A última enciclica do Papa Bento XVI "Spe Salvi" é verdadeiramente extraordinária.
A sua enorme riqueza de conteúdo impede uma qualquer leitura superficial e exige a sua reflexão pausada.
Não se tratam apenas de meras elocubrações de natureza teórico-filosófica, pois o Papa aborda e propõe também coisas muito concretas.
Há, sem dúvida, momentos de grande beleza e poesia.
Mas, o Papa põe o dedo na ferida: nós "despedimos" Deus uma vez que o bem estar material, sexual, alimentar, etc.. dão-nos o que precisamos, sem mais.
O homem moderno dispensa a eternidade, não está disposto a renunciar a uma vida mais desenfreada, não está disposto a ser mais moderado no consumo de bens materiais (e até alimentares- veja-se o aumento da obesidade nos países mais desenvolvidos), no uso imoderado do sexo na ingestão de drogas, ainda que leves, no recurso ao vicio do jogo, do alcóol, etc.. em troca de uma eternidade que não conhece.
A ideia é: a vida são 2 dias e o céu ou a eternidade não sei se existem. Por isso, mais vale gozar a vida AGORA.
Este raciocínio só é quebrado quando surgem situações de doença ou morte. Neste caso, é que o todo poderoso e autosuficiente homem se recorda do divino.
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