terça-feira, 24 de julho de 2012

Educar para a gestão


            Num dos seus artigos no semanário “Expresso”, um dos gestores mais brilhantes de Portugal, António Carrapatoso, defendia a introdução obrigatória de aulas de gestão no ensino. Dizia ele que, através do recurso ao método do “caso” e pela transmissão de alguns princípios elementares de gestão, os estudantes estariam a adquirir competências na área da gestão que lhes seriam muito úteis para o futuro.

            O problema desta sugestão é que ela  lançaria à escola e aos professores mais um desafio e mais um encargo a somar a todos os outros. Educar para os media, educar para o desporto, educação sexual, educar para a arte, educar para a defesa do ambiente, etc, etc. No entanto, a meu ver, uma boa integração e organização curricular permitiram perfeitamente ultrapassar este problema.

            Gerir a economia pessoal e doméstica, gerir a sua carreira, gerir o seu tempo, gerir a sua empresa, gerir as suas relações humanas, etc.etc. tudo isto implica saber gerir e saber gerir bem está inevitavelmente associado às virtudes da prudência e do elementar bom senso.

            Saber gerir o risco, não arriscando demasiado sem uma garantia de reserva, no caso da aposta sair gorada; saber gerir as poupanças; saber gerir os investimentos, apostando nos estudos e avaliação dos mercados potenciais; saber gerir os recursos humanos e materiais, aligeirando os custos para poder oferecer um produto mais atractivo e competitivo; não estar demasiado depentende de um determinado cliente ou de um determinado nicho de mercado; ter planos alternativos de redução de custos ou de apostas em outras áreas de investimento alternativas potencialmente mais promissoras; saber adaptar-se às constantes e permanentes alterações e necessidades do mercado, mas também saber escolher o local das férias, tendo em conta os encargos mensais de todo o ano, saber escolher a escola dos filhos e a forma destes ocuparem os tempos livres; saber gerir a relação com o parceiro, exigindo de umas vezes e cedendo em outras etc.etc.etc.

            Não deixa de ser interessante que o próprio Jesus Cristo em muitas das suas parábolas evangélicas se refira a actos e princípios de gestão micro-economicos: a forma como as virgens prudentes e imprudentes geriam o óleo das lamparinas do casamento, a forma como os trabalhadores geriam as moedas que o seu patrão lhes deu antes de partir de viagem: a forma como o pastor gere a perda de uma ovelha, a forma como o latifundiário gere a indisciplina dos seus trabalhadores agrícolas, etc.etc.

            Se olharmos para a génese de muitas falências verificamos que muitas são causadas por erros de gestão, por apostas mal medidas, por iniciativas pouco prudentes, precipitadas e adoptadas com excesso de confiança. Vemos também a menor sensibilidade que muitos gestores têm em relação ao cumprimento das suas obrigações fiscais e perante a segurança social, o que, mais tarde, lhes traz inúmeros dissabores em mais um sinal de imprudência.

            Há que começar a explicar às crianças e jovens o que é gerir e como gerir e gerir bem. Como se deve, com um capital inicial, apostar, desde logo, na contenção de despesas, pagando 1º o que é de lei pagar (IVAs e Segurança Social), depois agir de forma a salvaguardar os postos de trabalho e, em simultâneo, motivar a força laboral da empresa; pensar como melhorar cada vez mais a oferta, tornando-a mais atractiva, ensiná-los a poupar e a não desperdiçar recursos de forma inútil; ensiná-los a tentar acertar nas apostas que fazem e a saber levantar-se quando alguma coisa corre mal.

Talvez a reconstrução do país, comece mesmo por aí.

domingo, 22 de julho de 2012

Recordar Colombine e Rachel Scott




O massacre desta 6ª feira, em Aurora, Colorado faz-me relembrar o 1º massacre deste género ocorrido em Colombine também no Estado do Colorado.

Em 2006 enviei um e-mail à mãe de Rachel Joy Scott, a 1ª vitima de Colombina e ao mesmo tempo uma das melhores e mais brilhantes alunas de Colombine.

Os seus pais têm vindo a divulgar páginas do diário da filha que era também uma devota cristã evangélica.

O site pode ser consultado aqui

Em resposta, a sua mãe Beth Nimmo, em Setembro de 2006,  enviou-me uma resposta muito simpática que aqui reproduzo

Dear Miguel,
Thank you for writing and letting us know that Rachel’s story has blessed you.
God Bless You,
Beth Nimmo (mother)


Esta resposta deixou-me, por um lado, muito honrado, mas também muito mais próximo e conectado com o drama destas famílias vítimas de um país que teima em fazer prevalecer a liberdade no uso e aquisição de armas de fogo em detrimento da segurança dos seus cidadãos.






sexta-feira, 20 de julho de 2012

The dark Knight rises

O último filme da saga Batman "THE DARK KNIGHT RISES" é claramente original em relação às versões que lhe antecederam.

Neste filme, Batman é aprisionado e a única forma que tem de escapar e salvar a sua cidade passa pela inspiração de outras personagens em favor do bem.

O filme, além de ser um agradável entretenimento, tem também uma clara mensagem redemptora.

Não se trata só de combater o mal, mas de sensibilizar o mal para que se transforme em bem.


P.S.-
Pouco tempo depois de ter escrito este post, fiquei a saber desta triste notícia

O que caracteriza a série dos Batman, seja no cinema, seja na BD, é o facto das suas personagens serem pessoas traumatizadas e afectadas por experiências extremamente negativas e esse contexto acaba por condicionar os seus comportamentos ao ponto de se comportarem não como humanos, mas como sucedâneos de animais (morcegos, pinguins, gatos, etc.).
Este apelo ao lado negro e à degenerescência do ser... humano tem marcado esta série de filmes agravada ultimamente por dramáticos acontecimentos da vida real (suicídio de Heath Ledger e assassinato em massa num cinema de Denver).
Por curiosidade, este último filme que abre perspectivas novas de superação do mal ficará inevitavelmente marcado, para sempre, pela manifestação mais abjecta desse mesmo mal.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Já repararam que...

...a esmagadora maioria das músicas são sobre a chamada "dor de corno".

Aqui fica mais uma (unplugged)