosos de guerra foragidos está no deixarem crescer a barba de forma a serem mais dificilmente reconhecidos.

Aconteceu com Josef Mengele que deixou crescer um generoso bigode, tão grande que lhe tapava mesmo os lábios superiores e lhe causava graves transtornos digestivos uma vez que, com muita frequência, engolia pêlos desse mesmo bigode.

Agora, com Karadzic a coisa repete-se: barba e bigode generosos são o refúgio dos criminosos de guerra.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Tira-se-lhes o aroma ?

Ontem fomos ao pediatra a uma consulta de rotina com a mais nova.

Questionado por mim sobre a possibilidade de começar a dar iogurte com morango, o pediatra respondeu que é contra os iogurtes com aroma por serem compostos de produtos químicos.

Para o pediatra, se não lhe dermos a experimentar algo que é gostoso mas pouco saudável, eles continuarão a comer o que talvez possa não ser tão gostoso, mas é mais saudável.

Será que os iogurtes aromáticos são assim tão perniciosos para a criança ?

Qual o melhor modo de educar os filhos ?

"Os pais são os principais educadores dos seus filhos, tanto no aspecto humano como no sobrenatural, e hão-de sentir a responsabilidade dessa missão, que exige deles compreensão, prudência, saber ensinar e, sobretudo, saber amar; e devem preocupar-se por dar bom exemplo. A imposição autoritária e violenta não é caminho acertado para a educação. O ideal para os pais é chegarem a ser amigos dos filhos; amigos a quem se confiam as inquietações, a quem se consulta sobre os problemas, de quem se espera uma ajuda eficaz e amável.

É necessário que os pais arranjem tempo para estar com os filhos e falar com eles. Os filhos são o que há de mais importante; mais importante do que os negócios, do que o trabalho, do que o descanso. Nessas conversas, convém escutá-los com atenção, esforçar-se por compreendê-los, saber reconhecer a parte de verdade – ou a verdade inteira – que possa haver em algumas das suas rebeldias. E, ao mesmo tempo, apoiar as suas aspirações, ensiná-los a ponderar as coisas e a raciocinar; não lhes impor uma conduta, mas mostrar-lhes os motivos, sobrenaturais e humanos, que a aconselham. Numa palavra, respeitar a sua liberdade, já que não há verdadeira educação sem responsabilidade pessoal, nem responsabilidade sem liberdade."

S.JoseMaria Escrivá de Balaguer in CQP (72)

sábado, 12 de julho de 2008

A propósito da vitória da Espanha no Euro 2008...

"O mesmo acontece nas olimpíadas. Não são coroados os mais admiráveis nem os mais fortes, mas o que disputam a vitória (é entre estes que se contam os que obtêm a vitória)."

Ética a Nicómaco, Aristóteles. Quetzal. Pág.32.

Muito actual

Numa altura em que poderes obscuros dominam a assembleia da república, o Governo, muitas autarquias do país e os principais órgãos de comunicação social, fomentando um secularismo estéril e uma cultura de morte radicada num racionalismo relativista, eis que esta carta escrita em 24 de Dezembro de 1910 mantém (agora cada vez mais) muita da sua actualidade.

Só os americanos para fazerem uma coisas destas

Operação Nariz Vermelho

Jornada Mundial da Juventude



Aproximam-se mais umas jornadas do Dia Mundial da Juventude, iniciativa fundada pelo saudoso Papa João Paulo II.

Pessoalmente gostaria muito de estar na Austrália, tão longe, para viver essa experiência certamente inesquecível.

Tive oportunidade de participar nas Jornadas Mundiais da Juventude que tiveram lugar em 1989, no Monte do Gozo, em Santiago de Compostela.

Na noite de 19 para 20 de Agosto, dormimos ao relento precisamente no Monte do Gozo. Levantou-se um frio e uma névoa que nos impediram de dormir como deve ser.

Eu, pessoalmente, dormi para aí umas 2 ou 3 horas ao todo, naquela que me pareceu a noite mais longa da minha vida, onde usei as botas como almofada e me estendi a poucos metros de uma pequena lixeira.

