O Bernardo Motta, no seu blogue, aqui, aqui e aqui tem vindo a desenvolver alguma argumentação contra o voto em Cavaco Silva.
Em geral, concordo e subscrevo essa argumentação.
Mas, para além disso, há que recordar outros factos:
- A influência negativa de Cavaco Silva contra Fernando Nogueira que contribuíu para o mau resultado do PSD nas primeiras eleições legislativas pós-cavaco.
- A influência negativa de Cavaco Silva contra Santana Lopes contribuíndo para o derrube do seu governo.
- A péssima gestão do caso das "escutas" telefónicas a Belém que contribuíu para a derrota de Manuela Ferreira Leite.
Para Cavaco Silva, a presença no governo de um governo socialista seria sempre um cenário mais favorável para si pois ele bem sabe que o povo português escolhe, para Belém, um presidente da cor diferente da do partido que está no governo.
A partir daqui, torna-se mais fácil compreender alguns comportamentos mais fratícidas de Cavaco.
Sou de direita, mas acredito numa direita honrada, recta e coerente. Não, numa direita calculista, maquiavélica, que não olha a meios para atingir objectivos mesquinhos como sejam a reeleição ou a manutenção de um alegado prestígio sacrificando valores e princípios básicos.
Por tudo isto, pelo menos numa 1ª volta, não votarei Cavaco Silva e oportunamente, na mesa de voto, manifestarei o meu repúdio pela sua conduta.
P.S.- Entretanto, o Dr Gonçalo Portocarrero de Almada, no Público dá-nos mais uma preciosa indicação sobre a melhor eticidade do sentido de voto nas próximas eleições presidenciais ao afirmar o seguinte:
"(..) o voto numa candidatura sem possibilidades reais de vitória ou a abstenção, quando são escassas as garantias de idoneidade moral dos prováveis eleitos, afiguram-se ser as opções mais coerentes para quem, na sua vida pessoal e na sua actuação pública, não se pauta por conveniências contingentes, mas por princípios e valores permanentes".
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