O nome Magnus Scheving talvez não vos diga muito. Se eu vos disser que é um Islandês, antigo campeão europa de ginástica aérobica, muito menos.
Mas se vos falar em Vila Moleza ou Lazy town, na sua versão original ou em Sporticus, então, talvez já vos diga algo mais.
Magnus Scheving é o autor e protagonista da série infantil Lazy Town ou Vila Moleza, na versão portuguesa. O seu objectivo, diz, é criar hábitos de vida saudável às crianças, sem cair em paternalismos.
Magnus Sxheving, actualmente com 45 anos, é também pai de 3 filhos e já avô de 1 neto. Para além das filmagens, Magnus corre o mundo, dá entrevistas, participa em workshops e conferências em universidades, falando das suas ideias originais: transformar as crianças, educando-as de forma divertida.
Neste mundo onde tudo é posto em causa e se relativiza, Magnus defende que, pelo menos, todas as crianças deveriam cumprir 7 objectivos: serem saudáveis e educados, sentirem segurança, não magoar as outras crianças, deitar cedo, lavar os dentes, não ser mesquinho e fazer exercício físico.
Para cumprir estes 7 objectivos, Magnus propõe 2 estratégias: Amor e Movimento. Como diz, Magnus numa entrevista, o amor leva ao movimento e o movimento alimenta o amor.
Numa intervenção no passado mês de Novembro, na Colômbia, para promover a versão latino-americana de “Lazy Town”, dizia Magnus, “O nosso trabalho como pais é guiar, que é muito distinto de dizer-lhes o que fazer. (...). Por isso falamos dos anos dourados que vão desde os 0 aos 7 anos que é quando as crianças observam tudo. É a época em que não fazem o que lhes pedimos, senão que imitam o que vêem. Agora, se eu não me sinto satisfeito com a forma como actuam os meus filhos aos 14 anos, foi porque fiz um péssimo trabalho até aos 7.”
Para ajudar a cumprir os objectivos de Magnus, a série “Vila Moleza” parece ter previsto tudo. Lá está Sporticus, protagonizado pelo próprio Magnus cuja missão é ajudar as crianças e a cidade; Robby Reles que é o vilão e tem como objectivo conquistar a cidade e promover a desordem. Depois há o presidente da Câmara da cidade e mais umas quantas crianças, que quase todas se caracterizam por uma enorme insegurança e até extrema ingenuidade, caso, por exemplo, da personagem Ziggy. No meio, está a Estefânia, a 3ª personagem em carne e osso, em conjunto com Sporticus e Robby Reles, já que todas as restantes personagens são protagonizadas por marionetes.
Destaque também para uma das crianças, chamada Pixel, que representa o típico jovem alienado pelas novas tecnologias e jogos de computador.
A série tem está em 120 países e já ganhou vários prémios. Infelizmente, a empresa de Magnus está com graves problemas financeiros, acumulando dívidas na ordem dos 15 milhões de euros e enfrenta inclusivé, já no próximo mês de Janeiro, uma acção judicial que poderá levar ao fim da série. Uma das razões pode ter a ver com elevado custo de cada episódio, 1 milhão de euros, cada, produzido com o recurso a inúmeros e dispendiosos efeitos especiais e técnicas de gravação digital. Apesar disso, Lazy Town ainda poderá dar muito a Magnus, em especial, se nos lembrarmos do merchandise, livros, jogos, etc..que a empresa de Magnus também promove. Em Portugal, por exemplo, a empresa de sapatos BEPPI é uma das que usa a marca “Lazy Town” para vender pantufas, botas, meias e outro tipo de vestuário.
Fico na dúvida se Magnus é um espertalhão interesseiro ou um ingénuo bem intencionado, mas a mensagem é francamente positiva e muito concreta. Veja-se, por exemplo, estas propostas para ocupar o tempo de férias.
Entretanto, em face do panorama, por vezes, horrível da programação infanto-juvenil, Vila Moleza é, de certo, uma das melhores séries a ver e a promover.
P.S.- Para além das pantufas “Lazy Town” com as caras da Estefânia e do Sporticus que cá, por casa, andam; fui, no outro dia, surpreendido, pelo meu filho de 6 anos, que, orgulhoso, comia uma maçã, dizendo que era uma alimento desportivo, Sporticus says.
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