sábado, 28 de janeiro de 2012

O funeral do Padre Júlio Tropa


Estive hoje no funeral do Padre Júlio Tropa e preparava-me para fazer aqui um breve resumo do que se passou, mas o Samuel (e muito bem) já fez esse resumo num texto que podem encontrar aqui.
Só uns breves acrescentos:
- A maioria das pessoas que assistiu à Missa estavam na rua porque a Igreja estava cheia. Não era só o adro da Igreja que estava repleto, as próprias ruas adjacentes à Igreja estavam repletas de gente e, inclusive, a GNR teve que fechar o acesso à vila.
O seu povo estava na rua e foi lá que o Padre Júlio sempre o encontrou. O Papa João Paulo II dizia "O homem é o caminho da Igreja" e foi isso que o Padre Júlio fez, conviveu, almoçou, jantou, confidenciou, ajudou, reconciliou, acolheu, sorriu, bebeu, comeu, ouviu com todos os que ali estavam.
Foi para a rua, para o meio da rua.
Não se conteve à sacristia da sua Igreja, nem muito menos a um clericalismo que quase que obriga alguém a entrar nos esquemas, por vezes, burocráticos da organização administrativa paroquial.
- O carinho das mulheres de Sta Bárbara que, no final da Missa, pegaram nas dezenas de ramos de flores que estavam no adro da Igreja, e em fila, cada uma levando o seu ramo, acompanharam o cortejo.
O padre Júlio era filho único e não deixou praticamente familia natural mas deixou uma enorme familia adoptiva.
- O pormenor dos balões brancos, muitos, lançados pelo grupo de jovens da sua paróquia à medida que o caixão desaparecia na sua cova os balões subiam na diagonal em direcção ao Céu.
Estava tudo dito.
Não foi um funeral piegas. Foi um funeral, com fado, música, a sua preferida ("Deus de Amor"), poemas e um piropo muito bem escrito por uma representante dos seus paroquianos.
Uma palavra final para os novos responsáveis pela paróquia de Sta Bárbara e já antes por Estói, o Diácono Galante e o Padre Firmino Ferro.
Eles estavam em Faro onde já eram necessários e, em particular, o Padre Firmino Ferro como 2º figura da Igreja Diocesana do Algarve deveria manter-se no apoio ao Senhor Bispo.
Infelizmente, a falta de vocações leva que tenham de estar, agora, num sítio onde, se calhar, não era suposto estarem.
Que eles possam ser bem acolhidos, até porque o Padre Firmino Ferro, tem também o mesmo carinho e a fraternidade pelas pessoas que já eram apanágio do Padre Tropa.
E que surjam novas vocações para preencher os lugares de todas as paróquias cujos párocos vão falecendo.
Agora, com mais um intercessor no Céu, será mais fácil!

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