quinta-feira, 28 de junho de 2012

Um património universal

Durante muitos anos, as pessoas que frequentavam os meios de formação espiritual do Opus Dei eram vistas, por uma larga maioria dentro da Igreja Católica, como algo raro e até mesmo estranho. Parecia que nos viam de lado, achando estranho o que fazíamos e, parece que, temendo o que pudessemos fazer  e sempre de pé atrás, meio desconfiados.
Isto, em alguns sítios, infelizmente ainda acontece.
Porém, com a aprovação do enquadramento jurídico do Opus Dei, em 1982, como uma Prelatura Pessoal e com a Beatificação, em 1992, e posterior Canonização do seu fundador, em 2002, cada vez mais o resto da Igreja foi vendo José Maria Escrivá de Balaguer e o Opus Dei como algo que pertence à Igreja e que não pertence apenas a um grupo ou "gueto" no interior dessa mesma Igreja.
É por isso que vejo com grande alegria este vídeo, gravado no passado dia 26 de Junho, de uma Missa, celebrada por Franciscanos norte-americanos dedicada a S. José Maria Escrivá de Balaguer.
Na homilia (ver a partir do minuto 15.30), o franciscano que celebrou esta Eucarístia cita e invoca S.José Maria como um activo e um património de toda a Igreja e que, portanto, toda a Igreja pode invocar e usar como argumento para o que achar por conveniente.
Neste caso, concreto o Franciscano invoca S.José Maria como defensor da liberdade religiosa e aproveita para fazer a ligação ao que está, neste momento, a acontecer nos EUA através da chamada HHS Obama Care.


domingo, 24 de junho de 2012

Finalmente !



Em Março e Abril de 2009 eu já aqui tinha chamado à atenção para a trapalhada que era o departamento de comunicação do Vaticano com o padre Lombardi à cabeça.

Não é só a imagem do Padre Lombardi que não ajuda muito, com um ar envelhecido e pouco atractivo, por melhor pessoa que possa ser que acredito verdadeiramente que seja.

É que não me parece ter o mínimo jeito para lidar com a imprensa, onde há que ser esperto como as raposas.

Acredito que os Jesuítas teriam certamente alguém muito melhor para indicar, além do Padre Lombardi SJ.

Agora, depois de quase 5 anos de calinadas, disparates, erros e incompetências o Vaticano optou por render-se a um profissional com créditos firmados, Greg Burk, correspondente da Fox News em Roma e ex-correspondente da revista TIME.

É altura de entregar certas tarefas a quem, de facto, sabe delas.
Acabam por não "despedir" o Padre Lombardi porque isso daria mau aspecto, mas contrataram um consultor que irá servir de elo de ligação entre os vários departamentos do Vaticano directa ou indirectamente ligados à comunicação.

Infelizmente esta abertura ao mundo de quem sabe trabalhar ainda encontra muitos obstáculos quer da parte de muitas dioceses, quer da parte de alguns sectores do Vaticano.

O pároco de Almancil faleceu

Acabei de saber do falecimento do Cónego Gilberto, pároco de Almancil onde faço a minha vida profissional e, confesso, que fiquei chocado com a notícia. pelo facto de ainda ser tão novo e com tanto para dar.
Há 4 anos atrás, por esta mesma altura, foi ele que presidiu ao funeral e enterro do meu colega Pedro Nicolau de Sousa no cemitério de Almancil. Agora, é ele que parte.
Para morrer, basta estar vivo e é bem verdade que estamos todos "a prazo".
Sobre o Cónego Gilberto, várias vezes nos cruzámos, por diferentes motivos, e recordo a sua disponibilidade para me atender e a cortesia com que o fazia.
Sempre me atendia o telemóvel.
Há poucas semanas atrás falei com ele por telemóvel, queixando-me de uma situação e tivemos um pequena divergência de perspectivas em relação a um determinado assunto. Mas, no final, despedimo-nos com um abraço e, da parte dele, terminou com um paciente sorriso.
Registo também mais um falecimento de um sacerdote (desta vez tão novo ainda) em tão pouco tempo a somar ao dos vários outros ocorridos, nos últimos meses, na diocese do Algarve.
Quem substituirá estes sacerdotes falecidos ?
Quem surgirá, disponível, com corpo e vida para dar, neste encargo de ser outro Cristo na vida concreta de uma determinada comunidade ?
Vivemos no distrito do país, Algarve, que menos católicos tem, e que menos católicos praticantes tem.Isto obviamente não facilita o nascimento de novas vocações sacerdotais.
 Penso que quem acredita e reza, deverá pedir ao dono da messe mais sacerdotes que sejam santos, operativos e obedientes ao seu Bispo.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Aborto em Portugal

