sábado, 5 de fevereiro de 2011

Sobre as vantagens (ou não) da experiência do mal

Há anos, no início do seu pontificado, Bento XVI alertava para uma tentação frequente nos dias de hoje: a de pensar erradamente que a liberdade de dizer não [a Deus], o descer às trevas do pecado e o querer actuar sozinho faz parte do verdadeiro facto de ser pessoa humana, que só então se pode desfrutar até ao fundo toda a vastidão e profundidade do facto de sermos homens, de sermos verdadeiramente nós mesmos, que devemos pôr à prova esta liberdade, também contra Deus, para nos tornarmos realmente nós próprios. Em síntese – dizia o Papa –, pensamos, lá no fundo, que o mal é bom, que precisamos dele, pelo menos um pouco, para experimentar a plenitude do ser

Para provar engano deste raciocínio – que pode, às vezes, aflorar também ao pensamento das pessoas que querem cumprir a Vontade de Deus – basta olhar para o mundo que nos rodeia. Por isso, o Santo Padre afirmava: podemos ver que não é assim, ou seja, que o mal envenena sempre, que não eleva o homem, mas o rebaixa e humilha, que não o enobrece, não o torna mais puro nem mais rico, mas o prejudica e faz com que se torne menor

Bento XVI, Homilia na Solenidade da Imaculada, 8-XII-2005 comentada por D. Javier Echevarria

Sem comentários: