terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sobre o fim da democracia, tal como a conhecemos

Ontem, na Sic Notícias, o Prof. José Ferreira Machado, director da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa disse coisas muito importantes e que têm sido silenciadas na opinião pública:

1º) O Governo entrou em desvario orçamental, desconhecendo-se, até hoje, quais as razões do aumento excessivo do déficit até Outubro deste ano.

2º) A presença do FMI é indispensável e não deveria ser retardada. Os seus responsáveis são pessoas competentes e que conhecem bem a realidade portuguesa, com particular destaque para o ex-vice-presidente do PSD, o prof. António Borges.

Infelizmente, o governo PS nunca irá admitir a necessidade e a urgência desta intervenção porque isso seria sempre uma admissão tácita da sua incompetência e incapacidade para resolver os problemas do país.
O governo PS vai tentar arrastar até à última para depois vir dizer que o FMI teve de entrar em Portugal porque os mercados internacionais assim obrigaram, como se eles nada tivessem a ver com o assunto.

3º) Foi apresentado um estudo onde se verifica que nos últimos 20 anos, o aumento da despesa pública coincidiu com o período de eleições. E isto aconteceu inclusive nos governos de Cavaco Silva.
Esta constatação deveria levar-nos a uma outra que não vejo ninguém retirar
- a de que a democracia, tal como está configurada actualmente na nossa constituição, tem disfunções graves que conduzem o Estado e o país para o abismo.

Por isso, haveria que rever a constituição, aumentando o tempo dos mandatos, reduzindo o número de deputados e criar mecanismos que tornem mais dificil, em períodos pré-eleitorais, a realização de despesas pública por parte do governo e das autarquias locais (por ex. reforçando, nesse período, as condições de aprovação da despesa ou aumentando os poderos de controlo prévio do Tribunal de Contas).

Mas como não há coragem política para mudar seja o que for, continuamos a andar à deriva.

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