No dia seguinte, porém, foi muito emocionante.
O Papa, mais uma vez quebrando o protocolo, antes de iniciar a Missa, dirigiu-se ao microfone de impreviso e disse-nos que tinha sido informado que a noite tinha sido dura.

Disse-o, ao mesmo tempo, que o Sol, nessa altura, se ía levantando e referiu-se a que depois da noite vem sempre o dia e o Sol e que esse Sol era Jesus Cristo numa referência ao lema dessas Jornadas que eram "Eu sou a Verdade, o Caminho e a Vida"

Cá ficou na memória para contar aos meus filhos e netos (se lá chegar)

E agora Austrália !!!

«Foi novamente como se a Vida, com todos os seus segredos, estivesse próxima de mim, como se eu a pudesse tocar… E ali sentia-me imensamente segura e protegida. E pensei: "Como isto é estranho. É guerra. Há campos de concentração. Pequenas crueldades amontoam-se por cima de pequenas crueldades.

Quando caminho pelas ruas, sei que, em muitas das casas por onde passo, há ali um filho preso, e ali um pai refém, e ali têm de suportar a condenação à morte de um rapaz de dezoito anos." E estas ruas e casas ficam perto da minha própria casa.Sei do grande sofrimento humano que se vai acumulando, sei das perseguições e da opressão…

Sei de tudo isso e continuo a enfrentar cada pedaço de realidade que se me impõe. E num momento inesperado, abandonada a mim própria — encontro-me de repente encostada ao peito nu da Vida e os braços dela são muito macios e envolvem-me, e nem sequer consigo descrever o bater do seu coração: tão fiel como se nunca mais findasse…»

Aleluia !

O novo regime do registo predial vem facilitar de forma muito positiva uma série de actos burocráticos e (alguns) completamente estúpidos que caracterizavam o registo de imóveis.

Só nós advogados e solicitadores é que sabíamos os autênticos martírios que tinhamos que passar, por exemplo, para rectificar uma área.

Modéstia à parte, acredito ter contribuído para isto ao remeter, durante a fase de discussão pública, as minhas sugestões e críticas, tal como referi em post de Janeiro de 2008.

Parabéns ao Governo.

Vamos ver agora como é que os senhores Conservadores irão interpretar e aplicar a nova lei que entrará em vigor no próximo dia 21 de Julho.

PSD


Fui hoje eleito para a Comissão Política do PSD de S.Brás de Alportel e membro da assembleia distrital do Algarve do PSD.


Apesar da minha pouca disponibilidade, por motivos familiares e profissionais, aceitei o desafio também como uma forma de expressar o meu agradecimento e retribuir tudo o que esta vila, S.Brás de Alportel e as suas gentes me deram desde que aqui cheguei.


Estar na política deve ser servir a res publica, em benefício dos interesses dos cidadãos que deve estar acima, em caso de conflito, dos interesses do próprio partido.


Isto é muito bonito de se dizer mas depois, na prática e no concreto, é que se prova se se faz o que se diz.

Será sempre um desafio que gostaria de aceitar.

Bastonário




Neste blogue, na rubrica Justiça, tenho feito eco várias vezes destes abusos com base na minha experiência profissional.


Qualquer advogado, caso fosse notificado para isso, teria uma extensa lista de factos e situações que objectivamente demonstram o abuso e a injustiça praticada pela mão de alguns, repito, alguns, Juízes.


Não compreendo a admiração do Dr. José Miguel Júdice relativamente a estas denúncias, porquanto ele próprio sabe da situação através da iniciativa "Casa dos Horrores" com que apelidou os tribunais há uns anos atrás quando era Bastonário.


Nessa altura, ele próprio, abriu um inquérito aos advogados incentivando-os a denunciar casos de violação dos direitos humanos praticados pelos Tribunais. O resultado está registado e alguns excertos publicados.


Um único reparo:

Penso que beneficiava a eficácia destas denúncias se fossem utilizadas outras expressões que, porventura, poderão vir a ser mal interpretadas.

Penso que se pode dizer o mesmo, com outras palavras que primem por uma maior dignidade e urbanidade.


Como advogado critico muito os Juízes e sou adepto do sistema norteamericano de acesso à magistratura que privilegia a admissão de advogados e procuradores com experiência para o exercício das funções de Juíz.


