Na minha profissão de advogado tenho acesso a muitas informações sobre a vida íntima das pessoas.
Tenho que cumprir escrupulosamente a minha obrigação deontológica de salvaguarda do segredo profissional, tal como um padre no confessionário ou um psicólogo com o seu paciente.
E, só quem não se conhece a si próprio é que poderá ficar chocado com as "podridões" e os defeitos dos outros. Não é por aí, porém, que quero ir.
Quero antes destacar que vivemos num mundo do "faz de conta" em que quase nada do que parece, é.
E, todos nós, uns mais, outros menos, vivemos 2 vidas: uma de aparência e outra "underground" feitas de taras, vícios e loucuras.
Lembrei-me daquele respeitável ministro do governo de Blair que depois se vestia de mulher e pedia a uma prostituta para o sovar, entre tantas outras coisas.
Lembrei-me em particular da série "Twin Peaks" por espelhar isto mesmo que acabo de descrever: Uma terra linda por fora, com uma natureza deslumbrante e habitantes aparantemente todos muito "bem comportados" que escondia, na sua sombra, muita podridão, actos chocantes de pedofília, sexo, violação, droga e satanismo.
Qualquer terrinha, qualquer freguesia, qualquer prédio, esconde muita, muita coisa.
E é pena que, muitas vezes, só vendo, ouvindo ou sabendo o que os outros fazem é que nos apercebamos daquilo que realmente somos.
Esta dupla, tripla ou quadrúpula personalidade é algo de misterioso e altamente contraditório.
Somos nós, afinal!
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