Esta crua e cruel reportagem da RTP sobre a prática do aborto em Portugal merece-me os seguintes comentários:

1) Praticamente todas as mulheres sentem-se mal pelo que fizeram e quase todas auto-culpabilizam-se. Por isso, a ideia veículada por muitos pro-choice de que uma mulher deve sentir orgulho pelo aborto que faz porque está apenas a dispôr do seu corpo é um verdadeiro engano. Como refere médicas e enfermeiras, a maior parte das mulheres que tomam o comprimido que irá iniciar o fim da vida do filho que trazem no ventre CHORAM e afirmam que sabem que estão a agir mal.

2) Muito chocante o depoimento do pai da criança que acompanha a mãe à clínica abortista de Lisboa que diz não estar disposto a renunciar a certos hábitos que tem só por causa do nascimento do filho- Sem palavras !

3) O Dr Luis Graça, responsável pelo departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, um dos grandes arautos do sim e da liberalização do aborto confessa o seu engano e a sua "perda de inocência" em relação à suposta auto-responsabilização das mulheres que iriam alegadamente recorrer de forma parcimoniosa e prudente ao aborto legal. E, mais, classifica a Clínica dos Arcos não como clínicas médicas mas sim como clínicas de comércio puras.
Não deixa de ser elucidativo que ele próprio

4) Impressionante a frieza como uma médica da Maternidade Alfredor da Costa, uma das líderes do "sim" de 2007 faz abortos, sugando com uma máquina o corpo indefeso do feto, actuando com a maior das naturalidades e risse quando a jornalista a confronta com os casos de grávidas que repetem abortos atrás de abortos, sem manifestar o mínimo de apreensão ou sequer hesitação perante tal monstruosidade em contraste com o depoimento do Dr Carlos Sousa, o único médico do hospital de Faro, responsável pelo extermínio de cerca de 600 vidas humanas que, por várias vezes, engole em seco e mostra algum mal estar pelo que faz, defendendo, ainda embora com alguma timidez, a penalização da mulher que repete abortos, através do recurso às taxas moderadoras.

5) Na reportagem fala-se de, pelo menos, 8 casos de mulheres que já repetiram mais de 10 abortos.

Um pavor não só pela situação em si, mas pelo sofrimento manifestado pela maior parte das mulheres que sofrem e sabem que estão a fazer algo errado, algo do qual se irão arrepender para o resto da vida mas para o qual estão a ser empurradas e coagidas pelo parceiro, pela sociedade, pela família.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Family coaching

Agora que o coaching está na moda sobretudo para os gestores de top, eis que surge agora o "Family coaching" pela mão de 2 psicólogas especializadas no assunto.

O seu site (aqui) é muito rico e uma das próximas conferências sobre as birras dos pais, muito interessante.


domingo, 3 de junho de 2012

Comissão de Proteção de menores


Agora que a presença da Comissão de protecção de crianças e jovens em perigo é já um fato consumado no concelho de S.Brás de Alportel, gostaria de deixar aqui algumas notas e considerações, tendo por base experiências que tive, nesta área, não só como advogado, mas também no âmbito do meu ativismo social.