Porém, considero ser do interesse do próprio advogado que a figura do Juíz seja protegida e enaltecida como forma de prestigiar a Justiça.

E é precisamente por isso que acho que os Juízes se devem esforçar por não ser demasiado implacáveis nas suas decisões nem devem postergar o acesso à produção da prova em benefício da celeridade processual (apenas um dos muitos exemplos de abusos praticados pelos tribunais).

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Que crise ?


Nunca se falou tanto em crise como agora. Os preços de quase tudo, com especial destaque para os combustíveis, aumentaram; as dívidas da famílias e dos países menos ricos acumulam-se e o poder de compra, em geral, vai descendo de forma nunca vista.
Parece-me, porém, que convinha aproveitar esta oportunidade para não só pensar como sair da crise, mas também pensar qual a origem profunda desta crise.
É claro que o aumento do preço do petróleo tem também um pouco a ver com a instabilidade militar e política em zonas como o Irão, o Iraque, a Venezuela, etc. Nestes casos, o medo leva ao aumento do preço do petróleo. Mas também existem situações em que o petróleo é alvo de especulação por parte de fundos de investimento. Em quaisquer destas duas situações o preço de produção do petróleo não aumenta, o que aumenta é o seu preço no mercado, o que significa, desde logo, um acréscimo brutal nos lucros das petrolíferas.
Outra razão da crise económica prende-se com a chamada crise do “subprime” nos Estados Unidos onde vários bancos concederam muitos empréstimos para aquisição de casa a pessoas que depois se veio a revelar não terem meios para os pagar todos os meses. Aqui verificou-se também um certo facilitismo por parte das instituições bancárias que foram generosas quer relativamente à possibilidade de pagamento dos empréstimos por parte de pessoas com rendimentos menos altos, quer quanto à avaliação que fizeram dos imóveis em causa.
Em ambos os casos aqui referidos verifica-se um denominador comum: especulação financeira; facilitismo no acesso ao crédito, pelo lado dos bancos e ânsia e desejo, por vezes, desenfreado de consumo por parte dos clientes. São, no fundo, as consequências de um certo capitalismo mais exarcebado.
Muitos investidores que pretendem aplicar o seu dinheiro não hesitam em apostar em bens de primeira necessidade (petróleo, trigo, centeio, aço, carvão, ferro, etc..) para depois obterem mais valias. Isso causa graves transtornos ao mercado e contribui bastante para o aumento dos preços.
Com a queda do muro de Berlim, muitos consideraram que o capitalismo tinha vencido o comunismo. Inclusive, um autor Francis Fukuyama, defendeu que teríamos mesmo chegado ao fim da história porque se tinha encontrado o sistema político e económico ideal.
Vemos agora que o bem estar material embora ajude não traz necessariamente sempre a felicidade; o nº de pessoas nos países capitalistas com depressões não pára de aumentar e inclusive em países como a Suécia onde existe um qualidade de vida acima da média, as taxas de suicídio são bastante altas. Enquanto isso, a crise económica veio agravar a situação dos países mais pobres, mas também veio agravar a situação das classes baixas e médias dos países ocidentais.
Perante isto, há que recuperar alguns ideais do socialismo também defendidos pela doutrina social da Igreja: A redistribuição, a função social da propriedade e a opção preferencial pelos mais necessitados.
A isto também se podia juntar a proibição da especulação financeira- principal causadora da crise económica. Porém, essa opção que muitos esquerdistas mais radicais aplaudiriam viola o princípio da liberdade. A outra opção, será a penalização através dos impostos desses investidores especuladores e de todas as empresas privadas que beneficiam desta crise com o aumento dos seus lucros: A criação de um novo escalão de IRS para rendimentos acima dos actuais máximos ou a aplicação do chamado imposto “Robin dos Bosques” poderão ser uma alternativa. Porém, de nada servirão se os governos não souberem gastar as receitas fiscais com parcimónia, em investimentos sólidos, com especial destaque não só para a educação mas também para a formação dos mais jovens e no auxílio a quem verdadeiramente precisa.
Mas isso já é outra história...

