Não sei se será impressão minha mas, ultimamente, o meu (ex) Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, na RTP, tem-me feito lembrar aqueles padres e senhores Bispos que, assustados e intimidados pelas perguntas de jornalistas, defendem que sim senhor até acham muito bem que, no futuro, as mulheres possam vir a ser sacerdotizas, que os padres até devem casar, que se possa usar o preservativo à vontade, etc., etc.
Algumas pessoas parece que ficam assustadas e intimidadas pelo facto dos seus interlocutores poderem eventualmente achar que as suas posições são muito extremistas e radicais. E, por isso, vai daí, acabam por expressar opiniões que, no seu íntimo, na realidade, não defendem; acabam por se sentir na obrigação de "dourar a pílula" sob pena de, depois, poderem vir a ficar mal vistos ou perderem regalias em resultado de uma pressão da opinião pública.
Aconteceu com a posição híbrida que adoptou a propósito do referendo, aconteceu com a posição extremista que adoptou e adopta contra o PNR, aconteceu com as recentes críticas ao PP, entre muitas outras.
Até parece que o facto das interlocutoras serem mulheres e de esquerda levam "o homem" (como ele próprio qualifica muita gente) a desorientar-se e a ter que fazer algumas concessões à esquerda no seu discurso.
Ora, das duas, uma:
Ou uma pessoa se assume com "t...s" (desculpem-me a frontalidade mas achei a palavra "coragem" muito pobre) para expressar as suas opiniões, não me chocando que, nesse caso, escolha as palavras diplomaticamente mais adequadas e com melhor possibilidade de eficácia perante o(s) interlocutor(es) contrário(s).
Ou uma pessoa auto-censura-se e, em nome da defesa da sua imagem perante os outros, diz coisas em que, na realidade, não acredita ou que, pelo menos, nunca diria, caso tivesse no seu próprio ambiente, só para não ficar "mal visto".
A minha pergunta é a seguinte:
O que é mais grave?
Um Estado totalitário em que as pessoas são censuradas, na sua liberdade de expressão, por um agente exterior que as condiciona?
Ou um Estado Democrático em que as pessoas se auto-censuram, contrariando as suas próprias posições e fazendo concessões ao discurso dominante propagandeado pelos media de esquerda, só por medo de represálias para a sua imagem política ou social?
3 comentários:
Olá viva Dr. espero que esteja tudo bem consigo e com os seus!
Em relação à pergunta formulada:
Na minha modesta opinião acho que ambas as situações são graves! Penso também, que se andam a percorrer caminhos algo desconhecidos e até bastante perigosos!Aliás, não sei muito bem para onde nos levam os "opinion maker´s" e outros "rostos" do nosso Pais, nem que caminho seguirá a opinião pública, nomeadamente nas temáticas referidas...
Em relação ao Professor, pois bem, acho que anda bastante confuso, desorientado até... talvez devido às presenças femininas, seja elas quem forem!
Abraço
MZV
Olá MZV,
Um abraço para a nossa S.Brás que, no meio desta confusão toda, continua com a paz, o ar puro e a tranquilidade que nos fazem sentir, neste cantinho, verdadeiramente "aconchegados".
Um abraço, MRC
Também a mim os dois cenários repugnam:o primeiro assusta-me;o segundo envergonha.
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