domingo, 17 de maio de 2009

Crises matrimoniais


Algumas histórias sobre crises matrimoniais têm -me ultimamente feito reflectir sobre as origens das crises matrimoniais, sendo que algumas delas degeneram depois em divórcio.

São várias as razões dessas crises.

Umas têm a ver com o aparecimento dos filhos. Muitos casais vivem intensamente um para o outro e com a chegada dos filhos, a mulher deixa de ser a amante para passar a ser a mãe que coloca os filhos no centro das suas atenções em detrimento do marido que é colocado num local secundário.

Outra situação tem a ver com o facto de muitos homens considerarem as suas esposas como algo não prioritário. Como diz, aqui este artigo, o marido coloca a mulher no final da sua lista de prioridades e, mesmo assim, apenas se lembra dela para satisfazer as suas necessidades fisiológicas, isto é, fazer sexo.

O excesso de trabalho de um dos membros do casal ou (ainda pior) dos dois, também é uma das razões que levam à crise matrimonial, afastando-os progressivamente, esfriando a relação e reduzindo o romance.

Por fim, há também as crises das idades. Do lado dos homens, a “crise dos 40” ou a “crise dos 50” que fazem com que pretenda refugiar-se em companhias femininas mais jovens como forma de “rejuvenescimento”. Do lado das mulheres, a crise da menopausa que as faz, por vezes, diminuir a sua auto-estima e procurar um maior isolamento.

Chega-se, então, a uma altura, como dizia um colega meu divorciado, em que da situação do namoro onde “até os defeitos viravam virtudes” se passa para a situação de crise matrimonial onde “até as virtudes viram defeitos”.

Tudo isto é grave e exige reflexão e diálogo.

Às vezes, os afastamentos vão-se dando progressivamente e, quando se dá com eles, já é tarde de mais porque se chegou a um ponto de não-retorno em que o casal de "amantes" passa para casal de "estranhos.

Neste último caso em vez do "live together alone" vive-se no "live alone together"

Qual é, então, a solução para estas crises ?

Dizia um casal que leva já dezenas de anos de casados que é uma questão de sorte.

Será?

Não sei.

Penso que a solução passa por se abrir o jogo, contar ao outro as suas necessidades e frustrações e, ao mesmo tempo, ter a capacidade de “encaixe” para tomar consciência da importância das necessidades e frustrações dos outros.

Por outro lado, para que um relacionamento dure, há que fazer um esforço de auto-aperfeiçoamento e de cedência mútua.

Também a salvaguarda dos momentos a sós é muito importante.

O homem-marido tem que compreender que o casamento não pode ser só um local para satisfazer as suas necessidades sexuais e a mulher, por seu turno, tem que compreender que o marido também deve merecer tanta ou mais atenção do que aquela que ela dedica aos seus filhos.

O resto é uma aventura que se faz no dia a dia e que se espera ser bem sucedida de forma a que ambos possam chegar, como diz a música da Mafalda Veiga, “onde só chega quem não tem medo de naufragar”.

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