terça-feira, 7 de setembro de 2010

Portugal à parva


Em Portugal, regra geral, as coisas são quase todas decididas e feitas à parva:


Legisla-se à parva, aprova-se à parva, constrói-se à parva, ajuda-se à parva, endividamo-nos à parva, compra-se à parva, é tudo feito à parva.


Só muito raramente, de tempos em tempos, é que surge alguém que decide fazer as coisas com tempo, conta, peso e medida. Um bom gestor, alguém prudente.


A boa gestão, aliás, está muito associada à virtude da prudência e a prudência está muito associada à antevisão de possíveis problemas e à antecipação de soluções em face desses possíveis problemas.


O futebol é mais um ramo, entre muitos outros, onde se manifesta a forma de ver e decidir à parva dos portugueses.


Em Outubro e Novembro de 2008, escrevi este e este post a alertar para o erro de casting na contratação de Carlos Queirós.


O que eu já previa em 2008, veio-se a agravar em 2010 e para piorar o cenário, o Sr. Gilberto Madaíl faz um contrato de 4 anos com o prof. Queirós o que implica o pagamento de uma indemnização milionária que obviamente, agora, ninguém quer pagar.


Que uma pessoa com o curriculum de Mourinho exija um contrato de 4 anos, compreende-se. Agora, o prof. Carlos Queirós que ultimamente só tem acumulado desaíres, parece-me um exagero.

Até o próprio Scolari só tinha contratos de 2 anos.


Penso que a Federação Portuguesa de Futebol terá de assumir as consequências dos seus actos e das suas decisões e, em consequência, deverá pagar a indemnização a que o prof. Carlos Queirós tem direito.


Neste momento, não me parece que existam treinadores portugueses disponíveis (só admitiria Jorge Jesus ou José Mourinho, ambos indisponíveis). Manuel Cajuda seria tão mau ou pior que Carlos Queirós.

Resta, a meu ver, Luis Aragones que, apesar da idade, é um homem com capacidade de mobilização e motivação- coisa que tem faltado na selecção.

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