Desde já, há que dizer que a existência e finalidades destas comissões é algo altamente meritório e positivo, que a sociedade se organize, para localmente, numa perspetiva de proximidade e subsidariedade, monitorizar a situação de crianças e jovens em risco.Por outro lado, a recente possibilidade de participação às comissões de protecção de menores por parte das Escolas dos casos de demissão das funções de acompanhamento por parte dos pais, definidas no novo Estatuto do Aluno, ainda vem reforçar mais a importância destas comissões.

Há, no entanto, dois perigos a que a actuação destas comissões estam sujeitas, o da sua atuação por excesso e o da sua atuação por defeito.

O perigo de atuação por defeito sucede nos casos de ocorrência de negligência ou ofensa graves à integridade física e psíquica das crianças, sem que a respetiva comissão tenha atuado pronta e eficazmente na sua prevenção de forma a evitar que tais ofensas ocorressem. Sabemos que no passado existiram casos que tiveram um final triste, onde se questionou se a atuação da CPM local não poderia ter sido outra, porventura mais diligente e proativa. São sempre situações desagradáveis, mas nem sempre as CPM conseguem ou podem antever tudo o que de mal poderá acontecer a uma criança ou jovem, sobretudo quando os sinais e indícios de perigo são ténues..

Mas foram precisamente estas situações de atuação por defeito que levaram  algumas CPM’s a cair no extremo oposto de retirar as crianças do seu meio familiar natural num manifesto excesso de zelo e como forma de prevenção extrema.

Há que não esquecer que, por pior que possa ser o enquadramento social e educativo de uns pais, o ambiente familiar natural, é e será sempre o melhor sítio onde uma criança pode estar e tal só assim não sucederá em casos extremos que têm de ser totalmente excecionais em que a integridade física ou psíquica do menor corre um sério risco de ser fortemente afetada. É verdade que muitos pais têm defeitos, podem ser alcóolicos, pobres ou até drogados, podem não ter as competências sociais, formativas e educativas ideais para cumprir as suas funções parentais mas são sempre os pais dessa criança ou jovem. Por isso, por vezes, há que escolher não a solução mais fácil que passaria simplesmente pelo seu internamento numa instituição de acolhimento, mas antes pela solução que, sendo mais difícil de aplicar, será claramente a melhor. Estou-me a referir à importância do apoio, se possível, ao domícilio dos próprios pais, munindo-os e formando-os com vista à atribuição das competências específicas que permitam o melhor cumprimento (ou, pelo menos, menos mau) das suas funções e responsabiliadades parentais.
É chocante verificar os exageros e abusos em que incorrem muitas destas entidades responsáveis pela tutela da integridade dos menores e que são, em toda a linha, altamente reprováveis. Ainda há uns meses atrás uma voluntária numa IPSS contava-me uma destas histórias de arrepiar: Uma mãe de 3 filhos, perfeitamente normal, mas que tinha “o grave defeito de ser pobre”. Por isso, viu os seus filhos serem-lhe retirados, mas como não haviam vagas para os 3 filhos numa mesma instituição, estes foram divididos e distribuídos, em separado, por diferentes instituições afastadas umas das outras. Mas o mais chocante ainda é que se somassemos o valor que o Estado estava a dar a cada instituição pelo acolhimento de cada menor e o entregássemos à dita mãe, esta passaria a ter as condições económicas que estiveram na origem desta situação.

Minha participação na 3ª Caminhada pela Vida

A minha intervenção, em representação da Plataforma Algarve pela Vida, um pouco atabalhoada e envergonhada na 3ª edição da Caminhada pela Vida que teve lugar em Lisboa no passado dia 19 de Maio.
Não estou muito habituado a falar para cerca de 1000 pessoas em plena Praça dos Restauradores mas, acho, que no essencial a mensagem passou.