segunda-feira, 7 de julho de 2008

O Pedro morreu


O Pedro morreu...
Era mais novo do que eu. Tinha uns 34 anos.
Era advogado como eu e trabalhava que nem um cão. Ele muito mais do que eu.
Solteiro.
Era viciado em trabalho. Ou melhor, o trabalho perseguia-o e ele era dominado, mas, no fundo, no fundo, gostava do que fazia.
Era cumpridor em matéria fiscal. Orgulhava-se (e bem) de passar recibos a todos os clientes e de ter a segurança social em dia com a sua secretária.
Andava sempre com umas grandes olheiras porque trabalhava até tarde.
Tinha uma carteira de clientes enorme porque, apesar da sua juventude, era um advogado extremamente competente e muito diligente.
Não tinha família constítuída, apesar do seu bom aspecto, sempre muito bem vestido e com muito bom gosto e que causava sempre grandes entusiasmos entre as colegas e até funcionárias judiciais.

Desde que cheguei ao Algarve, há 8 anos atrás, foi o colega com quem mais convivi, infelizmente, quase sempre telefonicamente porque o trabalho dos 2 não permitia grandes encontros pessoais.
Sempre disponível para me esclarecer dúvidas e trocar impressões, sempre extremamente simpático.

Ambos gostávamos muito um do outro. Isso notava-se sinceramente na alegria e no bem que estávamos quando nos víamos e sempre que nos encontrávamos.

Falarmos um com o outro e trocarmos impressões sobre a vida pessoal e profissional era sempre um prazer e um balão de oxigénio.

No último mês falei com ele 1 vez, a propósito de um juiz e (mais uma vez) queixámo-nos da vida de cão e de ingratidão que é esta profissão.
E encontrei-o também há 15 dias atrás na praia da RETUR em Vila Real de Santo António.
Falámos, ele riu-se, estava bem disposto. Fiquei contente de o ver "sem estar a trabalhar", acompanhado de um amigo e da sua mota.
Andava, tal como eu, sempre a correr atrás da sombra, sempre com prazos para cumprir, sempre com tarefas para realizar, sempre com coisas a ter que fazer para poder satisfazer o cliente A ou o cliente B.
6ª feira partiu deste mundo, num acidente de mota.
O Pedro, o meu amigo Pedro.
De certeza que teria esta próxima semana repleta de reuniões com clientes, colegas, audiências de julgamento, registos para fazer, escrituras para realizar.
Todas essas coisas que parecem sempre tão mais importantes que tudo. Que são sempre tão prioritárias do que a própria vida.

Desta vez, vão ter que esperar para sempre.

Amanhã, tenho o dia cheio:
Uma inquirição de testemunhas em Tavira e uma ida à Conservatória de Castro Marim de manhã, uma reunião com uma cliente e uns requerimentos e acções para fazer, à tarde.
Amanhã é o dia do seu funeral, aqui em Almancil.
Se calhar, como tenho o dia cheio tal como ele teria se tivesse vivo, não conseguirei ir ao seu funeral.
Mas, vou tentar ir e vou tentar tirar as ilações da vida do Pedro e esperar que os céus lhe sejam generosos pois o seu coração era-o.

Não tinha pinga de malvadez, nem de má astúcia como tantas vezes é imputada à nossa profissão.

Mal sabia eu que aquele cumprimento afectuoso que ambos trocámos na praia da RETUR há 15 dias atrás seria mesmo o último.

Que pena Pedro. E que raiva por já te teres ido.

Um abraço, Pedro e já que saudades !

sábado, 5 de julho de 2008

Os Elfes salvadores

No último referendo, na qualidade de membro da Comissão Executiva do Grupo Cívico "Algarve pela Vida" confesso que senti, em vários momentos, algum desalento pela enorme desproporção de meios humanos e materiais entre os adeptos do "sim" e do "não".

Essa desproporção sentiu-se em todo o país, mas, aqui no Algarve, então, onde sabíamos que a esmagadora maioria dos eleitores eram a favor do aborto, a situação ainda foi mais gritante.

O objectivo sempre foi fazer o melhor que se podía, tendo em conta que quase ninguém tinha experiência de campanha eleitoral.

