quinta-feira, 9 de junho de 2011

Alertas ao novo governo PSD/PP


Por fim, o país viu-se livre do PS de Sócrates e temos, de novo, uma maioria de direita no governo. Em teoria, todos nós deveríamos aprender com os erros do passado para que possam ser evitados no futuro. Mas, infelizmente, po regra, não é isso que acontece. O que se fez mal no passado é muito provável que volte a passar-se no futuro porque a carne é fraca e as tentações são muitas. A este propósito recordo que também o PSD e o CDS/PP estiveram associados a fenómenos de clientelismo político, muitos e abastados jobs for the boys, suspeitas de financiamento ilícito dos partidos, etc., etc.
Sucede que, como disse e bem o prof. Marcelo Rebelo de Sousa, este próximo de governo tem de ser o melhor, em termos de competência e rigor, desde o 25 de Abril e dos melhores desde a fundação de Portugal. Assim sendo, existem uma série de questões que, a meu ver, devem ser enfrentadas e resolvidas de forma corajosa doa a quem doer:
1)A ideia de que um “tacho” no sector público é o melhor que poderá acontecer a alguém porque garante estabilidade com pouco trabalho e altas compensações deve ser substituído pela ideia de que o melhor é estar no sector privado, a contribuir para o aumento da riqueza nacional, promovendo actividades que enriquecem o país e agindo de forma livre na sociedade civil, sem estar dependente ou condicionado por compadrios ou grupos mais ou menos sinistros (Neste sentido dou aqui o péssimo e vergonhoso exemplo que PS e PSD deram, aqui no Algarve, na luta pelo cargo vago na Algar. Vergonhoso e deplorável !)..
2) Os cargos devem ser atribuídos de acordo com o mérito e a competência técnica de cada um e só muito excepcionalmente é que devem ser atribuídos aos “boys”, e aqui apenas nos casos dos cargos em que, além da competência técnica, seja fundamental uma preponderante componente de confiança política. (Veja-se o caso da TAP que só começou a melhorar a sua situação quando em vez de “boys” se foi buscar, ao Brasil, um técnico reputado, experiente e altamente competente).
3)Promover a união e a concertação. Hoje e sempre, a gestão de recursos humanos é muito, muito complicada porque cada pessoa age e pensa de forma diferente. Se já num casamento, entre 2 pessoas, por vezes, o relacionamento é complicado, imagine-se num governo com centenas de pessoas e, ainda pior, numa coligação com pessoas de partidos diferentes. Por isso, há que agir com bom senso e com um forte sentido de Estado, sabendo obedecer e secundar aqueles que estão em melhores condições para decidir.
4)Por fim, há que aproveitar, para em parceria com o novo PS e com os parceiros sociais, alterar a Constituição e o regime político-administrativo (extinguir os governos civis, atribuir lugares vazios, na AR, aos votos em branco, reduzir o nº de deputados, reforçar os poderes e independência dos orgãos de supervisão, etc.) e reformar, de vez, a Justiça que se encontra num estado miserável.
Chegámos ao fim da linha. Por isso, não podemos, de todo, perder esta última oportunidade.

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