Um dos comentários que mais tenho ouvido a pais com filhos adolescentes é o de se queixarem por esse ser um período cheio de preocupações e que faz com que a época das "cólicas, insónias e das fraldas" seja uma brincadeira de crianças.
Pessoalmente sinto-me muito tranquilo por duas razões:
Primeiro porque os meus filhos têm uma mãe que tem uma excelente experiência como professora do ensino secundário e que é capaz de dominar e falar a linguagem dos adolescentes (por mais rebeldes que eles sejam) como ninguém.
Segundo porque considero a adolescência uma fase da vida única de descoberta do mundo, de decepções, de paixões, de entusiasmo, de utopia que dificilmente se atravessa em qualquer outra etapa da vida.
Sei que na adolescência é fundamental salvaguardar o respeito pela intimidade e pela solidão do adolescente. Como pai acho que é também uma fase de aceitação da liberdade dos filhos. Essa fase, porém, deve ser acompanhada pela transmissão do sentido da responsabilidade.
Gostaria muito de acompanhar e de entrar/penetrar/colaborar nessa esfera própria da adolescência futura dos meus filhos e, dentro do possível, ajudá-los a atenuar as decepções que terão e a potenciar/corrigir as suas ilusões e ideais.
Nesse aspecto conto também com o exemplo da minha mãe que me ajudou, dentro do possível, a viver uma adolescência saudável.
Penso que todos nós temos um pouco de crianças e de adolescentes ainda dentro de nós e isso pode ser positivamente utilizado para nos colocarmos ao mesmo nível dos nossos filhos.
Em particular, a meu ver, no estar a par e até no antecipar as tendências típicas dos adolescentes é uma forma de eles não nos verem como "caretas" ou "ultrapassados". Estar ao mesmo nível para que sintam que os podemos ajudar.
Por outras palavras, colocar-nos ao mesmo nível, ainda que mantendo um certo grau de autoridade, para que nos deixem participar da sua adolescência.
Acho que aqui está o segredo do lidar com sucesso com a adolescência dos nossos filhos.
O recurso à música como forma de refúgio/protesto/expressão é também uma das características muito próprias da adolescência.
Uma das bandas mais procuradas e com maior êxito, em particular, entre os adolescentes portugueses são os Tokio Hotel, uma banda nascida da ex-RDA de adolescentes com cara de putos e que hoje teve uma participação muito acarinhada pelos seus fans no Rock in Rio.
Aqui deixo um teledisco de uma música que teve um grande êxito.
Entre a versão em inglês e a versão original em alemão, prefiro esta última até porque gosto muito da som da fala germânica.
P.S.1- Uma particularidade engraçada, o vocalista e o guitarrista são irmãos gémeos verdadeiros. A diferença é que um tem cara pintada e uma cabeleira preta com madeixas enquanto o outro não. Mas, quem quiser saber como é a cara do vocalista in natura basta olhar para o irmão, o do rabo de cavalo.
P.S.2- Também é bom saber que a cultura alemã depois de um contributo tão negativo no início do século passado reintegrou-se e pode mostrar coisas bonitas tais como a música deste simpático grupo.
P.S.3- Aquilo que acabo de escrever tem um reflexo evidente nesta citação que tirei de uma notícia sobre o concerto de hoje «Monsoon» foi o ponto alto da actuação da banda alemã. A canção mais célebre da banda foi cantada em coro, não só pelos filhos, mas também pelos pais que se fizeram deslocar ao recinto da Bela Vista.
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