O facto de Teixeira dos Santos ter já dado a entender que o acordo com o PSD irá muito provavelmente obrigar a um PEC 4, com eventuais novos aumentos de impostos, indicia que, na realidade o "buracão" de que falava Eduardo Catroga poderá ser muito superior ao que foi, em contra-vontade, exibido aos negociadores.
É que só o Governo é que sabe, com toda a certeza e em toda a sua plenitude, o alcance e as consequências dos disparates que andóu a fazer ou a permitir que se fizessem.
Não nos iludamos, tudo indica que o "buracão" será, na realidade, um "mega-buracão" e a estratégia do PS é ir revelando a verdade em suaves prestações de forma a minorar o impacto negativo em termos de popularidade.
É que só o Governo é que sabe, com toda a certeza e em toda a sua plenitude, o alcance e as consequências dos disparates que andóu a fazer ou a permitir que se fizessem.
Não nos iludamos, tudo indica que o "buracão" será, na realidade, um "mega-buracão" e a estratégia do PS é ir revelando a verdade em suaves prestações de forma a minorar o impacto negativo em termos de popularidade.
4 comentários:
Caro RMC,
Teixeira dos Santos fala dos 500 milhões em falta porque é o valor que o acordo com o PSD não permite ir buscar em impostos. Logo, o PS terá de ir buscar esse valor à despesa (como assumido por Assis). O que é, para mim, demonstração de que o acordo foi bom para o país. Claro que, como demonstrado este ano, este governo é incapaz de cortar na despesa. Por isso, quanto mais cedo nos livrarmos dele, melhor.
Mr Brown
E será que é mesmo só isso?
Ou haverá mais déficit escondido ou expectativas de novas despesas a realizar ?
Outra questão: Será que o PSD, a ser governo, terá a determinação para cortar na despesas em rubricas como "bens e serviços" ou simplesmente na extinção de cargos, não renovação de comissões de serviços, etc.. ?
Ou será que o problema tem a ver também com a deficiências de regime?
"Ou haverá mais déficit escondido ou expectativas de novas despesas a realizar ?"
Há é a expectativa de que o governo não consiga cortar na despesa. Pelo que, com este governo em funções, qualquer orçamento que diga que reduz o défice pela via da despesa arrisca ser pouco credível para os mercados. Ou seja, se prometemos reduzir o défice para 4,6% através da redução da despesa, os mercados assumem logo que teremos um défice maior que esse.
"Será que o PSD, a ser governo, terá a determinação para cortar na despesas em rubricas como "bens e serviços" ou simplesmente na extinção de cargos, não renovação de comissões de serviços, etc.. ?"
Sinceramente, não sei. Sei é que o PS não tem essa determinação. E antes do PSD chegar ao governo, é provável que o FMI chegue primeiro. O receio do FMI devia ser incentivo suficiente para existir essa determinação, caso não o seja, também não há crise: o FMI chega e de certeza que será determinado o suficiente.
"Ou será que o problema tem a ver também com a deficiências de regime?"
Certamente. Por isso a tão necessária revisão da Constituição. Mas quando o PSD apresenta um projecto que, apesar de tudo, é tão suave e recebe as criticas que se conhecem, é sinal de que são poucos os que querem enfrentar as deficiências de regime.
Pois, concordo com tudo.
Só quanto à questão do "déficit escondido" é que eu acho que, na realidade, ele existe mesmo e o tempo o confirmará.
Não acho que se tratem só de expectativas pela mais que provável ineficácia nos cortes da despesa. O "monstro" é maior do que se diz e a desorçamentação e as técnicas contabilísticas para esconder mais despesa andam por aí.
Como nem PSD, nem PS terão coragem em cortar na despesa e na estrutura do Estado, então, nessa perspectiva, o FMI já cá deveria estar. Vamos estar, mais uma vez, a perder tempo.
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