A crise económica e financeira que está a afectar a Europa e os Estados Unidos não auguram nada de bom. A Democracia, tal como está configurada nesses países, apresenta disfunções de funcionamento que degeneraram em crise social e económica.
No caso de Portugal, anteve-se o fim da III República- Uma República onde o nível de vida subiu, em simultâneo com a o aumento das dívidas das famílias e do Estado para agora termos de retroceder nos hábitos do novo riquismo e do esbanjamento de recursos. As pessoas, os caciques e os parasitas do sistema resistem porque não querem perder privilégios. A III República fracassou na Justiça e na Educação, onde imperam a desordem e a bandalheira, o laxismo e a ausência do sentido de responsabilidade; fracassou na regulação dos media que dominam o nosso espírito e criam cidadãos frouxos, pusilânimes e sem reação. À excepção de Cavaco Silva ou Mário Soares, os partidos políticos não souberam captar pessoas com espírito lúcido que aliem a prudência à competência. Os líderes que tivemos ou vamos tendo ou têm marketing politico a mais e competência a menos ou têm competência, mas sofrem de má imagem mediática. Nos Estados Unidos, as pessoas acordam do sonho Obama e vêem que, afinal, tudo foi um logro, o espelho de uma esquerda demagógica que gosta de vender ilusões e mentiras, à semelhança do que se passa aqui, com o PS de Sócrates.
Para dar um murro na mesa, não basta as coisas estarem mal, é necessário que exista reação, mas como a esmagadora maioria da população está adormecida e preocupada apenas com o seu umbigo e o pagamento das despesas do fim do mês não há condições para revoluções. Por isso, só haverá reação quando se entrar no colapso. Para lá caminhamos. É só uma questão de tempo. Nessa altura, teremos, então, que reagir. Terá de haver, então, uma ruptura ou por via militar ou por via popular. Haverá que recorrer a um colégio de notáveis que não esteja dependente dos caciquismos de partido ou de oportunismos de grupos de pressão. As medidas a adoptar exigirão cortes radicais e alterações do estilo de vida pessoal, mas também a nível global. É que não bastará a reação dos povos, terá de haver também uma reação ao nível da União Europeia e dos G-7. E, para que isso aconteça, terá que se bater mesmo, mesmo no fundo. Temos que esperar que este Estado em coma, morra de vez.
Ter-se-à, então, que procurar novos modelos de desenvolvimento, sendo certo que, neste momento, o modelo que, em termos práticos, demonstra maior eficácia e poderio é o chinés- um sistema baseado num estado fortemente centralizado e autoritário, com uma fraca assunção dos direitos sociais e políticos e onde se aproveita o elevado número populacional em favor da dinamização da economia.
Teremos, então, que escolher entre o caos, a revolução, um novo D.Sebastião ou o novo modelo do tipo chinês .
Venha o Diabo e escolha...
Artigo publicado na edição de Novembro do jornal regional "Notícias de S.Brás"
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