quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Palin


A blogosfera mundial de esquerda rasgou as vestes pela escolha de uma mulher para candidata a vice-presidente dos EUA que é de direita e contra o aborto.


Aqui deixo este excelente comentário do Luis Cardoso que concordo e subscrevo na íntegra:


A esquerda detesta Palin e dispara à queima-roupa sobre ela porque a presença de uma mulher como ela na ribalta provoca um abalo na sua peculiar visão do mundo.

O inimigo mais detestado pela esquerda não é o capitalista multimilionário, mas sim o cidadão de classe média que, segundo essa peculiar visão do mundo, devia ser de esquerda e não é. A esquerda considera esse cidadão um renegado; devota-lhe a mesma execração que o muçulmano dedica ao apóstata.

É o que sucede com Palin que, sendo de classe média, é pelo governo limitado e pelo mercado livre; vivendo num santuário natural, é praticante de caça e pretende explorar comercialmente os seus jazigos de petróleo; e, contradição das contradições, sendo mulher, é contra o aborto, esse acto supremo de afirmação da liberdade feminina.

E não só é contra o aborto em abstracto, como se atreve a viver de acordo com as suas convicções, dando à luz um filho com síndrome de Down, e incentiva e apoia a filha a ser mãe aos 17 anos em vez de pôr cobro cirurgicamente ao seu infortúnio.

Já que a presença de Palin no primeiro plano é inevitável, o que há a fazer é varrê-la de lá, quanto antes e a todo o custo. E, feito isso, fazer silêncio; fazer de conta de que nunca existiu.É o que os media americanos têm tentado fazer: primeiro, assassinato de carácter; agora sugerindo que McCain a pode retirar da candidatura, cumprindo os seus desejos.

E se McCain perder as eleições, a esquerda há-de pedir a Deus, aliás, pedir ao destino que dentro de quatro anos, nas eleições de 2012 ela não volte a surgir do frio, que é uma coisa que irrita muita a esquerda.

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