quarta-feira, 27 de maio de 2009

O nosso mal é o sono



O nosso mal é sono.

Chega-se a casa tarde; tarde se janta; tarde se arruma a cozinha; tarde se acende a televisão; tarde se resmunga sobre os assuntos de família; tarde se acorda no sofá; tarde se deita… E cedo se levanta.

Que vida é esta?

Um disparate pegado.

Com sono tudo se faz, excepto pensar.

Excepto sorrir.

Excepto ouvir.

Excepto prever.

Excepto planear.

Excepto ter gosto no trabalho, na família e no convívio com os colegas; e muito menos com os chefes.

Excepto sonhar acordado, sobretudo com o fim de semana… em que novamente a gente se deitará tarde.

É verdade que, mesmo assim, somos capazes de meter-nos no trabalho até às orelhas, até porque, se não, despedem-nos, ou desclassificam-nos, ou falimos.

Mas que não nos incomodem com mais nada!

Estamos fartos!

Depois, não há quem entenda esta mulher, quem ature este marido; quem compreenda estas crianças; quem suporte estes sogros; quem tenha pachorra para os eternos problemas daquele irmão, ou do sócio…

E ainda por cima, esta crise!

Mais os engarrafamentos…

Não é o nosso único mal, o sono, mas é um dos mais insidiosos e que nos passa mais despercebido.
Pe. Hugo de Azevedo

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