O grupo inicial foi composto por cerca de uma dúzia de pessoas, sendo que algumas delas (incluindo eu próprio), por razões de assistência familiar, ou ficaram pelo caminho ou não puderam dar todo o apoio que teria sido desejável.

Durante a campanha, porém, várias pessoas e grupos foram-se juntando a nós.

Pessoas com grande mérito pois sabiam que as condições eram muito adversas.

Sempre que alguém ou algum grupo se juntava a nós, vinha-me sempre à cabeça esta cena do Senhor dos Anéis.

Senti isto (uma alegria no meio de um desalento; alguém corajoso que se junta a nós para lutar numa batalha desigual)

1º com a entrada do grupo do PP Algarve e do seu determinado líder Miguel Camelo;
depois com a entrada do Luis Lopes e dos seus amigos evangélicos;
depois com a participação generosa feita pelo Engº Aparício e esposa e os seus amigos do Renovamento Carismático;
depois com a adesão dos Escoteiros "caminheiros" de Portimão (uma cidade onde tínhamos apenas uma pessoa)
e depois finalmente com a entrada do Bruno Lage a 1 semana do fim da campanha que funcionou como um autêntico Rangers (ele e o seu pequeno grupo), uma espécie de tropas especiais de actuação rápida que actuou de dia (no carro de campanha) e de noite (a colar cartazes, às vezes, da meia-noite às 5 da manhã).

Aqui fica a cena em causa:


quinta-feira, 3 de julho de 2008

Salvé Irlanda !

Salvé Irlanda

Que nos livrastes dos Eurocratas de Bruxelas

Esses senhores que se reunem semestralmente esquecem-se que a Europa só se pode construir se respeitar as especificidades culturais, sociais e religiosas de cada país.

Os Europeus não querem tratados chatos de ler

Querem tão somente ser felizes !

Em homenagem à Irlanda, aqui fica uma das mais famosas, bonitas e alegres danças Irlandesas que, por caso, tive oportunidade de ver ao vivo há uns dias atrás em Albufeira, também com uma excelente coreografia

Os Celtas salvaram a Europa de si própria.

Festejemos com os Celtas

Vamos a isto:

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Nova selecção

Após o Euro 2008, penso que deveríamos aprender dos erros do passado e renovar a selecção da seguinte forma:

- Agradecer ao Ricardo a sua prestação globalmente positiva mas prescindir definitivamente dos seus serviços.

- Arranjar um novo guarda-redes que saiba sair-se ao um centro, seja ele de canto ou de livre. Sugestão: Guarda-Redes Nuno do FC Porto ou mesmo Quim ou Hilário do Chelsea.

- Trabalhar na substituição do Petit como trinco, desenvolvendo as opções Miguel Veloso, R. Meireles ou Tiago.

- Trabalhar na substituição de Paulo Ferreira como defesa esquerda, opções precisam-se !

- Trabalhar mais a mentalidade: Quando se está a ganhar, o objectivo é aumentar a vantagem. Quando a outra equipa acelera para 120, nós temos que acelerar para 150 (veja-se o exemplo da Espanha na Final quando a RFA aumentou o ritmo, eles aumentaram ainda mais).

Citius ao quadrado

Desde 2ª feira que era suposto estar a funcionar o Citius para efeitos de envio para os tribunais de peças processuais via electrónica.
As vantagens dizem, são a rapidez, eficácia e o facto de ter descontos nas custas.
Os factos são: Desde 2ª feira que não consigo enviar uma peça processual pelo Citius porque o mesmo anda só a dar erro.
Após meia-hora em espera, a senhora do helpdesk do Citius diz que o sistema está sobrecarregado e anda a dar imensas falhas e pede para insistir no envio até conseguir.
Entretanto, o meu prazo acabou hoje e agora, como o problema continua, vou ter que dar entrada no requerimento em causa pela moda antiga, isto é, com papel, cópias e uma justificação a explicar que não consegui dar entrada no dito por o Citius não funcionar.
Acho muito bem estas inovações tecnológicas com um pressuposto: que funcionem.
Isto é uma anedota que mostra aquilo que ando a defender desde há muito, a Justiça Portuguesa deixa muito, mesmo muito a desejar.
Contado ninguém acredita !