Quando a viabilidade do zoo é ameaçada e a família decide
partir para o Canadá, o barco em que seguem sofre uma violenta tempestade. Em
pleno Oceano Pacífico, Pi vive a mais temível e extraordinária experiência
humana, entregue a Deus e ao seu discernimento, num bote onde couberam ainda
uma zebra, uma hiena, um orangotango... e Richard Parker, portentoso tigre de
Bengala...
Desde o
anúncio de adaptação de “A Vida de Pí”, do escritor canadiano Yann Martel, ao
cinema, sob direção do oscarizado Ang Lee (“O Segredo de Brokeback Mountain”,
“O Tigre e o Dragão”), paira no ar a interrogação sobre a sua capacidade de
transpor ou reinterpretar a maior riqueza da obra literária: as interrogações e
reflexões de um rapaz na passagem à idade adulta sobre o sentido da vida e da
existência. Reflexões que surgem de forma mais evidente ou subliminar na
relação fabulosa de Pi com os animais e inevitavelmente nos momentos de maior
tragédia e espanto, ante a experiência do desespero ou da solidão. Na ausência
e na magnânima presença de Deus.
A opção de
Ang Lee é claramente pela magnificência de efeitos visuais, permanentemente
acompanhados por uma banda sonora digna de entusiasmante aventura. Adaptação
bem protagonizada por um jovem e empenhado ator, Suraj Sharma, num contexto em
que tudo parece bater certo, mas que evita a todo o custo a introspeção...
Margarida Ataíde
Margarida Ataíde
Sem comentários:
Enviar um comentário