A casa dos Duques de Aveiro tem origem numa linha bastarda criada pelo nascimento do filho ilegítimo de D.João II, D.Jorge de Lencastre a cujo filho deste, D.João de Lencastre, por sua vez, D.João III atribuí o título de Duque de Aveiro.
Na sequência do atentado ao rei D.José I, os Duques de Aveiro são mortos e os seus bens confiscados ou destruídos. Sobra, porém, o seu Palácio original, com formato em "U" e um pátio no meio, construído por D.João de Lencastre no 1º quartel do Séc.XVI e que hoje se encontra nas mãos de privados, embora em mau estado de conservação.
Apesar da chacina instigada pelo Marquês de Pombal, sobrevivem actual desta casa, o actual 8º Marquês do Lavradio, D.Jaime de Almeida que, por sua vez, tem origem no 8º e último duque de Aveiro, por via da sua irmã, D.Francisca das Chagas Mascarenhas.
Todos os titulares do ducado usaram o apelido de Lencastre, em virtude de o Duque de Coimbra ser trineto de D. Filipa de Lencastre, excepto o último, D. José de Mascarenhas, cuja posse se processou sem ascendência Lencastre, por via inteiramente varonil (este site com a história das quintas e palácios de Azeitão é muito bom e vale a pena ser consultado aqui)
O ramo Lencastre associado actualmente ao 8º Marquês do Lavradio tem um site de família muito curioso que se pode encontrar aqui.
O brasão tem as armas de Portugal com um risco diagonal que significa a origem bastarda da sua casa.
P.S.1- Engraçado que das várias vezes em que realizei expedições a pé a caminho da Serra da Arrábida, passei por este Palácio sem me dar conta da sua importância.
P.S.2- Em Abiúl, os Duques de Aveiro eram proprietários de um Palácio onde passavam as férias e onde apreciavam touradas. Depois dos bens do Duque de Aveiro terem sido confiscados ou destruídos, o Palácio ficou parcialmente destruído, foi comprado pelos fidalgos Aboins ou Alvins e sobre as suas ruinas um casal de burgueses edificaram uma casa que passou, por herança, para umas senhoras viúvas que, por sua vez, a venderam à minha bisavó que era natural de Abiúl. Actualmente o meu pai tem a dita casa à venda, mantendo-se, no seu interior, ainda visíveis traços das antigas salas e no, seu exterior, paredes do antigo palácio. Num terreno contíguo que não nos pertence, é visível ainda ruinas da antiga capela dos Távoras.
6 comentários:
O atentado foi a D. José I.
Boa noite.
Sou um dos proprietários do palacio dos duques de aveiro e fiquei curioso com a tua historia.
O teu pai vive no palacio ou numa casa ao lado do palacio.
Cumprimentos
Nuno Parrela Soares
Tem razão anónimo. Já corrigi
O meu pai vivia numa casa que foi reconstruída sob os alicerces do palácio dos Duques de Aveiro, em Abiúl.
Caro MRC por a caso vc não teria nenhuma foto dessa casa de seu pai e das ruinas da capela??
Boa noite
Remeto as fotos para o post que escrevi hoje, dia 16 de Agosto de 2011
Olá!
Sou actualmente um "estudante" de história, genealogia e heráldica portuguesa e a fazer uma pesquisa sobre a Casa Lavradio, herdeira do ramo Aveiro da família Lancastre. Este ramo vem do Senhor D. Jorge, Duque de Coimbra, como diz acima, e depois passa para a casa dos Condes de Santa Cruz e dos Marquezes de Gouvêa, Mordomos-mor do Reino (o 6º Marquês viria a ser o 8º Duque de Aveiro), e depois para os Marquezes do Lavradio, onde se encontra actualmente a sua chefia. O link que tem associado à família Lancastre nada tem que ver com este ramo!
Um abraço e obrigado!
Fernando
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