quinta-feira, 2 de abril de 2009

Ainda o Papa e os preservativos

Sobre este tema, recebi um e-mail de um amigo com alguns dados interessantes dos quais aqui deixo alguns excertos:

(...) a tese de que uma epidemia de sida se possa combater com preservativos é um puro erro de geometria: o vírus da sida tem um diâmetro inferior ao diâmetro médio dos poros da película dos preservativos. Claro que um preservativo diminui a exposição ao vírus e, se forem utilizados aos pares, ainda reduz um pouco mais a probabilidade de infecção. Contudo, a probabilidade de ficar infectado não é pequena.
Em geral, usar o preservativo reduz muito pouco a probabilidade de infecção. Isto não tem a ver com religião, é apenas estatística. As infecções são sempre problemas exponenciais e a função exponencial tem esta característica matemática (*).
O Papa chamou a atenção para o valor intrínseco da fidelidade e do respeito por si e pelos outros. Em relação à sida, lembrou que o desamor de uma relação não se compensa com preservativos e que, até do ponto de vista da saúde, esta estratégia pode criar falsas seguranças e, portanto, agravar o problema.
Isto não é bom senso ?


(*) O carácter exponencial dos contágios talvez se perceba melhor com um exemplo numérico. Suponhamos, com enorme optimismo, que o preservativo reduz 10 vezes o contágio. Se houver uma relação sexual com um parceiro infectado quem não tem preservativo pode ter uma percentagem muito elevada de ficar contagiado e quem usar preservativo «escapa» em 90% dos casos. Se houver duas relações deste tipo, a probabilidade de «escapar» é 90% x 90% = 81%. Com três relações, a probabilidade é 90% x 90% x 90% = 73%. Com cinco relações, as chances são 90% x 90% x 90% x 90% x 90% = (90%)^5 = 59%. Em geral, com «n» relações, a probabilidade é (90%)^n. Ou seja, por exemplo, com 40 relações, a probabilidade de escapar é apenas 1% e, ao fim de 100 relações, a probabilidade de ficar infectado é 99,9973% e a de «escapar» é 0,0027%.
Por outras palavras, quem tiver relações sexuais com um parceiro infectado fica sempre infectado: se usar preservativo, talvez escape uma semana, ou talvez duas semanas se tiver sorte.
Estes exemplos numéricos são um pouco optimistas para o preservativo, mas por isso mesmo ainda são mais expressivos.

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